tigre

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-"Eu não tenho tempo para fingir que você é engraçado", Huang disse enquanto ouvia as piadas de A'Liang.

O homem mais alto bufou e sentou ao lado do rapaz rabugento. Ele estava assim desde que descobriu que seu noivo havia saído e só iria voltar no outro dia.

-"Você não consegue ficar nem um tempo longe dele?", A'Liang debochou, enquanto regava o jardim da seita.

Huang soltou uma risada irônica e revirou os olhos. Ele odiava ficar longe do amado, mas já havia ficado uma semana sem ele. Por que não poderia aguentar um dia?

-"Claro que eu consigo, me dê isso, eu vou ajudar a regar", o príncipe pegou o regador da mão do amigo e começou a regar as plantas.

A'Liang começou a rir e contar sobre os acontecimentos recentes, dando ênfase na parte da batalha que eles não participaram. Jun ficou preocupado com a irmã, mas concluiu que agora ela é uma mulher casada e seu irmão não pode ficar interferindo em sua vida.

A'Wu não estava muito longe. Enquanto Huang e A'Liang regavam as plantas, ele cuidava das galinhas. Os dois homens tinham presenteado o casal com elas.

-"Ainda não entendi por que ele gosta tanto de galinhas", Huang disse, olhando para Wu.

Liang sorriu, olhando para seu homem. Seus olhos brilharam; ele amava ver Wu fazendo o que gostava.

-"Ele é apaixonado por galinhas. É uma longa história", explicou Liang.

Jun revirou os olhos e continuou regando as plantas. Ele assumiu mentalmente que não era bom nisso, então entregou o regador para Liang e sentou na cadeira que Zhou havia feito para ele.

-"Preguiçoso", Liang sussurrou e mostrou a língua para o homem.

☆☆☆

A princesa segurava o pequeno garoto em seu colo. As pessoas que haviam sobrevivido à guerra se esconderam em um vilarejo abandonado. Muitas famílias foram destruídas e, por um momento, ela sentiu-se sem saída. Não sabia onde seu irmão estava e nem se seu marido ainda estava vivo. A única pessoa que ela tem agora é a criança.

- "Princesa, não chore" - A criança disse, enquanto enxugava as lágrimas da mulher com os seus dedos pequenos.

Meilin abraçou o garoto com todo cuidado do mundo, temendo que ele a abandonasse também, mas Huan não tinha nenhuma pretensão de ficar longe da mulher. Ele sentia mais dó dela do que de si mesmo.

Depois de tanto chorar, os dois entraram no quarto principal. Por ser a esposa do filho do líder, ela tinha prioridades. O garoto correu até a cama, sorrindo ao ver que era tão grande. Meilin já estava acostumada com esse tipo de decoração, mas sorriu ao ver o garoto tão feliz com algo que para ela era tão insignificante.

Ela sentiu que esse garoto foi enviado por algum Deus para salvá-la da solidão. Já imaginava que seu marido não estava mais vivo, e ela teria que conviver com a dor de ser viúva para sempre.

Mas esse garoto... ele a salvou de todas as formas possíveis. Ele é pequeno, mas não é inocente; suas atitudes podem ser comparadas com as de um adulto. Ela concluiu que Lian devia ter passado por coisas terríveis para conseguir alcançar tamanha maturidade.

Quando a noite se instalou no céu, a mulher segurou na mão do garoto e o levou para a cama. Ele estava tão sonolento que quase não conseguia andar. A mulher o cobriu com uma manta azul piscina e beijou sua testa, deitando-se ao seu lado e cantando canções de ninar, algo que ele não ouvia há muito tempo.

-"Dorme bem, meu bebê", a mulher sussurrou, dormindo logo em seguida.

☆☆☆

-"Quero que o ritual seja feito antes do ano novo. Vamos fazer hoje", Yang disse, enquanto massageava as costas do amado.

Ming resmungou baixo. Estava relaxado demais para se estressar com o parceiro, então desferiu apenas duas palavras.

-"Então faça", Ming se virou e olhou para o homem. Sua expressão era neutra.

Yang sabia que pelo tom de voz usado, seu desejo não seria concedido e ele não teria a audácia de desobedecer o homem que se mostrara muito mandão.

-"Temos todos os elementos necessários, só precisamos sequestrar o Huang", Yang resmungou. Ele parecia chateado.

Li Ming não tinha paciência para aturar a infantilidade do seu homem, então revirou os olhos e pegou um livro para ler.

-"Sequestrar Huang é muito perigoso. Você sabe que Zhou Wei nos ameaçou da última vez."

A'Yang revirou os olhos e levantou, ficando na frente do amado. Ele segurou seu rosto com as duas mãos e disse:

-"Eu não tenho medo dele. Você tem?"

Ming socou o ombro do homem mais alto, fazendo-o gemer de dor.

- "Eu não tenho medo de ninguém, mas não sei como conseguir viver se você morrer"

Ao desferir essas palavras, Ming calou a boca imediatamente. Não sentia arrependimento por finalmente confessar os seus sentimentos tão diretamente, mas não queria ter dito aquilo naquele momento crucial. Yang, por outro lado, irradiava alegria; seu sorriso era tão grande que seu rosto começou a doer.

Suas mãos grandes apalparam a cintura do homem mandão em um abraço caloroso. Ele sorriu envergonhado, seu rosto estava vermelho e ele sabia disso. Torceu para que o abraço durasse mais tempo, para que o parceiro não pudesse ver sua face, da qual faria piada pelo resto de sua vida.

Ao se desfazer do abraço, Yang beijou os lábios avermelhados do seu homem, fazendo-o gemer baixo. Ele tinha um beijo de tirar o fôlego; seus lábios sugavam os do homem com tanta vontade, como se houvesse anos que não se beijassem.

Ming se permitiu derreter nos braços do homem, que o levou até a cama. Yang desferiu beijos por toda a extensão de seu pescoço, deixando marcas avermelhadas, na intenção de "marcar território". Os gemidos de Ming ficavam cada vez mais altos e o homem resolveu não se conter mais, entregando-se totalmente ao rapaz de cabelos cinzentos.

- Não se atreva a parar agora - Ming sussurrou, sabendo que seu parceiro gostava de provocá-lo.

A'Yang soltou uma risada franca e apertou a cintura do rapaz, fazendo-o gemer.

- Mesmo se eu quisesse, não conseguiria resistir a você - Yang disse.

Aquelas foram as últimas palavras lançadas naquela noite. Depois disso, apenas gemidos foram ouvidos, e os guardas bufaram, sabiam que não conseguiriam dormir em paz naquela noite.

The Great WarOnde histórias criam vida. Descubra agora