No palco - Bad Buddy Multiverso

Parte 39 - Amadurecimento 2

"Você voltou?"

"Sim"

Pran respirou aliviado e sentiu um leve cheiro de cloro vindo dos cabelos dele.

"Eu te amo! Eu só precisava de tempo para pensar."

Toda tensão em seu corpo sumiu ao ouvir que ele o amava. Pran o apertou entre seus braços e Phat pressionou seu rosto no peito do namorado e ficaram assim por um tempo.

Então, Phat se ajeitou, ficando sobre os cotovelos e puxou seu Nong do rosto de Pran, que não abriu os olhos. Seu receio era encarar Phat e encontrar aquele vazio novamente. Ele sentiu o calor da respiração de Phat sobre sua boca, seus lábios estavam quentes e úmidos ao se encostarem. Foi um beijo rápido, seguido de beijos e cheiros pela sua bochecha, nariz e olhos.

"Pran, olha para mim!"

"A gente está bem?" Pran perguntou de olhos fechados.

"Eu te amo!"

"Desculpa, Phat! Eu queria ter falado antes. Eu não queria ter guardado esse segredo,  mas eu não sabia como...."

"Tudo bem!"

Pran abriu os olhos e seu Phat estava lá, inteiro e vivo dentro daqueles olhos pretos e ferozes.

Eles se sentaram e Phat o analisou por um tempo, mais atentamente e Pran passou as mãos pelo cabelo.

"Voce cortou o cabelo?" Phat perguntou

"Sim." Ele respondeu envergonhado

"Esta parecido comigo."

"Eu senti sua falta! Achei que você não fosse voltar."

"E quando você sente minha falta, você corta o cabelo igual a mim?" Ele riu e beijou a testa do namorado.

"Foi uma ideia idiota!" Pran riu sem graça "Eu estava sufocando dentro de casa e saí para andar e quando dei por mim, tinha feito isso!"

A gargalhada de Phat, esse som perfeito, era a única coisa que ele gostaria de ouvir pelo resto da vida.

"Eu fui nadar." Ele falou sem precisar se explicar e Pran assentiu "Falei para Korn não contar para o namorado, mas Wai te avisou, não é?"

"Sim." Os dois sorriram como se fosse uma piada interna "Você podia ter me ligado, não precisava usar os dois."

"Eu desliguei meu celular, meu pai me ligou, depois a Pa. Aí encontrei Korn por acaso e achei que seria o melhor jeito de te avisar. Eu não queria que você ficasse preocupado."

"Você está bravo comigo? Achei que a gente fosse terminar."

"Eu nunca vou te deixar, eu só precisa de tempo para assimilar tudo o que está acontecendo. Você é meu porto seguro, Pran. De repente meu pai estava entre nós dois. Eu não estou preparado para ter essa proximidade com ele. A minha relação de confiança com ele foi quebrada há muito tempo..."

"Desculpa, eu não sabia o que fazer...."

"Pran, eu te amo! O que eu sinto por você não mudou. Eu só preciso me reacostumar com meu pai."

"Eu entendo. "

"Eu queria.... eu .... você pode me contar... eu preciso saber como isso aconteceu."

"Nem eu sei como explicar, Phat! Seu pai é estranho, tem sérios problemas em criar e manter laços afetivos."

Phat riu e uma fagulha de carinho acendeu no seu coração.

"Como ele conseguiu seu número?"

"No dia que você almoçou com ele, o dia que a Pa pegou o carro. Ele veio e me entregou um papel com o número dele, virou as costas e foi embora. Ele sempre faz isso."