Ponto fraco

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Zhou acordou em uma cela escura. Seus olhos se adaptaram ao ambiente depois de alguns minutos. Ele se levantou e segurou nas grades, gritando:

-Alguém está aí?

Seus olhos dourados cintilavam ao nascer do sol. Ele observou o local. A única coisa que havia ali era um corredor escuro. Ele parecia estar em uma cela solitária.

Observou todo o local e percebeu que havia um Zhongruan ali. Ele sentou ao lado do instrumento e o pegou, tocando a mesma canção que havia tocado no dia em que conheceu seu amado. Ao relembrar desse momento, ele sorriu.

Uma voz aveludada invadiu a cela.

-Eu sabia que iria gostar disso.

Wei levantou o olhar, encarando o homem conhecido que estava na frente de sua cela, sorrindo inocentemente. Ele sentiu-se completamente idiota por não ter acreditado em seu amado.

Yang adentrou a cela usando sua roupa rotineira: um hanfu preto com detalhes de flores rosas, combinando com seu delineado. Zhou olhou para aqueles olhos e sentiu que aquele rapaz emanava uma falsa gentileza.

- Você realmente tinha que acertar meu ponto fraco? - Wei exclamou.

Liu sorriu, sabia exatamente do que o homem estava falando. Sequestrar o rei e roubar a coroa era o que Zhou mais queria nesse mundo antes de conhecer seu amado, mas o homem arruinou seus planos.

- Me perdoe, não queria roubar seu plano, mas devo dizer que ele é realmente genial. Você é tão inteligente, A'Wei.

O homem mais alto revirou os olhos com a abordagem do outro. Sentia-se traído, seu inimigo estava em sua frente o tempo todo, mas ele nunca percebeu.

- Você pensou nisso com antecedência? Todas essas coisas vão voltar para você - Zhou exclamou.

O homem mais baixo gargalhou intensamente.

- Eu não acredito em Karma - Yang refutou.

- Eu vou te fazer acreditar... você vai desejar nunca ter me conhecido - Wei ameaçou.

O chefe apenas balançou a cabeça em negação e arrastou seu amigo para fora da cela, levando-o para o salão principal.

Ming estava sentado no trono, deliciando-se com uvas; seus olhos verdes pareciam mais escuros naquele momento. Ele encarou os dois homens que haviam chegado e exclamou:

- Zhou Wei, como vai?

O homem mais alto não disse nada, apenas encarou o rapaz com desdém. Yang empurrou Zhou na cadeira, fazendo-o sentar imediatamente.

Wei fechou os olhos, negando-se a olhar para os homens em sua frente. Ele só queria ir embora e encontrar seu amado. Odiava saber que a última conversa que tiveram resultou em um desentendimento. O homem se arrependeu amargamente de não ter ficado naquele jardim.

Ming revirou os olhos com a tolice do rapaz. Ele se aproximou lentamente e beliscou a perna do homem, fazendo-o abrir os olhos.

- Não seja bobo, nós não vamos te machucar. Só precisamos da sua ajuda para algo.

Zhou encarou o rapaz e cuspiu em seu rosto, demonstrando que não queria ajudar. Yang se irritou instintivamente, entrando na frente do amado e apertando o braço do amigo. Não usou muita força, pois não queria machucá-lo.

- Não ouse fazer isso de novo - Yang gritou.

Os olhos de Wei brilharam. Ele começou a rir no mesmo momento, querendo aliviar a tensão que rondava seus ossos. O casal acreditou que o homem havia enlouquecido totalmente, então ignoraram aquela situação desconfortável.

Ming sentou-se novamente no trono. Ele ficava mais tempo ali do que o seu amado, dando a entender que ele era o chefe daquele local. Mas Zhou parecia desconfiado sobre isso.

- Você é o chefe? - Wei perguntou enquanto olhava diretamente nos olhos de Ming.

