CAPÍTULO 11
Eu e Lìä acordamos cedo, ela precisava fazer seu trabalho no espelho das águas, como naquele dia seria algo que aconteceria somente entre as sacerdotisas, eu resolvi andar pela cidade. Lìä me deixara algum dinheiro e se eu precisasse de uma quantia maior, poderia colocar na conta dela informando-os que era seu consorte. E se me perdesse era só perguntar pela casa da Nia que todos a conhecem. Fiquei muito surpreso em saber que somente minha palavra seria suficiente naquela cidade.
Passei pelas alamedas, entrei em algumas lojas, tudo era limpo, claro, iluminado, perfumado e tão arejado. As plantas entrelaçavam subindo por algumas paredes e formavam mosaicos em diversas cores e tons decorando as paredes, ou eram as próprias paredes, era lindo.
Comprei uns doces lindos, não eram grandes, e possuíam diversa cores, era quase impossível não os comprar. A lojista se recusou a receber as moedas, disse ser um presente de boas-vindas. Peguei o saco com os doces, agradeci e fui em direção ao parque, sentei-me no gramado. O dia estava lindo, crianças brincavam, riam e seus animais corriam junto, casais estavam sentados em tecidos coloridos e comiam felizes.
Escolhi um dos doces, primeiro o amarelo, era suave e derretia na boca, pensei estar experimentando pedaços de nuvens açucaradas. Eu compreendi ali, sentindo aquela vida tão diferente, o que era poesia. Eu não fazia ideia até aquele momento o que era viver.
Krun e Yäm estavam se divertindo jogando uma espécie de disco, a uma pequena distância, e aparentemente as regras do jogo proibiam o uso das asas, pois elas não foram conjuradas.
De repente um daqueles animais - que eu havia observado com as crianças, mas que era totalmente desconhecido para mim - pulou, pegou o disco e correu, Yäm saiu correndo atrás do bichinho. Krun me viu e veio se sentar comigo, viu os doces, pegou um e comentou:
- "Adoro Dri. Você devia ter comprado mais".
Foi um gesto íntimo, coisa de irmãos e me senti parte da família. Yäm se juntou a nós e um outro rapaz, menos musculoso que os mitanianos e com a mesma beleza que vi em Ellìë, se sentou ao seu lado.
- "Já que o sem educação do Yäm não vai nos apresentar, eu sou Jòsëph'v. Oi".
Falou o jovem olhando para Yäm que estava com dois doces na boca.
-"Aparentemente eles adoram este doce e eu deveria ter comprado mais". Respondi com um sorriso enquanto observava os mitanianos.
Yäm e Kun confirmaram com a cabeça e disseram juntos com a boca ainda cheia com os doces:
- "É Dri".
Como se isso respondesse tudo. Eu e Jòsëph'v rimos e demos de ombros.
Yäm abraçou o jovem louro que o acompanhava e disse:
- "Ꞧicḣḁrð, esse é Jòsëph'v, como ele mesmo teve o prazer de se apresentar, ele é o amor da minha vida e por ele eu luto, para garantir que ele possa viver em paz e segurança, para que eu possa fazer o melhor fatush que ele já comeu na vida".
Jòsëph'v me olha e fala baixinho:
- "É só o que ele sabe fazer", e sorri.
Krun faz a melhor voz de brincadeira e dispara.
- "Sou um pobre solitário, não tenho amor, eu luto porque não vou deixar esse aí, levar a fama sozinho por salvar Jòsëph'v".
Estávamos nos divertindo, nós falávamos em tom de brincadeira, eu me sentia entre amigos.
- "E, então, gostando da cidade?"
Confirmei com a cabeça.
- "Quando eu andei pela primeira vez por estas ruas eu fiquei extasiado". Disse Jòsëph'v." Eu sou do povo nômade, você lutou contra eles nesta batalha..."
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Avassaladora
FantasíaUma batalha está prestes a irromper, o exército das sombras avança sobre os mitanianos e a esperança de detê-los recai sobre duas mulheres, cujo passado ainda é desconhecido, inclusive para elas mesmas. Vencer as sombras, porém, será apenas um obst...