Capítulo 20

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Betina

— Morar com você?

Eu olhei para Cristian, perplexa. Eu não sabia ao certo como reagir. Fiquei imaginando que tipo de relação meu amigo gostaria de ter comigo. Seriamos amantes? E porque essa opção me parecia tentadora?

Antes que eu pudesse perguntar qualquer coisa, Cristian prosseguiu:

— Pelo menos até o bebê crescer e você se organizar. O que me diz?

Suas palavras me decepcionaram. Eu queria que ele dissesse algo diferente, não só por causa do Tobias, apesar que ele era o melhor motivo de todos. Ainda assim...

— Eu preciso pensar. — Respondi. — Mas vou voltar para São Paulo.

— Você faz bem. Quero estar perto do meu filho. — Cristian puxou a cadeira para mais perto da minha e sem pedir, colocou sua mão na minha barriga, mas eu não reclamei. — Quero participar de tudo, entende?

— Sim. — Peguei sua mão e a coloquei um pouco mais para o lado — A cabeça dele está aqui, pode sentir?

— Esse calombo aqui? — Ficou fascinado — É incrível. Oi, filho, o seu pai está aqui e muito em breve vou pegar você no meu colo. O mundo aqui fora é meio bagunçado, mas daremos nosso melhor para você gostar dele. — Se inclinou e beijou minha barriga.

O toque de Cristian era sempre agradável. Quando ele se afastou, senti falta das suas mãos em meu ventre e o Tobias ficou agitado, me chutando o mais forte que conseguia. Eu fiz uma pequena careta de dor e Cristian riu.

— Ele chuta muito forte as vezes.

— Ei campeão, não pode maltratar a mamãe, viu? Calma aí. — Ele disse, e o garoto dentro do meu ventre pareceu entender e se aquietou.

Nessa hora a garçonete chegou com a sobremesa. Nós nos ajeitamos em nossos acentos e nos concentramos em comer todo o pudim de leite condensado.

— Cristian, eu vou voltar, mas não agora.

— Estou ouvindo.

— Eu vou ficar para o casamento da Beatriz. — E ao perceber que ele não sabia de quem se tratava, eu continuei — Ela é uma noiva e eu fiz o vestido dela. Ainda precisa dos ajustes finais. Eu nunca trabalhei profissionalmente com costura e isso é importante para mim.

— Quando é o casamento?

— No próximo sábado. — Contei. — Aí, no domingo, eu pego o ônibus e volto para São Paulo...

— Eu vou esperar aqui com você.

— Como é que é? Olha, não precisa, certo? Sei que você trabalha e...

— Você não entendeu, Betina. — Pegou uma mecha dos meus cabelos e começou a brincar com ela — Não vou perder você de vista. Não terá brecha para fugir de mim novamente, entendeu?

— Ora essa!

— Essa é minha palavra final.

— Está certo. — Bufei. — Tem um hotel na estrada principal. Dizem que é bom.

— Eu vou ficar na sua casa. — Afirmou, simplesmente.

— Na minha casa? Você a odiou.

— Eu já disse: não vou perder você de vista.

— Você é muito desconfiado. Não vou fugir, mas se quer ficar, fique.

Depois que terminamos o jantar, voltamos para casa. Eu estava cansada e não via a hora de cair na cama e dormir profundamente. Aquele sábado tinha sido muito intenso.

INABALAVEL: Me Rendendo ao Ex-cunhado Onde histórias criam vida. Descubra agora