O braço do rei

6 2 2
                                    

Huang acordou em um local diferente. Havia um pano cobrindo seus olhos e seus braços estavam amarrados a uma cadeira. Ele ouviu passos curtos e barulhos de algo parecido com... beijos?

- Eu vou vomitar se continuarem com isso - Jun exclamou.

O príncipe sabia muito bem onde estava e com quem estava. O cheiro de rosas que Yang emanava era perceptível de longe. O casal olhou para o homem vendado e sorriu.

- Você é tão sem graça, Huang. Como sabia que era a gente? -Yang perguntou.

O homem apenas revirou os olhos, sabendo que o casal não iria perceber.

- Você usa perfume demais, Yang.

Os dois homens gargalharam e Ming beijou o pescoço do amado, acariciando seu abdômen.

- Realmente, você exagerou um pouco.

- Você disse que gosta desse cheiro, por isso exagerei - Yang refutou.

Ming sentiu-se extremamente amado e beijou o homem novamente, deixando o rapaz vendado desconfortável. O príncipe revirou os olhos e balançou a cabeça, fazendo com que a venda caísse e pousasse em seu pescoço.

O casal percebeu o olhar do outro e se afastou ligeiramente. Ming se aproximou do homem e sorriu, exclamando:

- Perdoe a nossa grosseria em te sequestrar assim. Eu sabia que você não ia querer vir por livre e espontânea vontade.

Jun acenou com a cabeça, indicando que não havia necessidade de pedir perdão. Seus olhos encararam o pescoço de Ming; havia muitas marcas vermelhas ali. Ele olhou para Yang, demonstrando desaprovação em seu olhar. O homem mais alto apenas desviou o olhar, totalmente envergonhado.

- Vocês são tão escandalosos - Huang resmungou.

O casal apenas revirou os olhos. Liu sentou-se em seu trono e deixou que seu amado tivesse uma conversa privada com o amigo. Ele não ouviu nada da conversa, mas percebeu que os olhos de Jun se arregalaram ligeiramente, deixando-o intrigado para saber o que seu amado havia dito.

☆☆☆

Zhou passou a manhã toda dormindo. Yang havia colocado sonífero em sua comida para que não atrapalhasse o sequestro. Seus olhos abriram rapidamente; ele havia tido um pesadelo no qual Ming e seu amado morriam.

Ao verificar toda a casa e não encontrar seu parceiro, Wei sentiu uma pontada de desespero em seu coração, imaginando que talvez seu pesadelo tivesse se tornado real.

Ele entrou no quarto da garotinha, que ainda estava em sono profundo. Decidiu não acordá-la e saiu de casa determinado a trazer seu noivo de volta.

Nem percebeu quando chegou ao estabelecimento do casal traiçoeiro. Não havia guardas na entrada. Ele passou rapidamente, já sabendo que era uma armadilha, e sentiu um par de olhos encará-lo.

Seus movimentos bruscos foram rapidamente captados pelo homem de meia-idade que o encarava.

- Quem você pensa que é? Como pode invadir este lugar sem mais nem menos? - O rei gritou.

O rapaz alto revirou os olhos com desdém. Ele não estava afim de lutar naquele momento; tudo que ele queria era seu príncipe.

- Meu Rei, eu te tratei com tanta piedade por tantos anos, resisti à vontade de matá-lo por conta de seu filho, mas você continua me considerando seu maior inimigo? - Disse Zhou.

Chen gargalhou intensamente. Havia disfarçado seu braço enfaixado com a roupa para que o homem mais alto não pudesse tirar vantagem dele, mas falhou nisso, pois sentiu seu braço deixar o seu corpo novamente.

Wei havia arrancado o braço do rei, jogando-o para longe do local. Seus olhos dourados escureceram e, pela primeira vez na vida, Zhou viu o rei ajoelhado, implorando por piedade.

Ele sentiu-se extremamente feliz ao ver tal cena, gargalhou intensamente e passou pelo rei, ignorando todas as suas preces. Seus passos foram tão rápidos que o casal nem percebeu que o homem apontava uma espada dourada para eles.

Os dois rapazes arregalaram seus olhos com a tamanha audácia do homem em apontar tal objeto para eles. Huang não perdeu tempo, deslocando-se até o seu amado e ficando ao seu lado.

- Quando vocês vão aprender a respeitar o príncipe? - Zhou argumentou, sem perceber que estava gritando.

Seus olhos esbanjavam ódio, sua espada continuava erguida e sua postura estava ereta. O casal não se mexeu, temendo que o tal objeto os cortasse ao meio. Xingavam-se mentalmente por terem dado um dia de folga para os guardas que protegiam o portão principal.

- Meu amigo, não fizemos nada demais com o seu príncipe, não seja tão emotivo - Yang respondeu à pergunta.

O homem havia usado uma voz tão áspera que até seu amado se retraiu, mas isso não foi suficiente para intimidar o rapaz de olhos dourados. Ele continuava na mesma posição, erguendo o braço direito para empurrar cautelosamente o seu amado para ficar atrás de si.

- Não estou sendo emotivo. Se sequestrarem o meu amor novamente, nenhum dos dois sairá vivo - Wei gritou.

O grito do homem assustou a todos à sua volta, inclusive o seu amado, que estava posicionado dois passos atrás dele. Suas mãos foram em direção à cintura do rapaz mais alto, sussurrando em seguida:

- Meu homem, vamos para casa, por favor - Jun sussurou.

A voz calma de seu parceiro aliviou as emoções raivosas que habitavam dentro de Zhou Wei. Ele sentiu seu interior se acalmar e abaixou a espada prontamente. Pegou o seu amado no colo e saiu do local. Foi tão rápido que o casal nunca poderia imaginar aonde ele estava indo. Além de ser rápido, o homem tomava cuidado para não deixar pegadas.

-Você acha que ele vai nos obedecer? - Yang perguntou, olhando diretamente para o homem mais baixo.

Ming sentou-se no trono e fez um sinal com a mão, indicando que queria massagem em seus pés. Yang abaixou-se e massageou os pés macios do amado, esperando a resposta para a sua pergunta.

-Eu tenho certeza que ele vai - Ming respondeu depois de alguns minutos.

O homem que estava ajoelhado apenas resmungou algo indecifrável e continuou massageando os pés do homem, parando depois de alguns minutos.

-Eu gosto de ver você nessa posição, continue - Ming ordenou.

Yang elevou o olhar para o seu homem e sorriu, envergonhado com suas palavras. Ele levantou-se e beijou os lábios macios do rapaz que tanto ama, enquanto massageava o seu couro cabeludo, ouvindo um gemido manhoso do rapaz.

-"Eu amo ouvir esse som", Yang sussurrou, referindo-se ao gemido do rapaz mais baixo.

Li Ming afastou o rosto do homem mais alto e empurrou o corpo do rapaz para que caísse de joelhos no chão novamente.

-Eu mandei continuar -Ming sorriu sem mostrar os dentes.

Seu parceiro apenas resmungou e fez bico, mas não ousou reclamar. Obedeceu imediatamente e começou a massagear os pés do homem novamente, deixando um sorriso frouxo escapar.

The Great WarOnde histórias criam vida. Descubra agora