O casamento

8 2 2
                                    

Ao sentir o toque caloroso do seu homem em seus cabelos, Zhou sentiu-se satisfeito. Desde que chegou na casa, não conseguia pensar em mais nada, apenas no casal traiçoeiro que os cercava. Seus olhos dourados estavam entreabertos, curtindo o carinho da mão alheia.

- Você é tão manhoso, fique quieto. Tenho que pentear o seu cabelo - Huang exclamou.

O rapaz mais alto apenas concordou, consertando sua postura e esperando o príncipe continuar a cuidar de seu cabelo.

- Eu não matei aqueles guardas sozinho. A'Wu e A'Liang me ajudaram. -Jun exclamou.

Zhou sorriu ao lembrar do casal. Aqueles dois homens eram bem mais novos que eles, mas já eram tão valentes que ele sentiu inveja. Queria ter tido tanta coragem assim quando era adolescente.

O príncipe terminou de pentear o cabelo do outro e sentou-se em seu colo, massageando os ombros do parceiro.

-Você é um homem inteligente, seu único defeito é ser leal demais. Você não consegue perceber quando pessoas próximas estão mentindo para você.

Wei encarou o homem, sentindo lágrimas nascerem em seus olhos. Ele odiava saber que seu amado está certo. Huang sentiu-se mal por ter jogado uma verdade tão dura em cima do amado. Ele o abraçou, sentindo as lágrimas do homem caírem em suas costas.

Zhou deitou seu homem na cama, posicionando-se em cima dele. Houve uma troca de olhares demorada entre os dois. Jun sentiu suas bochechas esquentarem, percebendo que aquela posição era extremamente vergonhosa.

O homem mais alto soltou uma risada frouxa ao ver seu amado tão vermelho. Ele beijou o pescoço do rapaz, deixando o local avermelhado. Huang não conseguiu descrever o que era aquela mistura de sensações, mas ele gostou muito. Seus olhos se fecharam completamente, aproveitando o toque alheio.

Ao ter a permissão que precisava para continuar o ato, Wei deslizou sua mão pelo peitoral do homem, deixando o local exposto. Seu abdômen definido chamou a atenção do homem mais alto, que esbanjava desejo só pelo olhar. Sua boca secou; ele não acreditava que poderia sentir algo tão forte assim.

Percebendo o desejo no olhar do outro, Jun sentiu-se nervoso. Ele nunca tinha sido tocado dessa forma antes. Zhou é seu primeiro homem. Ao notar o nervosismo do rapaz, Wei queria lhe dar uma sensação de conforto. Ele deslizou sua língua pela extensão do abdômen do outro, fazendo-o gemer baixo e exclamar:

- Devagar, meu amor.

☆☆☆

Ming estava vestindo sua roupa, enquanto Yang penteava os próprios cabelos. O casal havia tido uma noite longa e estavam tão cansados que não pretendiam continuar com o plano naquele dia.

- Você pode pentear o meu cabelo? - Yang exclamou, sorrindo gentilmente.

O homem não queria aceitar, mas não conseguia dizer não para aquele sorriso bobo. Ming pegou a escova e começou a pentear o cabelo do amado, com uma expressão séria no rosto, tentando mostrar que não gostava daquilo. Mas Yang conhecia muito bem o homem, a ponto de saber que ele estava gostando.

- Estou com fome, devíamos comer algo.

Ming apenas concordou com o comentário do outro e parou de escovar o cabelo, segurando a mão do amado e levando-o para a cozinha da seita. Nesses dias que ficaram juntos, Yang aprendeu a cozinhar para que pudesse alimentar seu amado, que sempre foi ruim quando o assunto é fazer comida.

O homem mais alto começou a cozinhar, cortando todos os legumes, enquanto Li sentava na cadeira ao lado da mesa, pensativo.

-Você é lento demais, deixe que eu convença o príncipe - Ming argumentou.

O rapaz virou-se para encarar o parceiro, percebendo que havia um brilho de esperança em seus olhos; ele estava pedindo permissão.

