Parte 29 - Segredos

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Quando Phat entrou em casa, Pran estava assistindo TV com Nong Nao e se virou para porta e o cumprimentou com um aceno, depois voltou a olhar para frente. Phat tirou os sapatos e deitou no colo do namorado, puxando Nong Nao para si; Pran respirou fundo e acariciou seus cabelos.

"Tudo bem?" Phat quis saber.

"Sim." Pran parecia indiferente.

"Korn me deu carona."

"Legal."

"Você pode ligar para Wai e dizer que está tudo bem?"

"Por que eu faria isso?" Pran olhou para ele.

"Porque Wai estava inexplicavelmente preocupado comigo!"

"Que estranho." Pran tentava ser indiferente.

"Hoje P'Tha não estava na empresa, foi tudo bem!"

"Você podia ter mandado uma mensagem."

"Eu ia mandar, mas toda hora chegava alguém para perguntar como eu estava e o que tinha acontecido, muita gente ficou preocupada comigo e me distraí."

"Que bom que lá as pessoas se preocupam com você!"

Phat riu do Pran dramático aparecendo e resolveu provocá-lo.

"Só no meu estágio e o Wai que se preocuparam comigo."

Ele nem terminou de dizer essa frase e Pran o fuzilou com os olhos. Phat conseguia ler todos os sentimentos no olhar do namorado: o amor estava no canto, na frente vinha a fúria e a descrença, e bem pequeno, escondido no fundo, um leve desejo assassino. Phat riu e puxou o namorado para um beijo-cheiro.

"Te amo, Pran! Liga para o Wai ou Korn vai dormir no sofá."

Pran suspirou e o amor, o cuidado, carinho e a preocupação tomaram a frente dos outros sentimentos dentro dele.

"Às vezes eu esqueço que eles são dois fofoqueiros." Pran voltou a alisar o cabelo de Phat.

"Hoje foi corrido mesmo, me desculpa!"

"Tudo bem. Sua cabeça doeu?"

"Só um pouco no fim da tarde. O que você estava assistindo?"

"Eu não faço ideia!" As covinhas nas suas bochechas rosadas entregaram que raiva tinha passado.

_______________

Depois de alguns dias, a mãe de Phat pediu para que ele fosse almoçar com ela, em casa. Ele foi incapaz de dizer não para a mãe e conversou com Pran. Eles não sabiam se o namorado seria bem vindo, então decidiram que Pran iria para casa da família dele.

Assim que entrou, Ming se levantou do sofá e veio até o filho, sua intenção era abraçá-lo, mas ele não sabia como fazer isso. Não era um comportamento habitual entre eles, então ele só o cumprimentou e perguntou como se sentia. Ming verificava as marcas no seu rosto.

Phat disse que estava bem e o pai ergueu a mão para tocar a cicatriz acima da sua orelha, porém o filho se assustou e se esquivou. Ele baixou a mão rapidamente e disse que a mãe o esperava.

Pa e a mãe estavam agitadas e animadas. A irmã contava sobre o novo trabalho, sobre a faculdade; ela falava por todos e sua alegria era contagiante.

Ming analisava Phat, ele queria saber se aquele outro tinha contado sobre a conversa no hospital. Naquele dia, seu desespero foi tão grande que ele acabou falando mais do que pretendia. De certa forma, ele se sentia vulnerável por se abrir justamente com aquele moleque. Phat não dava sinais de que soubesse da conversa entre os dois, ele ainda estava reticente com o pai. Se ele soubesse que Ming havia chorado nos ombros do namorado dele, ele diria alguns coisa, não é? Pran poderia ter contado e exposto as suas fraquezas para o filho, por que ele não fez isso?

No palco - Bad Buddy MultiversoOnde histórias criam vida. Descubra agora