Além do Acordo: Reencontro De Corações

CAPÍTULO 24

— Isabela Oliveira

— O que está acontecendo, mãe? — Eu pergunto.

— Eu planejei vários jeitos de te falar querida, mais preciso ser franca com você, eu tentei ser forte, meu amor, mais não estou mais conseguindo, olha meu estado Isa, Não quero passar o resto da minha vida nesse hospital dopada de medicamentos, então tomei uma decisão, eu agradeço tudo o que você fez por mim, você é minha luz isa. Mais não quero mais prosseguir com o tratamento, só estou me deteriorando mais com o tempo para conseguir talvez uns dois anos de vida dopada de remédios, quando optei por desistir é porque quero ter meus últimos dias ou meses para aproveitar ao máximo ao seu lado e do meu netinho, mesmo que eu não chegue a conhecer o seu lindo bebê, minha querida. — Eu não conseguia falar nada, eu estou em desespero total.

— Mãe, não faça isso, eu preciso de você mãe, a senhora é quem me guia, como vou ser bom exemplo para o meu bebê sem a senhora aqui? — Eu digo desesperada, tenta a fazer mudar de ideia, pode ser egoísmo da minha parte, mas não posso imaginar a minha vida sem a minha mãe.

— Calma querida, eu já cumpri minha missão nesse mundo que foi te criar o melhor jeito que pude, você se tornou uma adulta maravilhosa e agora eu sei que você vai ser a melhor mãe possível para seu bebê, eu estou em paz Isa e quero aproveitar meus últimos momentos com vocês. — Minha mãe fala com calma e consigo compreender o seu lado.

— Isso foi a coisa mais difícil de ouvir, eu estou dilacerada por dentro, mãe, a senhora é uma guerreira, e eu te amo muito. Nós passamos por tantas coisas juntas, e estarei ao seu lado, não importa qual decisão a senhora tome. Se você acha que é o melhor para você aproveitar o tempo com esses remédios fortíssimos, eu vou te apoiar, por mais difícil que isso seja. Vamos passar cada dia juntas, da melhor maneira possível, e eu prometo que esse bebê sempre saberá o quão incrível a senhora é, mesmo que a senhora não possa vê-lo crescer. Estaremos juntas, mãe, enfrentando o que vier. — Eu digo por fim e caio em seus braços. 

(...) 

Não por quanto tempo fico ali abraçando a minha mãe e chorando em seu sob seu peito, levanto a cabeça e ela me encara, ela realmente parece estar em paz e isso alivia alguma parte de mim.

— Preciso falar com seu médico, mãe, saber tudo sobre a expectativa. 

— Se isso vai te dar um certo alívio, vai lá queria. — Depósito um beijo de sua testa e saio a procura do doutor Micael. Passo a mão pelos olhos tentando afastar as lágrimas que ainda se acumulam ali, quando chego até a sala, bato a porta e segundos depois ele me pede para entrar, quando ele me vê me dá um olhar de compreensão, então ele já sabe, me sento a sua frente.

— Acredito que minha mãe já tenha comunicado ao senhor a decisão dela, estou aqui para saber a expectativa que minha mãe tem sem os tratamentos. — Eu falo.

— Ela me falou da decisão dela, e com base em tudo eu dou no máximo dois meses. — Outra facada no meu coração, não sei o porquê mais tinha esperança da minha mãe poder ver o nascimento do neto. — Recomendo que ela passe esse tempo ainda no hospital, ela assinou um termo de não reanimação.

— Compreendo. — Eu falo, conversamos mais um pouco e logo saio e volto para minha mãe, fico mais um tempo ao seu lado até que ela pega no sono e aproveito para pedir para Caio me levar até em casa para pegar algumas peças de roupa porque viu ficar aqui no hospital com minha mãe e amanhã pedirei minhas férias no trabalho, pós tenho muito acumuladas. Quando entro no carro eu volto a desabar, Caio fica desesperado sem saber o que fazer e me abraça o tempo todo, eu conto tudo que aconteceu e ele me abraça forte a todo momento.

— Estou aqui por você e nosso bebê Isa, estou aqui! — Ele sussurra para mim.