Parte 35 - Parede

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Os namorados foram escalados para ajudar a terminar o trabalho que Pran e Wai faziam. Pran tentava não surtar com a inabilidade dos engenheiros; Phat percebeu que o namorado hiperventilava e foi até a geladeira buscar um pouco de sorvete para ele.

"Vocês dois são um desastre!" Pran disse com uma mancha de sorvete no canto da boca.

Phat o abraçou e passou a língua pelos seus lábios e tentou lamber o resto de sorvete da sua pele. Pran o empurrou e Phat se afastou rindo.

"Vocês vão ficar namorando enquanto a gente trabalha?" Wai disse irritado.

"Não!! A gente tem que terminar isso logo!" Pran foi para o lado do amigo.

"Tem sorvete na sua cara!" Wai apontou na direção do rosto dele.

Pran fuzilou Phat com o olhar e ele juntou o polegar e o indicador, fazendo um coração, como defesa. 

Korn e Phat pegaram algumas cervejas e davam palpites, eles eram muito bons nisso! Wai expulsou os dois da sala de estudos e pouco tempo depois eles se juntaram aos namorados. Os quatro beberam, conversaram, riram e cantaram, até serem advertidos pelo síndico.

Eles continuaram conversando por um tempo e Phat sentia uma paz que nunca teve antes.

Os amigos não tinham condições de ir embora, então Pran arrumou o sofá cama da sala de estudos para eles e Phat levou Nong Nao para o quarto.

De lá, eles descobriram que as paredes do apartamento eram realmente muito finas. Muito mesmo! Eles escutaram mais coisas do que pretendiam.

"Você não acha meio incestuoso esse negócio deles se chamarem de bebê e papai?" Phat perguntou para o namorado, que também não tinha conseguido dormir por causa do barulho.

"Um pouco." Pran riu e deitou no peito do namorado.

/"Você gosta assim, bebê?  Geme pra mim"

"Mais devagar, daddy! Isso! Não para, papai!"/

"Pran, eu não vou conseguir ficar aqui ouvindo isso!" Ele disse constrangido.

"Fecha o olho e dorme, Phat!"

Phat fechou os olhos, as vozes foram ficando baixas e longe; o sono se aproximava. No seu sonho, ele e Pran faziam uma aula de muay thai. Não eram eles. A professora o chamava de Ohm. Isso era estranho e familiar ao mesmo tempo. Seu Pran-Nanon precisaria fazer um golpe e ele o bloquearia e imobilizaria no chão. Nanon não era Pran, mas era ele quem estava no meio das suas pernas e deitou seu corpo sobre o dele. Era confuso. Phat queria seu Pran entre suas coxas, não esse outro, mas mesmo assim prendeu suas pernas em volta da cintura dele. Nanon se movimentou em cima dele para frente e para trás. Não deveriam ser assim, era somente para entender o golpe, mas Nanon continuou se movendo. O balançar dos corpos movimentava a cama e havia um som ritmado que o despertou. O sofá cama batia na parede e ele perdeu o sono.

Pran tinha virado para o outro lado e dormia usando seus fones de ouvido. Nong Nao estava apertado contra seu peito. O som da cama batendo parou, porém antes que Phat pudesse comemorar, os hóspedes começaram a conversar de novo. Wai falava entre gemidos e Korn parecia bravo.

/"Daddy, eu vou ser um bom garoto. Eu nunca mais ligo pra ninguém!"

"Você arrumou uma confusão hoje, bebê! O que eu faço com você?"

"Seja bonzinho com seu bebê, papai!"/

Phat tampou os ouvidos com as mãos, empurrou as cobertas com os pés e correu até sua bolsa para pegar seu fone e colocou uma música alta para tocar.
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No palco - Bad Buddy MultiversoOnde histórias criam vida. Descubra agora