Capítulo 38

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Cristian

Escutava o homem uniformizado com um terno preto falar o nome da pessoa que tinha tentado nos fazer mal e foi como levar um tapa na cara. A primeira coisa que me veio à cabeça foi a decepção que Betina sentiria ao saber que sua amiga mais querida era uma criminosa.

— Então é a Ana Clara.

Rick e Tricia escutaram a conversa e vieram até nós, curiosos. Alejandro demonstrou certo desconforto ao ver Rick, talvez porque soubesse que ele era policial e o trabalho que fizeram para encontrar os bandidos aconteceu fora dos limites da lei.

— Você é o policial? — Alejandro perguntou.

— Sim. — Respondeu o outro homem. — Vou fazer vista grossa para o seu trabalho, apenas me diga onde os caras estão que vou acionar outra viatura para efetuar as prisões.

— Apenas não complique as coisas para os homens. Eles fizeram um trabalho excelente e encontraram os criminosos rapidamente.

— Como eu disse, vou fazer vista grossa, apenas me dê o endereço. Vou chegar lá antes e acionar as viaturas quando seus homens já tiverem sumido.

Enquanto os outros dois discutiam sobre a prisão dos bandidos, eu tentava ligar para Betina. Queria contar o que descobrimos para que ela ficasse atenta a qualquer investida de Ana Clara. Infelizmente Betina não atendia.

— Liga para sua sogra. — Sugeriu Tricia e ao ver minha cara de interrogação, ela revirou os olhos. — Você não tem o telefone dela?

— Até o momento não achei que precisaria...

— Está tudo bem. Vai até lá. Quer que eu vá com você?

Aceitei a companhia de Tricia e entramos no veículo com Alejandro no volante. Continuei tentando falar com Betina. Eu estava com um mal pressentimento.

— Mais rápido, Alejandro.

— Vou tentar cortar o trânsito por outro caminho.— Ele disse, desviando da rota principal e entrando no próximo bairro.

O trajeto novo era mais longo, porém sem nenhum obstáculo. Quando o carro estacionou ao lado da residência dos Santoro, eu desci rapidamente, fazendo gestos para que o segurança abrisse o portão depressa. Tricia veio atrás, mas Alejandro preferiu aguardar no carro.

— Cristian! Que surpresa você aqui. — Estefânia sorriu ao me ver. Outra mulher segurava o Tobias no colo para a avó bater fotos dele com o celular. — Olha neném, seu pai veio finalmente me visitar.

— Olá, Dona Estefânia.

— Dona? — Repetiu desgostosa. — Você me envelheceu uns dez anos com esse “Dona”. Me chame só de Estefânia ou de sogra. E você? — Virou-se para Tricia — É a filha mais velha dos Toledo? Quase não a reconheci nesses trajes.

— Sou a Tricia. Olá, para a senhora também. — A moça falou, sem se abalar.

— Onde vocês estão morando agora? Seu pai perdeu tudo mesmo, querida?

Era óbvio que Estefânia estava se divertindo com a desgraça da família Toledo, porém eu não tinha tempo nem paciência para aquele tipo de picuinha.

— Don… Sogra. Onde está a Betina?

— Ela foi almoçar na casa da Ana Clara.

— Ah, não. — Ouvi Tricia exclamar.

— E porque diabos ela não está aqui com nosso filho? — O nervosismo começou a se tornar impaciência.

— Olha Cristian, por sua causa. — Estefânia me retrucou, toda cheia de razão. — Você sabe que minha filha sofreu um bocado por causa do seu irmão mais velho, então devia ter sido sincero com ela sobre o casamento. Aí quando eu falei para Betina sobre o acordo entre os pais de vocês, ela ficou chateada.

INABALAVEL: Me Rendendo ao Ex-cunhado Onde histórias criam vida. Descubra agora