O que difere o certo do errado?
Quando Eva Grimhilde, mais conhecida como Evie, a filha da rainha má, recebe um convite para sair da ilha dos perdidos e ir estudar em Auradon, Malévola da a ela e a seus amigos a ordem de roubar a varinha da fada mad...
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— A Mal não gosta muito desse lance de comitê de eventos, não é? — Ben perguntou, rindo baixinho. — Não é que ela não goste, ela só acha estranho eu estar fazendo parte disso. — Por que não é algo que VK’s costumam fazer? — Exatamente! — ela riu. — Como a própria Mal disse, é uma coisa meio "nerd". — ela fez aspas com os dedos. — Mas você já não tinha participado de coisas assim lá na ilha? — Sim, e eles me zoavam bastante lá também. — ela riu novamente, olhando para o garoto que riu junto a ela. — Juro para você, eu poderia fazer uma lista enorme de coisas sobre mim que eles zoam sem dó, começando pelas minhas roupas. — O que tem de errado com suas roupas? — Nada, e foi exatamente por isso que eu fui zoada. Uma vez eu usei um sapato de salto alto para ir à escola e a Mal ficou me zoando o dia inteiro, porque aparentemente eu estava "arrumada demais para alguém da ilha". — Ah, então isso é normal entre vocês? — Eu acho que sim... — Evie ficou pensativa por alguns segundos. — Quer dizer, é claro que tem uns que zoam mais que outros, tipo o Carlos, tadinho, é o que menos faz brincadeiras desse tipo. Mas no final esse meio que é nosso jeito de demonstrar afeto, nada muito ruim, sabe? — Agora eu que quero trocar de vida com você. — Um futuro rei querer trocar de vida com uma garota da ilha? Essa sim é nova. — Bom, se isso significasse só ser um pouco zoado ao invés de aguentar pessoas querendo me forçar a deixar de ser eu mesmo o tempo todo... — Ben começou a frase com um sorriso engraçado, como se estivesse apenas contando uma piada, mas ao decorrer de sua fala, quando percebeu que talvez estivesse sendo sincero demais, a expressão feliz foi lentamente sendo substituída por um olhar sem graça e um sorriso envergonhado.
Um silêncio agoniante se estabilizou entre os dois, ambos sem saber exatamente o que dizer, mas tendo plena noção de que algo precisava ser dito. Agora Evie tinha a resposta para seu questionamento sobre o que teria deixado Ben triste.
Mas de qualquer modo, não era como se ela pudesse ajudar em muita coisa, tendo em vista que a garota nunca foi muito boa em dar conselhos para pessoas que não fossem seus três amigos. Além disso, na maioria das vezes, seus conselhos nem mesmo eram seguidos por esses três. Então, quando ela se viu nessa situação com um garoto que, até então, era apenas um príncipe encantador com o qual ela sentia ter uma boa química, a situação se tornou, no mínimo, estranha.
Ela sabia que o garoto não havia falado aquilo de propósito, que as palavras saíram assim de sua boca porque provavelmente Ben estava as guardando por muito tempo, o que significava que a angústia era verdadeira e estava longe de ser pequena.
Porém, como uma garota nascida e crescida em meio a pessoas que repelem sentimentos a todo momento, e tentam ao máximo fugir de qualquer demonstração de afeto genuíno. Evie fez a coisa mais óbvia a ser feita.
— Ei, eu estava pensando, aqui vocês fazem aquela coisa de coroar um rei e uma rainha em bailes escolares? — ela fugiu do assunto. — Oi? — Ben a olhou, meio perdido e confuso com a situação. — Igual acontece nos filmes, da escola votar em alguém para ser o rei e a rainha do baile. — A-ah... — ele finalmente conseguiu compreender o assunto que a garota de cabelo azul iniciou. — Não, nós não fazemos isso. — Faz sentido, afinal, para que coroar outro rei se eles já tem um? — ela apontou para Ben, dando uma risada forçada e sem graça, corroída pelo constrangimento. — Olha, chegamos! — a garota correu novamente do tópico anterior, focando agora na sala de reuniões que estava a poucos passos dos dois.
