Capítulo 43 *BÔNUS*

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**Bônus**

Tricia

Eu passava tempo demais dentro da Mansão Toledo porque Cristian precisava da minha ajuda em todos os detalhes e confesso que eu adorava poder estar em contato com aquele ambiente que foi meu lar a vida toda.

O lugar não era mais meu e ainda assim eu podia estar nele, cuidando para que ficasse lindo e fosse habitado por uma pessoa que ia transformá-lo num lar feliz.

Foi difícil para Betina, a noiva do Cristian, engolir minha presença como funcionária, seja porque ela tinha antipatia por mim, seja porque ela era ciumenta, apesar dela mesmo não ter se dado conta dessa última parte. Mas agora ela tinha um bebê nos braços e minha ajuda era importante enquanto Betina ainda não estava restabelecida.

A vinda dela para a casa trouxe outras presenças que eu não podia ignorar. Uma delas foi a Ana Clara que eu obviamente não gostava.

Tentei fazer meu cérebro funcionar a favor daquela mulher insipida que vivia me julgando com o olhar, mas nem com muito esforço eu conseguia convencer meu cérebro a torná-la alguém interessante.

O segundo foi um cara bronco e mal-encarado chamado Rick.

O Rick me chamou atenção.

Era grande, moreno, o tipo de cara durão que devia mastigar pedra e fundir ferro com as próprias mãos. Em resumo, um cara bem rude, desses de cidade pequena, sem qualquer tipo de refinamento e completamente diferente do meu último enlace, o Egberto.

Logo descobri que Rick estava morando há pouco tempo na cidade e veio à São Paulo para ser policial concursado.
Me peguei deliciada por conversar com alguém que não tinha a menor noção da minha história; que passei de garota rica a gata borralheira e tinha que viver sobre a mira dos mexericos maldosos da sociedade paulistana. Esse assunto, inclusive, já havia desfilado em algumas revistas de fofoca.

Rick não era alguém que tinha me conhecido antes e eu tinha a oportunidade de conquistar sua simpatia sem depender de nenhum subterfúgio.

Como Betina e Cristian haviam nos abandonado sozinhos na sala na companhia nada interessante de Ana Clara, eu me ofereci para mostrar a casa quando percebi a curiosidade dele em relação ao imóvel.

Caminhamos juntos, lado a lado e eu mostrei os cômodos mais interessantes, a piscina e o jardim e enquanto isso, fui falando um pouco da minha faculdade e do meu trabalho ali naquele lugar.

Estávamos na quadra de squash quando ele comentou:

- Os ricos têm gostos curiosos. Esse é um jogo muito bobo.

- Mas é divertido.

- Diversão de gente rica.

- Pelo jeito não gosta de gente rica. - Eu observei.

- O que eu posso dizer? Os ricos que conheci não se importavam em pisar em quem estivesse no caminho. É tudo por dinheiro e nada que vivem me parece verdadeiro.

- Bem, nesse ponto não posso desmentir você. - Eu disse, suspirando profundamente ao lembrar das grandes decepções que os "ricos" tinham me dado ultimamente. - Mas gosto do Cristian Servantes, ele é uma pessoa boa, pode acreditar.

Depois tentei mudar de assunto. Então me voltei para ele, sorrindo:

- O que está achando de São Paulo?

- Nos primeiros dias eu achei barulhenta demais, suja e estressante, mas estou começando a gostar.

- Sério? Que bom. - Respondi, percebendo que ele começava a olhar muito fixamente para mim.

INABALAVEL: Me Rendendo ao Ex-cunhado Onde histórias criam vida. Descubra agora