Capítulo 26 - Tudo pode ser encontrado na biblioteca.

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No dia seguinte, Evie acordou e logo se sentou em sua cama, coçou os olhos e os abriu lentamente, tomando cuidado para que suas pupilas não fossem expostas à luz com tanta rapidez

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No dia seguinte, Evie acordou e logo se sentou em sua cama, coçou os olhos e os abriu lentamente, tomando cuidado para que suas pupilas não fossem expostas à luz com tanta rapidez.

Ela bocejou uma ou duas vezes e, antes mesmo de fazer qualquer outra coisa, olhou para seu lado, notando que no lugar onde deveria encontrar Mal em sua forma mais dorminhoca, estavam apenas alguns cobertores embolados um ao outro, o que era estranho, pois em todos esses anos de amizade, raras foram às vezes em que a filha da Malévola acordou antes de Grimhilde.

— Mal? — ela chamou em tom alto, recebendo como resposta apenas o ecoar de sua própria voz pelo quarto.

Isso a fez pensar que talvez não teria escutado o despertador tocar e sua amiga acabou por ir à escola sozinha, mas quando ela checou seu pequeno relógio na mesinha de cabeceira ao lado de sua cama, essa teoria foi descartada, pois o horário mostrava claramente que Evie havia acordar antes mesmo do alarme sequer tocar.

Prestes a começar a criar mais teorias sobre o paradeiro de sua amiga, a azulada olhou ao seu redor, capturando com sua visão um buquê de flores roxas ao lado de sua máquina de costura. Ela se levantou de sua cama, foi caminhando calmamente até tal objeto e, ao prestar mais atenção, percebeu que, na verdade, eram rosas cobertas por tinta púrpura, com um papelzinho branco dobrado bem ao seu lado. Logo a garota o pegou e começou a ler: “Não encontrei rosas dessa cor em nenhum lugar, então decidi pintá-las eu mesmo, pois por você vale qualquer esforço! Gostaria de ver o sol nascer junto a mim? Se sim, me encontre no jardim atrás da escola, às 05:00. Assinado: seu Benjamin.”.

Agora estava mais claro que uma lâmpada acesa onde Mal se encontrava.

— “Seu Benjamin” — Evie repetiu, com um tom ríspido em sua voz, enquanto pegava o buquê em suas mãos e revirava os olhos. — Emocionados... Estão juntos a menos de um dia e o relacionamento nem foi oficializado! — sem que percebesse, quase como um reflexo, ela arrancou uma das rosas com força, fazendo com que o caule verde se partisse com brutalidade e algumas das pétalas pintadas se soltassem do centro floral, caindo no chão lentamente por conta de sua leveza. Ela aproximou um pouco mais a flor despedaçada de sua face e a olhou com atenção, enquanto sua feição se entristecia. — Ficaria mais bonito se fosse azul. — ela comentou para si mesma.

A garota prestou atenção nas marcas que as cerdas do pincel deixaram sobre a superfície delicada de cada pétala, conseguindo sentir em seu coração que certo esforço foi colocado ali, e aquela inveja agoniante começou voltar. Mas antes que ficasse mais tempo hipnotizada por aquilo que lhe causava tanta angústia, lamentando internamente o fato de não ter sido aquela que entregou o cookie, um respingo de lucidez passou por sua cabeça e ela finalmente colocou de volta na mesa tudo que ali pertencia.

E no mesmo momento, começou a caminhar em direção ao seu armário, sentindo que o peso de seu corpo estava a puxando para trás, mas ela sabia que não podia se deixar vencer, então juntou os resquícios de sua animação e foi escolher sua roupa do dia.

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