O amor

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Huang tomou um banho relaxante e vestiu uma roupa amarela com azul, suas tonalidades favoritas. Andou até a cozinha procurando seu noivo, mas não o achava em lugar nenhum. Procurou em todos os cômodos da casa e não encontrou. Ele já estava ficando desesperado quando saiu da casa e olhou para todos os lados, procurando seu parceiro.

-Se você tiver fugido de mim, eu vou te caçar até no inferno... maldito.

Zhou chegou rapidamente, parecia que conseguia ouvir a voz de seu amado de longe.

"Não precisa me caçar, meu príncipe, estou aqui ao seu dispor", respondeu Zhou.

Huang deu um tapa no ombro do parceiro enquanto xingava todos as suas gerações. Zhou não entendeu por que o homem estava tão bravo com ele, mas presumiu que ele estava apenas preocupado.

"Majestade, me perdoe, não era minha intenção te deixar preocupado", disse Zhou.

Meilin ouviu a discussão dos dois e saiu da casa rapidamente, acreditando que eles estavam brigando.

-Um casal tão bonito como vocês não deveria brigar assim, Huang. Perdoe o Zhou por qualquer coisa que ele tenha feito.

Huang estava indignado com a irmã. Ele não acreditava que ela estava defendendo um homem desconhecido em vez do seu próprio irmão. Zhou, por outro lado, ficou extremamente feliz ao ver sua cunhada defendê-lo.

- Eu não fiz nada de errado, irmã Meilin. Ele está brigando comigo por nada.

Zhou fez um bico, parecendo um cachorro pidão. Huang se arrependeu amargamente de ter dormido no mesmo quarto que esse homem ardiloso. Nem olhou para a sua irmã e entrou dentro de casa, batendo a porta.

- Senhor Zhou, perdoe o meu irmão por sua rebeldia. Ele fez 20 anos recentemente e ainda não está acostumado com a vida adulta.

O homem alto não parecia incomodado. Pelo contrário, ele estava radiante. Amava irritar o seu amado dessa forma.

Porém, a felicidade dele durou pouco tempo. Um homem de máscara de gato chegou atrás dele.

-Meu senhor, localizamos o rei. Devemos concluir o plano?

Zhou pensou por um momento e pediu para Meilin entrar, pois ele teria que sair.

-Vamos concluir isso logo. Estou cansado desse velho.

Zhou e o homem mascarado saíram rapidamente, enquanto Huang treinava artes marciais no quintal. Meilin chegou perto do homem e exclamou:

-Você vai mesmo casar com ele?

Huang virou para encarar a irmã e pensou por um momento.

-Eu fiz uma promessa.

-Mas você o ama?

Pela primeira vez na vida, Jun não conseguiu responder uma pergunta. Ele costumava ser muito ousado e não tinha papas na língua, mas em questão de relacionamento, ele não tinha nenhuma experiência.

Sua infância foi resumida a brincar com Li Ming e comer doces escondidos da padaria, e sua adolescência era só estudar e conversar com Ming. Ele nunca se interessou por alguém e não imaginava que gostaria de um homem, mas a vida traz surpresas, não é?

-Eu não sei ao certo se é amor, mas sei que sinto algo muito forte por ele.

A princesa não parecia convencida, mas sorriu. Ela não queria interferir na vida do seu irmão, afinal, ela precisava se preocupar com o próprio casamento.

-O papai já marcou o meu casamento.

Huang arregalou os olhos e se aproximou da irmã, como se quisesse uma confirmação de que aquilo era verdade.

-Mas você só tem 17 anos, por que ele está tão apressado com isso?

A princesa murmurou algumas palavras desconexas e se afastou do homem, indo em direção à cozinha. O príncipe presumiu que ela não estava pronta para falar ainda, então não a seguiu. Ele já tinha problemas demais para lidar, incluindo encontrar seu amigo, que recentemente vivia ao lado de Liu Yang.

