Epílogo

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Epílogo

- Eu não vou discutir com vocês, tudo bem.

- O que?

- Tudo bem, vocês vêm comigo.

- Ꞧicḣḁrð eu estou desconfiada, ela aceitou nossa companhia sem questionar.

- Zamira deve ser algum tipo de milagre ou trocaram a trocaram por uma sósia em algum lugar.

- Vocês dois são muito engraçadinhos, mas se quiserem ir comigo, tem de ser agora.

Estávamos caminhando em direção as ruínas, para todos elas ainda são simplesmente as ruínas, o local sagrado do sacrífico da Deusa, mas para mim e Zamira existe algo mais, uma montanha com a casa de Ilíria construída dentro dela. Algum tempo atrás eu teria insistido para ir sozinha, mas agora sei que preciso destes dois para me fazer inteira, então não resisto mais a presença deles nas minhas loucuras e vamos ao local que serve de cárcere a Dryden.

Desde que vencemos a batalha contra ele, coisas que me foram ditas ainda ressoam em minha cabeça, e preciso me certificar que eram apenas devaneios de um homem perdido em seu próprio mundo.

Claro que Ꞧicḣḁrð e Zamira acreditavam ser um risco desnecessário, mas estão me acompanhando, e eu os amo tanto por serem esses companheiros maravilhosos. Quando fomos a primeira vez às ruínas o caminho foi inviável, para dizer o mínimo, mas desde que o amuleto foi usado, tudo é calmo e bonito até as ruínas.

Ꞧicḣḁrð não vê o que nós vemos até o momento em que entramos na estrutura dentro da montanha, aparentemente somente pessoas levadas por nós de boa vontade e Nia conseguem entrar.

Zamira e Ꞧicḣḁrð concordaram em me esperar no primeiro salão da casa de Ilíria, uma sala em semicírculo, cuja porta de entrada está na parte convexa, nela desta vez existe agora oito cadeiras altas como se fosse uma sala de reuniões oficiais, na parte plana da sala há outra porta pela qual entro e encontro desta vez sofás e almofadas, como se está sala fosse informal, para as conversas e brincadeiras do grupo, a terceira sala está vazia, vou para a quarta sala e lá encontro sentado num dos cantos com um vidro em sua frente, que eu sei ser o espelho, Dryden.

Ele está visivelmente desolado, sua aparência melhora um pouco ao me ver.

- Você já consegue falar comigo agora, sua mente está melhor?

- Se lembrou de algo?

- Não. O que vê no espelho?

- Para mim nunca foi um espelho, é um vidro. Quer conhecer o resto da casa?

- Pode ser que me ajude a lembrar de algo.

- As primeiras salas você já conhece...

- A terceira estava vazia.

- A terceira era um jardim se abria para cozinha, sala de jantar, essa sala era o escritório, este era o quarto de Ilíria.

O quarto estava muito diferente, era claro, limpo, uma linda cama adornada estava no lugar onde antes estivera a cama de um Ꞧicḣḁrð moribundo, a cama era enorme para dois Deuses, a penteadeira que antes estivera na sala principal está no canto e passo os dedos pelos brincos e anéis.

- O que você viu no espelho quando esteve aqui antes?

- Eu? Quando entrei, vi a mim mesma refletida em mil espelhos e quando saí, eles haviam desaparecido. Dryden eu queria mesmo me lembrar, mas nada me chama a atenção.

- Então foi tudo em vão.

Ele ficou novamente com aquele olhar de desespero retornou para o canto em que estava sentou se novamente e tudo nele era desolador.

- Tudo foi em vão? Você levou milhares à guerra, aquelas mortes foram provocadas por você, matou meus amigos, tentou sequestrar a minha filha, tentou me matar e agora me diz que nada disso tem importância.

- Espere, nunca tentei te matar. E sim, tentei trazer sua filha para o Norte, porque sabia que você viria buscá-la e na época seus poderes estavam maiores, você teria lembrado. Depois disso minha mente só piorou, seus poderes diminuíram, e as chances de salvar este mundo estão cada vez menores. Ele então puxou o espelho/vidro para frente de si, estava visivelmente exasperado e aumentou o tom de voz. – Então se quiser me matar, me culpar, fique à vontade, mas eu faria tudo novamente, e mataria a todos com as minhas próprias mãos se fosse necessário e mudasse alguma coisa, mas não muda! Muda? Nada adiantou. Ele venceu, é devastador. E meu nome não é Dryden.

- Mãe, está tudo bem? Ꞧicḣḁrð ouviu a voz alterada e está preocupado, pediu para ver se está tudo bem.

Zamira foi entrando e viu o espelho na frente daquele homem sentado desesperado e desarrumado no canto da sala, e enquanto falava comigo foi rodeando o espelho e quando o viu, ficou de joelho na frente dele e disse sem hesitação:

- Uther!

AvassaladoraOnde histórias criam vida. Descubra agora