INABALAVEL: Me Rendendo ao Ex-cunhado

Capítulo 36

Cristian

Eu estava trabalhando em um ritmo muito mais lento ultimamente, principalmente porque meu braço ainda doía um pouco, apesar da boa cicatrização do machucado. A dor, no entanto, servia para me lembrar que eu deveria me manter em constante alerta.

Quando finalmente Betina e eu tínhamos aberto o coração um para o outro, quando poderíamos escrever nosso próprio conto de fadas, uma onda de medo e tensão nos cercava.

A polícia era lenta em achar os outros participantes do atentado contra minha vida e mesmo com toda a boa vontade do Rick, ele tinha acabado de entrar na corporação paulista e ainda não tinha conexões.
Achei que meu pai apelaria para os serviços de investigação do meu primo Augusto, mas acabei surpreendido ao saber que o seu segurança Alejandro tinha ligações com a máfia.

Meu pai não deixava de me surpreender. Ainda me lembrava da nossa conversa:

— O Alejandro não é um segurança qualquer, a família dele é da máfia, mas nunca aceitou que ele é... que ele…

— É gay.

— Sim, ele é gay. — Meu pai parecia ter dificuldade em dizer a palavra “gay”, e eu achei engraçado — Eu sei que ele namora o amigo da Theodora.

— Sim, o filho do Toninho que tem parceria aqui com a gente. Mas antes disso ele já tinha se assumido para a família. Então abandonou a Espanha e recomeçou aqui onde mora a avó. Uma vida simples e sem luxo. — Continuou, Octávio Servantes — Enfim, mesmo tendo abandonado a máfia, ele conhece gente que pode encontrar esses caras e dar um jeito neles.

— Pai, quero me manter dentro da lei.

— Não se preocupe. Enquanto isso ele se mantém como seu segurança. Já tem gente na rua procurando esses medíocres. Ninguém mexe com minha família e se safa assim.

Eu deveria me sentir aliviado, mas fiquei preocupado com o rumo que as ações do meu pai poderiam tomar. Octavio Servantes sempre foi implacável, mas nunca abriu para sua família como ele conseguia espantar todos os inimigos.

Fui para casa logo após o almoço, já que pedi à Tricia que me encontrasse na Mansão Toledo. Como ela sabia que os serviços dela não eram mais necessários depois da festa de noivado, se mostrou curiosa quando disse que precisávamos conversar.

Não sei se era coincidência, mas Rick chegou no mesmo instante em que ela. Eu ainda não havia divulgado para ele o motivo do convite. Rick estava fardado e um outro policial parecia esperá-lo dentro da viatura.

— Venham, vamos sentar na biblioteca onde não seremos ouvidos. Ultimamente eu não confio nem nos empregados.

Havia uma mesa redonda na biblioteca e sobre ela uma bandeja com café, água e alguns biscoitos de confeitaria. Rick logo se serviu de café, que ele obviamente gostava muito, enquanto Trícia parecia incomodada.

— Vamos logo com isso, Cristian! Quando me chamou aqui achei que fosse para algum trabalho, mas seu amigo Rick está aqui também, então não sei quais são suas intenções. Cadê a Betina?

— Na mãe dela. — Me sentei na poltrona — A festa foi um sucesso.

— Sim, muita gente elogiou. Algumas pessoas se mostraram interessadas no meu trabalho, então tive um saldo positivo para mim também.

— Você soube que tentaram levar o Tobias?

— Como é? — Trícia se inclinou para frente, interessada. — Eu estava tão ocupada com os detalhes da festa que não percebi. Deveriam ter me contado ontem.