- Aquele patife covarde fugiu de mim sem mais nem menos...

- Está falando de mim, Majestade? - Liu Yang respondeu.

Huang olhou para frente. O casal estava de mãos dadas. Li Ming parecia muito feliz e Liu Yang continuava com seu sorriso sarcástico de sempre. O príncipe sentiu uma enorme vontade de arrancar aquele sorriso no soco, mas ao ver o amigo tão feliz, acabou desistindo da possibilidade.

- Você se acha o rei do universo? Por que eu estaria falando de você?

Li Ming sorriu e abraçou seu amigo, sentiu saudades daquele homem rebelde e inconveniente. O príncipe queria fingir ser forte e ignorar seus sentimentos, mas ao estar nos braços do homem que mais amava, ele sentiu as lágrimas caírem sem aviso prévio. Ele apertou o garoto com toda a força do mundo.

Ming fez um sinal para que seu companheiro desse um espaço para os dois conversarem, e assim ele fez. Huang e seu amigo foram até o quarto de Ming e começaram a conversar. Ming ouvia tudo atentamente, ele não acreditava que tantas coisas tinham acontecido em apenas um dia.

-Como você descobriu que está apaixonado por Yang?

Ming sorriu e, sem nem pensar duas vezes, respondeu:

-Meu coração batia tão rápido ao vê-lo, eu sentia que precisava ficar ao lado dele o tempo todo. Até que nos beijamos e eu tive a certeza de que estava apaixonado.

O príncipe mordeu os lábios, tentando imaginar como seria beijar Zhou Wei. Só de imaginar aquela boca fina e atrevida sussurrando palavras pervertidas, ele já sentiu seu interior esquentar e seus batimentos cardíacos desregularem. E ali ele teve a certeza de que estava apaixonado pelo seu noivo.

Ming percebeu que o amigo estava viajando em pensamentos e decidiu não atrapalhar, pois já tinha passado por aquilo também. Ele apenas acariciou a bochecha do amigo e sussurrou "qualquer coisa, estou na sala". Logo saiu pela mesma porta que Yang.

Zhou estava em um terreno baldio, observando o rei conversando com a seita kai.

Liu Yang chegou atrás do homem e segurou em seu ombro com a intenção de assustar o jovem, mas Wei nem se mexeu, estava concentrado em seu plano.

-Você é tão sem graça, A'Wei.

O homem mais alto olhou para o amigo com um olhar de desprezo e respondeu:

-Você sumiu com aquele homem sem nem me avisar, mas ainda tem coragem de me chamar de sem graça?

Liu Yang soltou uma risada baixa, se não conhecesse bem seu amigo, diria que ele estava preocupado.

-Está preocupado comigo, meu amor?

Zhou fuzilou o homem com os olhos e bateu em seu ombro.

-Você não tem o direito de me chamar assim, sou um homem comprometido.

Liu Yang acariciou o ombro e sorriu irônico, resmungando "Eu também sou". Zhou não acreditou no que estava ouvindo. Um pegador como Yang não se prenderia a uma só pessoa. Percebendo que o homem mais alto não estava acreditando em sua palavra, Yang levantou a mão mostrando um amuleto vermelho partido ao meio, do qual a outra metade estava com seu parceiro.

Zhou Wei sorriu com a breguice dos dois e sussurrou um "parabéns" para o amigo. Liu Yang estava radiante, nada poderia abalá-lo hoje. Ver seu amigo feliz daquela forma deixou o mais alto muito animado; ele queria que o homem tivesse uma vida totalmente diferente da que ele teve.

- Depois que terminarmos aqui, devemos jantar com nossos homens.

Liu Yang sorriu, concordando com a cabeça, e voltou a olhar para o rei. Seu exército estava pronto para atacar; eles queriam sequestrar o príncipe a qualquer custo. Felizmente, os dois homens estavam ali para estragar seus planos.

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