A troca

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Yang se aproximou lentamente do local, subiu na janela, atravessando-a facilmente, e se encontrou no quarto de Huang. Já eram cerca de 2 da manhã. Ele jogou um pó sonífero na boca do homem, fazendo-o cair em um sono profundo.

Ao acordar de manhã, Zhou entrou no quarto onde Jun havia dormido. Ele havia sentido falta do corpo pequeno do homem em seus braços.

- Você me deixou sozinho ontem, eu senti sua falta - Zhou comentou enquanto pegava Huang no colo.

O rapaz mais baixo abriu os olhos e olhou para o homem que o carregava.

- A'Wei, você é tão gentil.

Zhou sorriu alegremente ao ouvir o apelido. O único que costumava chamá-lo assim era Yang, seu antigo melhor amigo, o homem pelo qual ele sacrificaria a vida se fosse necessário. Mas ele só pensava assim antes de conhecer o seu tão amado príncipe.

- Você nunca é carinhoso desse jeito, o que deu em você? - Wei zombou.

O príncipe sorriu maliciosamente, acariciou o peito do homem mais alto e exclamou:

- Me leve para comer algo, estou com fome.

O rapaz obedeceu sem questionar, levando o amado para a cozinha, onde a garotinha já estava devorando o café da manhã. Zhou colocou o príncipe na cadeira em que ele costumava sentar e o serviu com a sua comida favorita.

☆☆☆

A princesa acordou em sua cama, havia um prato de comida ao seu lado e seu marido não estava lá. Seus lábios estavam tão secos que ela sentiu necessidade de beber algum líquido.

Ela verificou o local, procurando algum líquido para tomar. Seu marido entrou no quarto segurando um copo de água. Ela sentia-se totalmente amada por esse homem, mas não queria admitir que talvez sentisse algo por alguém com quem foi obrigada a casar.

- Minha princesa, eu trouxe água para você. Está tudo bem?

Meilin sorriu e aceitou a água, bebendo-a imediatamente. Ela sentiu-se melhor depois disso.

-Você quer que eu peça para os criados trouxerem mais água para você?

A garota apenas balançou a cabeça em negação e sorriu para o seu marido, que parecia profundamente preocupado por conta do acontecimento da noite passada, na qual ela não conseguia parar de chorar.

O homem queria tirar a garota dali, para que ela pudesse pegar um pouco de ar fresco, então ele pegou na mão pequena da esposa e a guiou até o jardim do local, que ela tanto amava.

Ao chegarem ao local, encontraram os dois homens que cuidavam das flores. Eles sorriram para o casal, e o rapaz mais baixo exclamou:

"A'Kai, estamos terminando de plantar algumas flores. Você disse que queria flores rosas para a sua esposa, não é?"

Li apenas fez uma careta para o homem, indicando que aquilo não poderia ser falado. O homem mais baixo apenas engoliu em seco e cutucou o rapaz ao seu lado, que estava apenas observando a situação.

"Ele só fala besteira, ignore o que ele disse, princesa."

O homem mais alto é ninguém menos que Xiao Wu, e o rapaz ao seu lado é Wen Liang, o casal que vive almoçando no restaurante da vila. O príncipe já havia comentado sobre eles para a princesa. Os dois homens costumam cuidar do jardim, pois o rapaz mais baixo é obcecado por flores. Li Kai apenas relevou a situação e exclamou:

"Esses são Xiao Wu e Wen Liang. Eles não são da nossa seita, mas começaram a morar aqui quando perderam suas seitas para a guerra."

O casal sorriu para a princesa, demonstrando admiração pela mulher. O homem falante não conseguiu segurar a vontade de falar algo e exclamou:

- A princesa já está se acostumando com o local? Ou é necessário que eu plante mais flores?

A garota sorriu com a gentileza do outro. Ela amava flores e ver o rapaz cuidar tão bem do jardim para agradá-la deixou a mulher muito feliz. Ela abraçou o homem, e sua mente, que estava nublada de tristeza, automaticamente se inundou de esperança e felicidade. O rapaz correspondeu ao abraço, apesar de estar envergonhado com o ato de carinho.

Wu não pareceu gostar daquele gesto, então segurou o ombro do parceiro e resmungou algo indecifrável. Liang apenas sorriu e se afastou da princesa, obedecendo ao parceiro.

Meilin entendeu imediatamente o que aquele gesto significava e se encolheu ao lado do amado, sentindo-se mal por atrapalhar a relação dos dois.

-Eu não queria incomodá-lo, me perdoe - A garota disse, direcionando o seu olhar para o homem mais alto, que parecia ser muito ciumento.

O rapaz apenas concordou com a cabeça e pegou na mão do seu amado, levando-o para longe do local. Os recém-casados apenas sorriram com o acontecimento, estavam morrendo de vergonha.

☆☆☆

Ming estava sentado em seu trono, segurando o colar tão amado pelo rei. Seus olhos verdes estavam tão assustadores que o homem à sua frente deu dois passos para trás, no intuito de correr antes que não pudesse salvar a própria vida.

Porém, era lento demais. Num piscar de olhos, o homem de olhos verdes agarrou seu pescoço e desferiu as palavras:

- O plano está ocorrendo como planejado? - Ming perguntou. Sua voz parecia calma e serena, apesar de seu humor atual não ser esse.

O rapaz não conseguia respirar, mas balançou a cabeça, afirmando que sim. Isso tranquilizou o homem, fazendo-o largar o pescoço do servo à sua frente.

- Não preciso mais de você, vá - o rapaz de olhos verdes proferiu.

O servo nem chegou a pensar duas vezes; ele se retirou do local, soltou um suspiro por conta de sua respiração desregulada. O homem sentou-se no trono novamente. Ele amava aquele local, mas já estava ficando entediado sem o seu parceiro ali. Ele sussurrava poemas de amor enquanto comia uvas, aparentava estar calmo.

Havia dois guardas ali, esperando ordens enquanto protegiam o local. Ming se cansou de comer e andou lentamente até os dois homens de alta estatura. Os dois se curvaram imediatamente, imaginando que o homem iria ditar uma ordem.

- Não é necessário, só quero saber se ele está na masmorra agora. Eu quero vê-lo.

Os dois homens disseram "sim" em uníssono e guiaram o rapaz de olhos verdes até a masmorra do local. Apesar de estar cheia de pessoas, o local era bem limpo. Havia mais de cem pessoas ali, esperando para serem libertadas. Todos ali haviam cometido imensos crimes, como abuso sexual e violência doméstica.

Ming gostava de colocar aquelas pessoas ali. Queria punir todos que cometiam crimes tão sujos como aquele, pois ele foi uma das vítimas. Ele se sentia como um justiceiro, apenas esperando o momento em que iria triunfar e matar todos daquele local, exceto por uma pessoa, um homem em específico.

Esse rapaz não havia cometido nenhum crime; ele estava ali apenas por precaução. Li Ming sentia-se mal por deixar o homem nesse local, mas sabia que se o colocasse em uma suíte do vilarejo, ele simplesmente fugiria.

- Não se preocupe, não vai ficar muito tempo aqui - o homem de olhos verdes segurou na mão do rapaz.

Sua compaixão não era algo que o homem que estava dentro da cela almejava; ele apenas gargalhou. Sua risada irônica não irritou o rapaz que estava fora da cela; pelo contrário, ele parecia feliz por saber que o homem ainda tinha energia para sorrir.

The Great WarOnde histórias criam vida. Descubra agora