Capítulo 30

1.8K 160 9
                                    

Cristian

Eu dormi no hospital com minha noiva e meu filho, mas na manhã seguinte fui substituído: minha futura sogra ficaria com Betina de manhã e minha mãe se ofereceu para ficar à tarde.

Depois de passar em casa e tomar banho, eu fui para a empresa. Minha vontade era de ficar no Hospital, mas sabia que precisava dar espaço para os familiares também se mostrarem presentes naquele momento. Betina tinha passado meses fora de São Paulo e o tempo com os pais foi curto.

Quando cheguei a RCS encontrei meu pai já instalado na minha sala. Eu havia fugido dele no dia anterior e agora o velho não me daria chance de ignorá-lo.

— Bom dia, pai. A que devo a honra de sua visita à minha sala tão cedo? — Eu perguntei, depositando a maleta que eu costumava carregar, sobre a mesa.

— Soube que meu neto nasceu. Parabéns. Tobias é um nome forte e combina com o sobrenome da nossa família.

— Obrigado. — Eu respondi, feliz pelo cumprimento do meu pai. Quem sabe um neto poderia amolecer aquele coração frio. — O parto foi difícil, mas Betina se saiu bem...

— Certo, certo. — Ele respondeu, demonstrando pouco interesse pelo meu comentário. — Você fez bem, ficou com ela nessa hora. Mulheres gostam dessas coisas.

— Foi bom para mim também. O nascimento do Tobias foi importante para mim.

— Ah sei, que bom. — Levantou-se da poltrona atrás da mesa, deixando-a livre para mim. Depois andou pela minha sala, observando meus móveis. — Você não tem nenhuma bebida aqui para comemorarmos?

— O senhor sabe que não bebo no trabalho.

— Ainda não bebe… — Riu de canto. — Deixe passar uns anos cuidando de uma família e de uma empresa ao mesmo tempo para ver que logo vai querer relaxar em sua mesa com um copo de uísque na mão.

— Eu pedi a mão da Betina em casamento. — Contei. Não sei porquê fui falar isso logo para o meu pai que era a pessoa menos sensível que eu conhecia, mas me pareceu apropriado. — E ela aceitou.

— Você é esperto. — Colocou a mão no meu ombro — Mais esperto que seu irmão, eu diria. Se case, consiga aquele acordo com o Banco Rupert e a presidência será sua.

— Pai, não pedi a Betina em casamento por causa disso. Eu realmente gosto dela e quero formar uma família…

— Que seja. Se está apaixonado pela filha do Valdeci, melhor ainda, isso torna o caminho mais fácil.

— O Senhor está conseguindo transformar minha novidade em um tipo de plano sórdido na qual eu não concordo.

— Olha garoto, eu conversei ontem com o Valdeci. Ele exigiu que se casasse com a Betina. Eu disse que ajudaria se ele colaborasse com nosso grupo. Lembrei que o neto dele é herdeiro daqui também. Então você já facilitou bem minha parte das exigências. Então estou feliz com você.

— Entenda pai, mesmo que vocês fechem esse acordo financeiro, quero que saiba que não enxergo a Betina como uma moeda de troca. O senhor tem feito isto com ela desde o início. Diferente da minha mãe que sempre lhe deu muito carinho, o senhor só pensou na união dela com Robert por puro interesse.

— Filho, eu vou ser franco com você, como sempre fui. — Me olhou profundamente nos olhos — Você tem muita sorte de estar casando-se com a mulher que ama. A maioria de nós não tem esse privilégio. Eu não tive. Homens na nossa posição tem que escolher entre o amor e o dinheiro. Seu irmão escolheu amor. Eu escolhi dinheiro. Já você pode ter os dois.

INABALAVEL: Me Rendendo ao Ex-cunhado Onde histórias criam vida. Descubra agora