O quarteto

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Na manhã seguinte, depois de alimentar a garotinha, Huang fez outro boneco de palha para que ela pudesse brincar. Zhou ficou extremamente encantado ao perceber que o boneco era igualzinho a ele. As roupas e o cabelo eram iguais. Ele soube que aquilo era totalmente intencional e ficou extremamente feliz.

Por outro lado, Yang parecia completamente abatido. Quando acordou, só conseguiu pensar em seu amado, que ele nem sabia se estava vivo ainda. Wei ficou a manhã inteira com ele.

- Você devia comer mais. Vai ficar desnutrido desse jeito.

Liu apenas resmungou e ignorou o que o homem mais alto dizia. Ele não estava com paciência para discutir. Pela primeira vez na vida, Zhou não ouviu a voz de seu amigo nem por um minuto. E aquilo era realmente surpreendente, já que o homem era um completo tagarela.

Os dois ficaram ali, lado a lado, apenas curtindo a presença um do outro. Não houve diálogo algum, mas não foi desconfortável. Eles conheciam muito bem um ao outro, e Zhou podia ler a mente do mais novo a qualquer momento.

- Lembra de quando ganhou o seu poder? - Zhou disse.

Yang sorriu. Todos do vilarejo em que moravam ganhavam poderes ao completar 15 anos.

- Como posso esquecer? Você zombou de mim pelo meu poder ser inútil.

Os dois gargalharam.

- Hoje em dia, eu não acho o seu poder inútil, é apenas peculiar.

Liu Yang ganhou o poder de metamorfose. Ele poderia se transformar em qualquer ser vivo que quisesse, mas costumava não usar o seu poder, pois era péssimo nisso.

- Eu odiei quando tentei me transformar em um dragão, mas virei um sapo.

Zhou gargalhou intensamente ao lembrar desse dia. Ele ficou o dia todo carregando o sapo para todo o lado, já que o mais novo não conseguia voltar à sua aparência original.

-Não ria, eu fiquei muito desesperado naquele dia.

Os dois sorriram alegremente e se abraçaram. Nos últimos anos, eles haviam deixado sua amizade de lado por conta dos planos de matar o rei. Então, voltar a sorrir assim era uma grande vitória para os dois.

- Vocês já se beijaram, não é? - Yang perguntou.

Zhou corou e desviou o olhar com a pergunta repentina do amigo.

- Não é da sua conta.

Yang sorriu ainda mais.

- Eu vi vocês dois se beijando depois que você me colocou na cama.

Zhou deu um tapa no ombro do mais novo e falhou em conter o sorriso frouxo que estava estampado em seu rosto.

- Aquele não foi o primeiro beijo de vocês, não é?

Zhou ficou ainda mais envergonhado ao perceber que o amigo o conhecia muito bem para reparar nisso. Ele sorriu ainda mais e balançou a cabeça negando.

Yang sorriu ainda mais. Ele estava feliz de saber que seu amigo finalmente havia encontrado seu amor para a vida toda, sua alma gêmea.

Depois de alguns minutos provocando o amigo, Huang entrou pela porta sorrindo e mostrou um desenho.

- A garotinha me desenhou.

Zhou estava horrorizado, aquele desenho parecia um monstro ou um demônio. A garota realmente não sabia desenhar, ela apenas rabiscava e não fazia forma alguma. Mas o príncipe parecia tão feliz que o homem não quis estragar a sua felicidade, então apenas sorriu.

Yang, por outro lado, estava sorrindo descontroladamente. Ele sorriu tanto que suas bochechas estavam vermelhas.

- Você parece um demônio - disse Yang, sorrindo.

The Great WarOnde histórias criam vida. Descubra agora