Capítulo 12

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Estávamos quase adormecidos quando ouvi algo zunindo e senti o impacto em Ꞧicḣḁrð. Nenhum som saiu de sua boca, mas eu gritei chamei por todos, estava desesperada. Havia uma flecha cravada no peito do meu homem.

Posso curar uma terra devastada por mil guerras, mas meu poder de cura em seres humanos é terrível, nunca consegui desenvolvê-los por mais que me esforçasse. Mantive minhas mãos sobre a ferida procurando ao máximo buscar todo e qualquer poder de cura que eu tenho. Vou fazendo pequenos reparos, diminuindo pequeninos sangramentos, mas sei que é insuficiente, tudo é inútil, estou só tentando ganhar um pouco de tempo.

Eu preciso salvá-lo, uso toda minha energia, não me importo em perder este corpo, se isso salvá-lo. Meus gritos não possuem força suficiente para expressar tudo o que sinto.

Nia é a primeira a entrar, ela tem mais poderes de cura que eu.

- "Por favor cure-o. Humanos não se regeneram, Nia, eu não posso perdê-lo."

Eu falo mas não abro espaço para que ela faça o trabalho que precisa ser feito, sei que sou inútil, mas não estou pensando com clareza, é Beöjr que deixa as coisas em perspectivas.

- "Nia, qual é a primeira regra da concentração para a cura?"

- "Controle das emoções."

-" Quando você viu uma grande curandeira perder o controle?"

- "Nunca."

- "A energia da Lìä está ajudando a cura?"

- "Pelo contrário está dissipando grande parte da energia que deveria ser canalizada na cura."

- "Você ouviu a Nia, saia deste quarto agora, se é que você deseja que ele sobreviva".

Então, Zamira me pega pelo braço e eu me deixo ser retirada dos aposentos.

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Pareceu demorar mil anos até que finalmente Krun desceu do quarto, beijou minha testa e disse: - "nós temos um plano".

E minha parte no "plano" consistia em não atrapalhar, mas quando Krun informou a Lwnä, que havia chegado minutos antes trazendo Iris, que precisava chamar Yäm e depois iria comprar as coisas que Nia pedira, eu consegui pensar em algo mais prático, já era reflexo dos poderes de Iris acalmando minha mente:

-" Krun pode ir direto providenciar a lista de Nia, eu aviso Yäm." Ele demonstrou certa dúvida, mas aquiesceu.

Pela mente informei Yäm que Beöjr precisava de sua ajuda, pois Ꞧicḣḁrð estava ferido, Yäm respondeu imediatamente, ele e Jòsëph'v estavam a caminho. Meu lado pragmático apareceu, lembrei-me que precisava avisar Eir: nossas defesas foram rompidas, um inimigo estivera dentro da cidade, na nossa casa, e atingira um dos nossos. Escutei nitidamente a resposta em minha mente, já estava distribuindo as tarefas e organizando as buscas.

O ritmo na casa rapidamente se tornou frenético, Yäm chegou, falou rapidamente com Beöjr e saiu novamente enquanto Lwnä servia vinho em todos os copos e taças que encontrava.

Krun retornou e entrou no quarto, provavelmente foi entregar os itens para Nia. Pouco tempo depois, começaram a chegar vários mitanianos, entravam na casa um por um, ficavam um pouco com Krun na pequena sala no topo da escada, depois entravam no quarto com Beöjr e Nia, saiam claramente enfraquecidos e Lwnä os ajudava a chegar na cozinha e tomar o vinho com as poções revitalizantes.

Eu não aguentava mais aquelas pessoas entrando, saindo e a falta de informações, eu sei que todos estão empenhados em salvar a vida de Ꞧicḣḁrð e sei que em grande parte esse esforço é por mim, sei que devo confiar, mas preciso saber o que está acontecendo.

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