Presa

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Huang meditava na cela, ele estava ali há alguns dias e já estava começando a ficar entediado. Seus olhos estavam fechados, mas ele ouvia tão bem que nem precisava abrir os olhos para saber que Yang estava o observando.

- Tem algo no meu rosto? Seu amado não gostaria de saber que você está me olhando desse jeito - Jun zombou.

O homem mais alto sorriu e se agachou, ficando cara a cara com o rapaz carrancudo. Ele segurou na grade da cela e sussurrou:

- Está tão engraçadinho esses dias, não é? Eu não te fiz nenhum mal, devia estar agradecido.

O homem que meditava abriu os olhos e sorriu, sussurrando de volta:

- Você não merece o meu respeito. Eu sou o príncipe, você que deveria estar no meu lugar.

Yang gargalhou, alisou a bochecha do homem, levantou rapidamente e abriu a cela, segurando no braço do príncipe.

- Tudo bem, príncipe, vou levá-lo para o quarto de visitas. Tenho certeza que Zhou Wei gostaria que você ficasse em um local mais elitizado.

O príncipe não disse nada, apenas deixou-se ser levado por Liu. Ele imaginava que nada poderia ficar pior do que isso, então suspirou e, quando chegou no quarto, apenas sentou na cama.

Havia muitas roupas ao lado da cama. A decoração do quarto era rústica, com flores pintadas no teto e rosas em vasos na janela. Ele concluiu que Yang realmente gosta de flores.

Liu Yang estava encostado na parede, esperando algum comentário do homem, mas nada saiu de sua boca. Ming chegou no local e beijou a bochecha do amado, acariciando seus cabelos cinzas.

"Meu amor, o príncipe continua relutante?" - Ming perguntou, usando uma voz mais suave do que o normal.

O príncipe soube naquele momento que ele não iria sair daquele local com tanta facilidade. Ming direcionou seus olhos verdes para encará-lo, sorrindo em seguida.

-Seu amado ainda não veio te buscar... talvez não te ame tanto assim, sinto muito, Huang - Ming parecia realmente sentir muito, mas Jun não caiu naquele papo.

O homem apenas bufou e revirou os olhos. Ele se levantou, pegou uma muda de roupa e dirigiu-se para a tina do local. Por respeito ao rapaz, o casal saiu do quarto, fechando a porta e deixando o homem emburrado tomar o seu banho tranquilamente.

"Ele está cada vez mais difícil de domar, deveríamos começar o processo do ritual nesse instante", Yang disse, enquanto apertava a cintura de Ming.

O homem mais baixo gemeu baixo em seguida. Amava quando seu parceiro apertava sua cintura. Por um momento, ele esqueceu do assunto que Yang estava tratando, então apenas concordou e beijou o pescoço do mais alto. Ele deslizou sua mão direita pela extensão do abdômen definido do homem e sussurrou algo indecifrável.

Yang não disse mais nada além de "vamos para o quarto". Eles se estabeleceram lá por horas. Todos os guardas que rondavam os corredores ao lado do quarto já haviam colocado tampões de ouvido para não ter que ouvir os gemidos altos dos dois homens. Eles pareciam ter energia suficiente para fazer isso o dia inteiro.

☆☆☆

A princesa havia sido curada pelo casal de homens que habitavam o jardim. Um deles, o mais falante, era muito bom com ervas medicinais. Ela ficou boa tão rápido que o seu marido chorou de alegria. Apesar de achar a reação do homem muito exagerada, ela ficou feliz de saber que alguém ansiava pela cura dela.

A relação dos dois parecia melhor a cada dia que passava. Ela gostava muito do marido, ele era gentil e nunca tentou abusar de seu corpo. Na verdade, nenhum dos dois havia visto o parceiro sem roupa. Ele a respeitava completamente, sempre deixava claro que não era necessário ter uma troca íntima de carinho para que ele a amasse, pois já a amava.

Ao acordar de manhã, ela sentiu um cheiro maravilhoso invadir suas narinas. Ela tinha certeza de que era o cheiro de comida. Correu até a porta do quarto e, antes que pudesse abrir, seu marido entrou. Ele estava carregando uma bandeja com vários tipos de alimentos. A garota ficou encantada com tanta comida.

O homem sorriu ao ver sua esposa tão feliz com a comida que ele preparou. Meilin não parava de comer; suas bochechas estavam tão estufadas que ela não conseguia falar, só conseguia mastigar.

O casal de homens estava sentado na calçada em frente ao quarto da princesa. A'Liang não parava de tagarelar sobre as flores vermelhas que havia plantado recentemente, enquanto seu parceiro respondia com "hm" todas as vezes.

Apesar de haver muito silêncio por parte de A'Wu, ele gostava de ouvir o seu amado falar. Sua voz era música para seus ouvidos, e ele tinha certeza disso desde que o conheceu. A dupla ficou ali por um bom tempo, esperando a princesa sair do quarto para que pudessem ensiná-la sobre outros tipos de flores, mas uma movimentação na entrada do vilarejo os fez levantar dali.

Havia muitos homens armados, e um deles estava na frente, liderando os outros. Esse homem tinha roupas pretas com detalhes de flores rosas. A'Wu imediatamente puxou o seu amado para longe do local, pois ele era a sua prioridade e sabia que o seu amigo conseguiria salvar a princesa e guerrear em seu lugar se fosse necessário.

O homem de delineado apenas sorriu e fez um gesto para que o exército atacasse; seus homens eram muito bem treinados, não havia falhas em seus movimentos, nem fagulhas de esperança para os moradores daquele local. Eles sabiam que seriam exterminados.

Li Kai saiu do quarto principal ao ouvir o barulho de espadas. Ele correu para o salão principal, onde uma guerra fatal parecia ter começado. O exército da seita estava em desvantagem e ele sabia que precisava ajudá-los. Mas só de pensar na possibilidade de não conseguir permanecer vivo para ver a sua princesa novamente, ele estremeceu. Seu corpo começou a suar frio. Ele segurou a espada, tirando-a da bainha, e a direcionou para o homem que parecia liderar a gangue.

Yang sorriu e levantou as mãos em sinal de redenção. Ele estava se divertindo com a ousadia do rapaz. O homem de olhos laranjas recuou ao ver o sorriso do rapaz, acreditando que a qualquer momento a sua atitude poderia mudar drasticamente, e ele não conseguiria lutar com um homem desse tamanho. Ele aparentava ter mais de um metro e noventa.

-"Eu tenho um metro e oitenta, na verdade"- respondeu o homem de delineado, na tentativa de matar a curiosidade do rapaz.

Kai ficou boquiaberto, seus olhos se arregalaram tanto que Yang acreditou que sua aparência devia estar muito deplorável para o filho do líder o olhar dessa forma.

-"Como sabia que eu estava pensando nisso?"- o homem gaguejou, falhando na tentativa de não demonstrar medo.

O homem de roupas pretas apenas sorriu, assoprando um pó roxo no rosto do rapaz, fazendo-o cair no chão inconsciente.

The Great WarOnde histórias criam vida. Descubra agora