Capítulo 14

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Ellìë, Diändrà e Tâminä haviam passado os últimos dias organizando estudos com um grupo de mulheres para entender os poderes combinados e como as demais potencializariam esses poderes, esse conhecimento acabou de salvar a cidade e agora acreditavam ser capaz de restaurar a barreira mágica que protegia a cidade.

As mulheres que já conheciam o esquema montado neste estudo orientavam as outras e em pouco tempo, estávamos reunidas em torno da cidade, concentradas em fechar a fenda. Eu vi a defesa em tons azul celeste furta cor se fortalecer, a energia que emanava das mulheres era tangível, nunca sentira antes tanto poder. O desejo de proteger seus filhos, suas casas, aquele modo de vida, estava em cada uma destas mulheres, era tão real e palpável que eu senti a força da vida que pulsava em cada uma delas e em todas.

A fenda aberta em nossa defesa lentamente se fechava, nosso esgotamento era visível, gotas de suor jorrava e quando terminamos, algumas mulheres caíram no chão sem forças.

Pude sentir os homens que nos assistiam, estavam assustados e excitados com aquela exibição de poder. Vi quando Krun veio em auxílio de Ellìë, assim como outros homens vieram amparar suas amadas. Como eu sabia que aconteceria muitos outros cidadãos vieram ajudar, enquanto estávamos concentradas, então eu queria deixar para eles as decisões finais, eu só queria dormir.

Ꞧicḣḁrð se aproximava com o vinho, usado na nossa recuperação, havia outras pessoas fazendo o mesmo, mas algo em seu rosto me fez acreditar que eu não dormiria tão cedo.

Eu estava com muito mais sede do que pensava e bebi duas canecas. E fui com Ꞧicḣḁrð ver o que lhe incomodava, apesar de suas negativas na existência de um problema. Ao chegar as tendas das curandeiras, logo vi o que estava errado. As pessoas estavam com os olhos marejados, e as tendas estavam praticamente vazias, as ocupadas eram com os nossos feridos.

- Ꞧicḣḁrð? Não foi preciso terminar.

- Os feridos se mataram.

- Mas, como? Por quê?

- Essa cápsula, eu peguei no corpo de um cádis morto, todos eles possuíam, os feridos engoliram e a morte foi rápida, não conseguimos ajudá-los.

Em suas mãos um pequeno recipiente transparente com algo parecido com um pó azul dentro que reluzia.

- Mas eu não entendo, por que fariam isso? Tentamos evitar ao máximo as mortes desnecessárias. Mesmo parecendo que nossas flechas fossem aleatórias, elas são encantadas para incapacitar e não matar. Você me conhece o suficiente para ver a verdade em minhas palavras.

- Eu também achei bem estranho, pois alguns ferimentos não eram fatais, no meio da confusão, eu teria me esgueirado para fora do campo de combate e fugido, nunca teria me matado.

- Mas fugir? Com o fim do conflito nós oferecemos cura, alimentos e eles poderiam partir em segurança.

- Amor, você já ouviu a história de Jòsëph'v? Nós, humanos, também crescemos com medo de vocês. Deve ter sido aterrador ver as mulheres com aquela força invisível empurrando-os. O medo de ser capturado por tais bruxas tão poderosas deve ter sido terrível, eu fugiria se conseguisse.

Não tive tempo para refletir sobre tudo aquilo, pois quando nos aproximávamos do local organizado para a reunião do conselho, Eir e Nia nos chamou:

- Os vigias capturaram quatro homens tentando entrar na cidade, vocês subiram as defesas no momento certo, mas o que me preocupa é o fato da mente deles estar nublada. Disse Eir sem rodeios.

- Eir, ao tentar interroga-los percebeu que algo não estava bem com os homens e me chamou, eu ainda estava tentando entender o que aconteceu com os feridos e vim com Ilara atender ao chamado do general, a curandeira não constatou nada de errado com o corpo, no entanto na mente deles há algo de muito errado, como se não soubessem exatamente o que fazem.

AvassaladoraOnde histórias criam vida. Descubra agora