As cerejeiras

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Na manhã seguinte, Yang acordou cedo para visitar sua mãe. A mulher morava em um vilarejo pequeno, depois que sua vila antiga foi massacrada, ela teve que se mudar obrigatoriamente. Na época, o garoto tinha apenas 8 anos e precisava fazer de tudo para sobreviver.

Seus olhos apreciaram as belas cerejeiras que enfeitavam o vilarejo, e ele sorriu ao lembrar da época em que eles plantaram aquelas árvores.

Ele andou em passos largos até a casa de sua mãe. A casa era pequena, e no muro havia flores pintadas à mão. Yang lembrava do dia em que pintaram aquelas flores junto com Zhou e outros amigos da vila.

Seus olhos lacrimejaram. Sua infância não tinha sido nada fácil, mas ele sentia saudade dessa época, onde não havia problemas nem lamentações. Antes que pudesse bater na porta, sua mãe a abriu imediatamente e o abraçou. Ele sentiu saudade desse abraço. Esses dias estavam sendo tão caóticos que ele não conseguia ver esperança no futuro.

-Mamãe, senti sua falta - Yang sussurrou.

A mulher sorriu alegremente, amava ver seu filho tão vulnerável. Ele não costumava ficar assim sempre. Desde criança, ele se preocupava em parecer forte para todos, inclusive para ela.

-Volte aqui sempre que sentir saudade, meu filho - Xiayi exclamou.

O homem sorriu e entrou na casa junto com sua mãe. Ficou lá por horas, apenas conversando sobre coisas do cotidiano e o estado de Li Ming.

-Filho, você veio aqui porque é aniversário do seu pai, não é?

Yang calou-se imediatamente. Era exatamente por esse motivo, mas ele não queria contar para que sua mãe não se sentisse triste. Seu pai morreu tentando defendê-los do exército do rei que atacou o antigo vilarejo deles. As últimas palavras que ouviu do seu pai foram "Cuide de sua mãe" e ele nunca esqueceu disso. Todas as noites, ele tinha pesadelos de que o exército matava a mulher. Então, ele começou a dormir junto com ela todos os dias. Esse costume só se dissipou quando o homem completou 18 anos

Ele costumava visitar a sua mãe no dia do aniversário do seu pai, para celebrar junto com ela, mas esses anos ele se distanciou um pouco da mulher, então sentiu-se envergonhado por vir visitá-la só por esse motivo.

Xiayi parece não ter se importado com o motivo, ela sabia que seu filho amava o seu pai e nunca poderia deixar de comemorar o aniversário dele.

Eles comeram diversas comidas diferentes e caminharam até a feira da capital, ele comprou um amuleto para colocar no túmulo do seu pai, todos os anos ele fazia isso e sua mãe achava incrivelmente fofo.

O destino parecia estar ao seu favor, pois do outro lado da feira, Huang e Jun caminhavam de mãos dadas com a garotinha, eles queriam comprar doces para Jiayi.

Quando Zhou avistou a mulher de meia idade e seu melhor amigo, ele correu para abraçar os dois, Yang não deu notícias sobre aonde ia e ele ficou preocupado, mas estava feliz ao ver os dois, eles eram uma família.

A mulher sorriu ainda mais ao ser abraçada pelo homem mais alto. Ela amava aquele garoto da mesma forma que amava seu filho.

O quinteto continuou andando e parou no mesmo restaurante onde Zhou e Jun já haviam comido. Os dois homens amavam aquele restaurante e já haviam ido várias vezes depois daquela vez. Eles fizeram amizade com muitas pessoas que trabalhavam lá.

Quando entraram no lugar, logo se depararam com as pessoas mais frequentes daquele lugar. O homem com a voz mais alta estava falando:

- A'Wu, nem inventa de beber hoje. Você enlouquece quando bebe.

O outro homem apenas revirou os olhos e respondeu:

- Não se preocupe, eu nunca ousaria te desobedecer, meu A'Liang.

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