Betina
— Morar com você?
Eu olhei para Cristian, perplexa. Eu não sabia ao certo como reagir. Fiquei imaginando que tipo de relação meu amigo gostaria de ter comigo. Seriamos amantes? E porque essa opção me parecia tentadora?
Antes que eu pudesse perguntar qualquer coisa, Cristian prosseguiu:
— Pelo menos até o bebê crescer e você se organizar. O que me diz?
Suas palavras me decepcionaram. Eu queria que ele dissesse algo diferente, não só por causa do Tobias, apesar que ele era o melhor motivo de todos. Ainda assim...
— Eu preciso pensar. — Respondi. — Mas vou voltar para São Paulo.
— Você faz bem. Quero estar perto do meu filho. — Cristian puxou a cadeira para mais perto da minha e sem pedir, colocou sua mão na minha barriga, mas eu não reclamei. — Quero participar de tudo, entende?
— Sim. — Peguei sua mão e a coloquei um pouco mais para o lado — A cabeça dele está aqui, pode sentir?
— Esse calombo aqui? — Ficou fascinado — É incrível. Oi, filho, o seu pai está aqui e muito em breve vou pegar você no meu colo. O mundo aqui fora é meio bagunçado, mas daremos nosso melhor para você gostar dele. — Se inclinou e beijou minha barriga.
O toque de Cristian era sempre agradável. Quando ele se afastou, senti falta das suas mãos em meu ventre e o Tobias ficou agitado, me chutando o mais forte que conseguia. Eu fiz uma pequena careta de dor e Cristian riu.
— Ele chuta muito forte as vezes.
— Ei campeão, não pode maltratar a mamãe, viu? Calma aí. — Ele disse, e o garoto dentro do meu ventre pareceu entender e se aquietou.
Nessa hora a garçonete chegou com a sobremesa. Nós nos ajeitamos em nossos acentos e nos concentramos em comer todo o pudim de leite condensado.
— Cristian, eu vou voltar, mas não agora.
— Estou ouvindo.
— Eu vou ficar para o casamento da Beatriz. — E ao perceber que ele não sabia de quem se tratava, eu continuei — Ela é uma noiva e eu fiz o vestido dela. Ainda precisa dos ajustes finais. Eu nunca trabalhei profissionalmente com costura e isso é importante para mim.
— Quando é o casamento?
— No próximo sábado. — Contei. — Aí, no domingo, eu pego o ônibus e volto para São Paulo...
— Eu vou esperar aqui com você.
— Como é que é? Olha, não precisa, certo? Sei que você trabalha e...
— Você não entendeu, Betina. — Pegou uma mecha dos meus cabelos e começou a brincar com ela — Não vou perder você de vista. Não terá brecha para fugir de mim novamente, entendeu?
— Ora essa!
— Essa é minha palavra final.
— Está certo. — Bufei. — Tem um hotel na estrada principal. Dizem que é bom.
— Eu vou ficar na sua casa. — Afirmou, simplesmente.
— Na minha casa? Você a odiou.
— Eu já disse: não vou perder você de vista.
— Você é muito desconfiado. Não vou fugir, mas se quer ficar, fique.
Depois que terminamos o jantar, voltamos para casa. Eu estava cansada e não via a hora de cair na cama e dormir profundamente. Aquele sábado tinha sido muito intenso.
VOCÊ ESTÁ LENDO
INABALAVEL: Me Rendendo ao Ex-cunhado
Romanzi rosa / ChickLitQuando Betina descobre que engravidou de Cristian, o irmão caçula de seu ex-noivo, o mundo desmorona mais um pouco. Ainda abalada com o término desastroso de seu noivado e a vergonha pela gravidez indesejada, ela só vê uma solução: fugir... Betina a...