Capítulo 25 - Ansiedade, soluções e muita poeira.

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Ela andava em um ritmo apressado, com a visão turva e os pensamentos sobrecarregados

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Ela andava em um ritmo apressado, com a visão turva e os pensamentos sobrecarregados. O corredor parecia estranhamente mais longo, as paredes mais estreitas, e até mesmo as luzes do sol que entravam pelas janelas lhe passavam um sentimento desesperançoso. Foi quando uma única frase se destacou em sua mente: "Eu preciso ficar um pouco sozinha.”, e assim sua caminhada finalmente ganhou um objetivo, que era simplesmente encontrar um lugar vazio e silencioso para que ela pudesse esfriar a cabeça, mas onde poderia ser? Obviamente não em seu quarto, já que Mal deixou implícito que provavelmente faltaria aula para dormir lá, e claro que todas as outras salas da escola estavam cheias de alunos, então não tinha possibilidade de ir para qualquer lugar próximo dali. Foi quando de repente outra palavra surgiu em sua mente, uma palavra tão brilhante quanto a luz de um raio de sol, iluminando a escuridão confusa dentro de sua cabeça, e sem pensar duas vezes a garota mudou sua direção, começando a caminhar rumo a esse lugar onde poderia finalmente desfrutar do conforto da solidão.

A caminhada não foi muito longa, mas foi o suficiente para lhe causar uma pequena dor nos pés, não que ela não esperasse por isso, pois da última vez que foi até esse lugar ela carregava consigo algo bem mais pesado que só seu corpo, então não seria esse pouco cansaço que iria lhe vencer.

E ao chegar ao seu local de desejo, a garota caminhou calmamente até a entrada, relembrando da primeira vez que traçou esse mesmo caminho com seus pés. Ela girou a maçaneta e, com um pouco de dificuldade, conseguiu abrir a velha porta de madeira, podendo finalmente adentrar o abandonado e empoeirado atelier.

— Olá, amiguinho. Aposto que não pensou que me veria de novo tão cedo. — Evie passou pela entrada e colocou sua mochila delicadamente em um canto no chão, em seguida, fechando a porta atrás de si, enquanto conversava com a estrutura como se a mesma tivesse vida. — Mas dessa vez somos só nós dois... — a frase saiu de sua boca como se lágrimas estivessem prestes a cair de seus olhos.

Imediatamente ela se sentou em uma cadeira acolchoada que estava de frente para um dos balcões do local, sentindo a poeira subir e entrar um pouco em seu nariz, o que a fez espirrar.

— Faz quanto tempo que não limpam esse lugar? — ela perguntou ao vento, passando seu dedo indicador no balcão em sua frente e vendo uma poeira bruta sair dali. — Bem que eu poderia limpar aqui, né? Fazer uns ajustes básicos... Seria um ótimo lugar para guardar manequins, tecidos e linhas. — Evie girou um pouco sua cadeira, olhando para cada canto daquela sala, que não era tão grande, mas era espaçosa o suficiente para acomodar qualquer coisa de costura que ela pudesse imaginar. — Pena que eu preciso de permissão para fazer isso, e duvido muito que a fada madrinha e o rei se convenceriam com a minha lábia... Talvez se o Ben falasse com eles, mas o menino nem olha mais na minha cara. — Ela ficou em silêncio, voltando a deixar a expressão triste prevalecer em sua face, junto ao seu típico biquinho chateado.

Era um sentimento tão ruim, a fazia se sentir sem saída, pois qualquer caminho a levava para um final infeliz. Ela podia rir e se divertir com seus amigos, talvez algum dia ela até viesse a acordar de bom humor sentindo que as coisas estivessem indo para um bom caminho, ignorar os problemas e sonhar com um atelier perfeito para suas obras, mas ela sabia que independente de tudo isso sempre que ela olhasse, interagisse ou simplesmente pensasse em Ben, o sentimento de culpa e tristeza a tomariam por completo, fazendo seu dia escurecer como se uma grande nuvem de fumaça preta estivesse tampando sua visão. Ela gostaria de voltar no tempo, nem que fosse só por alguns minutos, pelo menos o suficiente para impedir a si mesma de cooperar com a poção, mas era impossível, e saber que agora ela teria que conviver para sempre com seu erro a destruía por dentro.

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