-Eu sou só a cabeça, você é o pescoço, então você decide, não é? - Yang zombou.

Ming gargalhou e abraçou seu amado por trás, beijando sua nuca e sussurrando:

-Eu não vou te decepcionar.

☆☆☆

A princesa parecia sorridente, mas não estava; seu sorriso era puro nervosismo. Hoje é o dia do seu casamento. Seu pai a prometeu para o filho do líder da seita Kai devido à sua bondade em salvá-los da guerra.

- Minha filha, você está linda - o rei exclamou.

A garota tentou sorrir, mas seu sorriso não chegou aos olhos. Ela estava mesmo linda. Seu vestido de noiva era tradicional, mas estiloso. Havia muitos tons de vermelho, e seus sapatos eram radiantes. Qualquer mulher teria inveja dela agora.

Apesar do seu noivo ser um homem bom, ela não o amava, e nem pretendia começar a amar. Seus olhos esbanjavam ódio. Tudo que ela queria era fugir desse local e encontrar o seu irmão, mas isso parecia ser um desejo distante no momento.

- Papai, eu não quero me casar. Por favor, vamos embora - a mulher suplicou.

O rei bufou de raiva e socou a barriga da garota, fazendo-a cair no chão, gemendo de dor.

-Você se casará com esse homem de qualquer jeito.

A garota não chorou, com medo de estragar a maquiagem. Chen se retirou do local, dando início à cerimônia. Apesar de estar agindo contra a sua vontade, a mulher entrou no local da cerimônia sorrindo gentilmente. Seu noivo achava a garota extremamente linda e, quando a viu, falhou em fingir que era apenas sua obrigação. Ele sorriu alegremente para ela.

O casamento ocorreu lindamente. Todas as seitas haviam sido convidadas. Os homens bufavam e se lamentavam por não terem pedido a mão da princesa. Aquela mulher era realmente graciosa e chamava a atenção por onde passava.

Por um momento, Meilin sentiu-se como um pedaço de carne. Havia tantos homens a desejando que ela teve que se esconder no jardim da seita. Ela começou a chorar, sentindo seu coração doer. Ela nunca imaginava que ia se casar forçada dessa forma.

Ela encostou a cabeça em seus joelhos, usando-os de apoio, para que pudesse chorar sem que ninguém percebesse.

- Minha princesa, por que estás chorando? - Seu noivo exclamou e sentou ao seu lado.

A garota não respondeu, não queria que seu noivo visse seu rosto todo bagunçado logo no dia do casamento. O homem abraçou o pequeno corpo da mulher, tentando transmitir conforto. Ele sabia exatamente o que ela estava sentindo.

- Eu também fiquei surpreso ao saber que casaria com você, mas eu prometo que sou um homem bom e vou protegê-la sempre que precisar. Não precisa ter medo de mim.

A mulher levantou seu rosto, encarando o homem que sorria. Ela sentiu empatia pelo rapaz, então sorriu de volta, usando o ombro do homem como apoio para sua cabeça.

O rapaz hesitou em colocar sua mão no ombro da garota, ficou com medo de deixá-la desconfortável, então apenas deixou sua mão em cima da grama. Sua mulher continuava chorando, e ele sentiu, pela primeira vez na vida, que não conseguiria ajudar alguém, pois a dor da garota era imensurável.

A mulher segurou o choro e olhou para o seu novo marido, tocando em seu rosto. Nunca tinha notado que seu rosto era tão bonito. Ele tinha olhos laranjas, cabelos castanhos, rosto fino e bochechas coradas. É um homem perfeito, desejado por muitas garotas. Meilin se sentiu mal por estragar o sonho de outras mulheres, mas sorriu por ter alguém tão bonito como marido.

- Você é lindo, meu irmão vai amar te conhecer.

O homem sorriu, suas bochechas ficaram avermelhadas instantaneamente.

- Eu também vou amar conhecer o seu irmão.

The Great WarOnde histórias criam vida. Descubra agora