Parte 33 - Domésticos

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Quando Pran chegou em casa, Phat já estava lá e vestia uma bermuda e uma regata. Ele estava ajoelhado no chão em frente a pia, com um balde e algumas ferramentas do lado. Ao percebe a chegada do namorado, ele olhou para cima e sorriu com olhinhos pequenos.

Pran não resistiu e se ajoelhou atrás dele e o abraçou pelo pescoço, jogando todo seu peso sobre as costas do namorado.

"Acho que não consigo trabalhar assim." Phat riu "A gente precisa da pia hoje? Porque eu não quero que você saia daí!" Ele se virou e beijou o rosto de Pran.

"Você é o encanador mais sexy que eu já vi! Não sabia que eu tinha esse tipo de fetiche!" Pran mordeu de brincadeira a garganta do namorado, se levantou e saiu "Sim, eu preciso da pia! Por favor termine seu serviço rápido! Estou ansioso por fazer seu pagamento!" Ele piscou e foi para o quarto.

"Sim, senhor!"

Phat estava excitado e em dúvida se podia deixar o serviço incompleto e correr até ele. Seu olhar ia para o balde, para a chave inglesa na sua mão e para o quarto. Provavelmente, Pran iria ficar bravo depois. Enquanto analisava suas opções, ele girou a chave com mais força do que pretendia, sua intenção era tentar arrumar o vazamento o mais rápido que pudesse. De repente um jato d'água o atingiu no peito e tinha água para todo lado. Mesmo fechando o registro, algum cano ainda vazava. Pran ouviu todos os xingamentos e barulhos vindos da cozinha e correu para ajudar.

Consertar o encanamento, limpar e secar a cozinha, guardar as coisas e em seguida se limpar, tudo isso arruinou o humor e a disposição dos dois.

Durante o jantar, Phat contou que a entrevista para a vaga que ele havia mandado tinha sido marcada para sexta-feira.

Pran se sentia apreensivo, cada vez mais ele se via preso nessa mentira sem conseguir enxergar um meio de se livrar.

"Por que você está sério?"

"Nada, só estou cansado."

"Pran, o que está acontecendo? Você parece preocupado e eu não quero dormir no sofá de novo sem saber o que houve!" Parecia somente uma provocação, que fez Pran revirar os olhos, mas no fundo Phat estava preocupado.

"Eu acho que você deveria sair da empresa do P'Tha, sabe? Independente do resultado da sua entrevista. Eu não gosto dele. Prefiro ver você no bar do Jojo." Pran se arrependeu assim que soltou essas palavras, porque, naquela época, além de quase não ter tempo para ver o namorado, ainda tinham todas as pessoas babando e encostando no seu homem.

"Às vezes eu também penso nisso."

A resposta de Phat o pegou desprevenido.

"Ah é? Você quer voltar a passar as noites fora, Jindaphat?"

Ele riu e cheirou os cabelos de Pran.

"Sim, o sonho da minha vida é ficar num lugar que cheira a cigarro rodeado de gente bêbada." Phat segurou as mãos de Pran, que sorriu.

"Eu sei que não é o melhor lugar, ainda assim, é melhor do que onde você está hoje." Pran puxou as mãos dele para perto do rosto e as beijou. "Eu te apoio na decisão que você tomar."

"Obrigado!"

Os dois se encararam por um tempo, o amor entre eles era quase palpável. A ideia de contar sobre as conversas com Ming até surgiu na mente de Pran, porém ela foi descartada e substituída por outra absolutamente diferente.

"O que foi? Que risada é essa, Pran?" Phat sondava, desconfiado, a única covinha que aparecia naquele meio sorriso do namorado, aquela risadinha maliciosa e cheia de segundas intenções.

No palco - Bad Buddy MultiversoOnde histórias criam vida. Descubra agora