O rapaz sorriu, debruçando-se sobre o trono.

- Eu sou o pescoço.

Zhou parecia confuso sobre o que aquilo significava, então Li sorriu e começou a explicar.

- Ele é a cabeça, e eu sou o pescoço, porque a cabeça é a parte mais importante, mas quem suporta seu peso é o pescoço. Eu posso virar a cabeça para qualquer lado que eu quiser.

Yang resmungou. Ele não gostou da comparação, mas não reclamou. Tinha medo que seu amado o batesse. Zhou parou para pensar que, na sua relação com Huang, ele também deveria ser a cabeça, e seu amado era o pescoço.

Ao perceber que o homem havia entendido, Ming se afastou do rapaz sentado na cadeira e se aproximou de seu parceiro, alisando seu pescoço.

- Meu amor, vamos acabar com isso logo. Estou ficando entediado.

Liu concordou com a cabeça, beijando a mão do seu amado com carinho. Seus olhares se cruzaram e Zhou sentiu-se desconfortável com a troca de carícias do casal. Ele começou a pensar se, quando conversava com Huang, também agia daquela forma.

Ming percebeu o desconforto do rapaz e, então, apenas beijou a bochecha do amado e deitou-se no trono novamente. Descansando seu braço direito em cima da testa, fechou os olhos, indicando que queria dormir.

Yang sentou ao lado do amigo, segurando sua mão.

- Eu te trouxe aqui porque preciso da sua ajuda. Não se preocupe, ninguém vai te machucar.

Zhou queria tirar sua mão dali e simplesmente dar um tapa na bela face do amigo, mas o amava tanto que sentiu-se incapaz de fazer isso.

- Eu te considerava meu irmão... mas você me golpeou pelas costas como se não fosse nada - Wei resmungou.

Os dois amigos se olharam, nunca imaginavam que a relação deles ia decair a esse ponto. Wei sentiu uma lágrima solitária deslizar por sua bochecha, mas Yang não deixou as lágrimas caírem de seus olhos; ele desviou o olhar imediatamente e começou a falar:

- Eu quero que você traga o príncipe para mim, ele precisa me transformar em um imortal.

O homem mais alto gargalhou; ele percebeu que o amigo era ainda mais burro que ele. O homem mais baixo apenas suspirou e levantou, indo em direção ao seu amado. Os dois conversavam sobre algo, mas Zhou não se importou em ouvir; ele apenas se levantou e alcançou a porta, passando por ela ligeiramente.

O casal sequer se importou com isso; eles sabiam que o rapaz não conseguiria sair daquele local, pois haviam guardas do lado do portão principal. Logo depois que Zhou saiu da casa principal, ouviu uma voz conhecida exclamar:

- Você é tão burro!

Ao virar-se para ouvir a voz, avistou o seu homem segurando na mão da garotinha. Ele nunca sentiu tanta felicidade ao ver as duas pessoas que mais amava. O rapaz correu até os dois, abraçando-os com toda a sua força. Jiayi estava sorridente, já Huang parecia bravo pelo homem estar naquele local sem nem o avisar.

- Por que veio aqui sem me avisar? Você quer morrer? - Huang gritou.

Zhou apenas sorriu com a braveza do outro.

-Meu príncipe, ele me trouxe aqui, eu não vim por conta própria.

Jun revirou os olhos e segurou a mão do amado, levando-o até o portão principal. Wei estranhou não ter nenhum guarda ali. Como se soubesse o que o amado estava pensando, Huang respondeu:

- Eu dei um jeito neles, vamos logo.

Eles ultrapassaram o portão e havia vários homens em cima uns dos outros, todos pareciam mortos. Estavam empilhados como uma montanha, indicando que perderam uma grande luta.

Zhou encarou o amado, querendo saber se ele que fez isso, mas Huang apenas resmungou um "de nada" e puxou os dois para casa.

The Great WarOnde histórias criam vida. Descubra agora