Capítulo 33

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Cristian

Eu não gostava de ver a Betina preocupada daquele jeito. Apesar de ficar feliz por contar com o seu apoio, achei melhor que ela ficasse em casa com nosso filho.

— Peça para alguém ficar em casa com você. Chame a Ana Clara, se quiser, só não fique sozinha. Vou ligar para a equipe de segurança reforçar a vigilância na Mansão.

— Você tem certeza de que ficará bem aqui sem mim?

— Não se preocupe comigo, fui atingido superficialmente. Logo só restará a cicatriz. Cuida do Tobias. Espero que me dêem alta amanhã cedo.

— Certo, eu vou. Quando chegar em casa eu te ligo. — Beijou a ponta do meu nariz — Quem ia te querer mal? Logo você que não tem inimigos.

— Deve ter pelo menos um: o que mandou me eliminar. Se o seu amigo Rick não tivesse dado o primeiro tiro, talvez eu estivesse morto agora.

— Não gosto nem de pensar nisso. Espero que logo descubram o culpado.

Betina se foi e logo eu tive que lidar com uma mãe desesperada, que começou a chorar assim que viu o curativo no meu braço esquerdo.

Meu irmão Robert foi avisado e queria vir imediatamente para São Paulo, entretanto eu disse que não era necessário.

Na manhã seguinte eu recebi alta e fui levado para casa por meu pai. Octávio Servantes não era de se mostrar emotivo, mas o sermão de meia hora sobre minha segurança pessoal era o jeito dele de demonstrar que se importava comigo. Só o fato dele ter permanecido na minha casa até a hora do almoço era um sinal claro de afeição.

Ana Clara ainda estava na Mansão e Trícia apareceu à tarde querendo saber se iamos cancelar a festa, mas eu decidi manter tudo como o planejado.

— Tem certeza, Cris? — Betina me perguntou, me chamando para o corredor.

— Não vamos parar nossa vida por causa disso. — Abracei Betina com o braço bom. — Não vejo a hora de todo mundo saber que você é minha. Esperei demais por você.

— Eu te amo, Cristian. — Betina falou, me olhando nos olhos.

Fiquei mudo com sua declaração. Eu já havia declarado meu amor, mas não tinha certeza dos seus sentimentos, apesar de entender que me desejava. Amor e desejo eram sentimentos diferentes.

— Você disse que me ama, Betina?

— Desculpa pela minha demora! Eu me alonguei um pouco para entender o que eu sentia. Sou lerda para essas coisas, você sabe. Mas sim, eu te amo, Cristian Servantes.

— Ah Betina, você não sabe como suas palavras me fazem feliz!

Eu a beijei; capturei com voracidade a boca grande e carnuda que sempre me enlouquecia.

Fomos interrompidos pela empregada.

— Senhor... desculpa. — A mulher era uma senhora de meia idade, pequena e esperta. — Avisaram aqui no interfone que o Rick chegou. Posso permitir a entrada?

— Ah sim, por favor. — Falei. Em outra ocasião eu teria odiado aquela visita, mas eu devia gratidão a ele. — Mande esperar na sala: Trícia e Ana Clara estão lá e farão companhia para ele.

A mulher saiu e eu voltei a beijar Betina.

— Venha, vamos para o quarto.

— Não Cris, temos visita...

— Eu estou percebendo que serão poucas as vezes que vamos ficar sozinhos nessa casa, então isso não pode ser um empecilho, Bêh.

— Seu braço...

— Estou contando nos dedos o dia que você seria liberada do resguardo, não é um tiro no braço que vai me impedir de ficar dentro de você.

Betina riu e entramos no quarto. Fizemos amor de maneira deliciosa, totalmente conscientes dos nossos sentimentos um pelo outro. Fazer sexo é bom, mas fazer amor é muito melhor.

Voltamos um tempo depois para a sala de estar com as roupas trocadas e os cabelos molhados. Era evidente o que tínhamos feito e em outra ocasião aquela exposição teria matado Betina de vergonha, mas ela parecia ter entendido que não devíamos nada para ninguém.

Eu ignorei o olhar fuzilante de Ana Clara que logo quis ir embora. Rick e Trícia nos julgaram em silêncio, entretanto voltaram a discutir sobre política com tanto ímpeto que achei que a moça loira bateria na cabeça do outro com a bandeja e isso seria algo interessante de se ver.

Antes de ir embora Rick me chamou para conversar. Enquanto Trícia segurava Tobias no colo para que Betina folheasse o catálogo de decoração, nos afastamos em silêncio.

— Eu pedi para transferirem a investigação para o nono DP, onde eu trabalho agora. Como eu sou da polícia e estava com você, o pessoal da corporação colabora mais. O delegado já tomou todas as providências para encontrar os demais envolvidos.

— Obrigado. Eu não tive oportunidade de te agradecer. Se não tivesse pensado rápido eu talvez estivesse morto.

— Fiz por impulso e não porque gosto de você, mas fico feliz que esteja a salvo. Betina está bem ao seu lado e é isso que importa.

— Mesmo assim, eu agradeço.

— Mas fica esperto. Se você realmente estiver na lista de inimigos de alguém, vão tentar contra a sua vida novamente. Por isso é importante não baixar a guarda e proteger sua família também.

Aquelas palavras ligaram ainda mais o meu alerta.

INABALAVEL: Me Rendendo ao Ex-cunhado Onde histórias criam vida. Descubra agora