O que difere o certo do errado?
Quando Eva Grimhilde, mais conhecida como Evie, a filha da rainha má, recebe um convite para sair da ilha dos perdidos e ir estudar em Auradon, Malévola da a ela e a seus amigos a ordem de roubar a varinha da fada mad...
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Encontrar a biblioteca não foi tão difícil, por sorte o arquiteto do prédio fez questão de fazer a porta de entrada bem espaçosa, com letras grandes no topo sinalizando o nome do local. Evie conseguiria achar a sala mesmo com um dos olhos vendados.
Ela adentrou o cômodo com certo receio, nunca esteve em uma biblioteca antes, principalmente uma tão grande e tão bem organizada quanto aquela, então a quietude a assustou, ela sentia estar um lugar vazio mesmo que estivesse vendo diversas pessoas circulando por ali.
— Com licença. — Evie falou, se aproximando de uma senhora de meia-idade atrás de um balcão de madeira. — Eu estou procurando um livro chamado “Desvendando a Maldade”. — Hm... — a senhora vasculhou em baixo do balcão e puxou dali um longo papel, semelhante a um pergaminho, em seguida o olhou atentamente e o colocou sobre a mesa, usando a grande e pontuda unha de seu dedo indicador para mostrar uma frase específica entre todas as outras letras miúdas ali desenhadas. — “Magia Verde – sessão 6”. — Evie leu. — Então o livro está na sessão seis? — ela perguntou e viu a mulher assentir. — E o que seria uma sessão seis?
A mulher suspirou, quase revirando os olhos, e apontou para cima, fazendo com que Evie olhasse na mesma direção, e então a garota viu que a cada duas estantes cheias de livros tinham pequenas plaquinhas penduradas indicando os números de sua sessão.
— Ah, ok... — a garota de cabelo azul deu uma risadinha sem graça. — Faz sentido. — ela falou por último, vendo a senhora já se virar para atender outro aluno que entrava ali.
Grimhilde deu de ombros e começou a caminhar na direção oposta. “E eu achava que as pessoas da ilha eram antipáticas.” ela pensou, adentrando um dos corredores entre as estantes de livros.
Ela não pensou muito e apenas foi subitamente para a sessão seis, suspirando ao ver a enorme quantidade de livros espessos enfileirados lado a lado. Ela passou o olho por cada lombada, lendo os diversos títulos e de vez em quando até tirava alguns da estante para ter certeza de que não era o que ela procurava, até que finalmente, após longos minutos de procura, ela leu pequenas letras de tom prata formando a frase “Desvendando a Maldade” na capa larga de um livro verde.
Evie se sentou ali mesmo, no corredor entre as estantes, com as costas apoiadas nas prateleiras, sem se importar com o incômodo que sentia por conta dos relevos irregulares que alguns livros causavam. Ela abriu a primeira página e se deparou com um índice extenso, cheio de tópicos listados perfeitamente, então decidiu ler alguns deles.
— “O que é Magia Verde?” isso eu já sei. “Que mal ela pode causar?” essa é fácil: todo mal que se pode imaginar. “Quando ela se manifesta silenciosamente”... — ela leu por último e ficou um tempo encarando a frase do tópico, sem pular para as outras. — Isso parece interessante, na verdade. — ela molhou a pontinha de seu dedo indicador com a língua e o usou para virar as folhas.
Ela foi direto para a página com o título que procurava e ali mesmo começou a ler o texto escrito no papel.
“Claro que a Magia Verde costuma ser bem chamativa, isso dado ao fato de sua cor ser inevitavelmente notável comparado as outras coisas ao redor, mas vez ou outra você já pode ter presenciado esse tipo de encantamento e nem ao menos notou, já que, dependendo do motivo e da pessoa, ela pode se manifestar silenciosamente. Você já viu pequenos raios verdes flutuando em alguma bebida, luzes piscando dessa mesma cor, ou, sendo um pouco mais específico, olhos mudarem de tom ligeiramente? Bom, isso não costuma ser atoa, se trata de uma pequena e, dificilmente notável, manifestação de um feitiço maligno.” a azulada virou a fina folha, passando para a próxima página e continuando a ler silenciosamente: “Normalmente isso acontece quando alguém enfeitiça algo, seja uma comida, um móvel... O importante é que sempre dá para notar, mas é necessário prestar muita atenção, principalmente se for em uma situação de risco, como, por exemplo, qualquer um deveria tomar cuidado e ficar bem esperto antes de entrar na residência de uma bruxa má, ou acham que os móveis, chãos e paredes serão livres de conter um pouco de sua magia?”
