Capítulo 32

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Betina

Eu terminei de banhar o Tobias. No começo eu tinha um medo enorme de deixá-lo escorregar das minhas mãos e Cristian sempre me ajudava. Era noite e a babá já tinha ido embora, então eu estava orgulhosa de mim mesma por ter conseguido dar o banho sozinha.

- Está vendo, Tobias? Até que sou uma mãe razoável. - O bebê fez uma carinha meiga. - Não seja severo comigo porque eu nunca lidei com crianças pequenas.

O enrolei na toalha e cheirei os seus cabelos. Era um bebê cabeludo e loiro como os pais, pele rosada e olhos espertos. Eu escolhi uma roupinha confortável e o vesti com cuidado.

Tobias era lindo assim mesmo, ou era meu amor de mãe que o tornava o bebê mais bonito da humanidade?

Aquela casa à noite sem o Cristian era fria e vazia. As empregadas não dormiam no trabalho e agora eu contava apenas com os três seguranças que faziam a ronda e cuidavam do portão.

Então me sentei no sofá da enorme sala, deixei apenas uma luz fraca acesa e fiquei vendo uma série de comédia na TV enquanto deixava meu bebê mamar em mim pelo tempo que quisesse.

O telefone tocou e eu vi que o número era do Rick. Eu atendi prontamente:

- Oi, Rick. Deu certo a carona?

- Oi, Betina. Vocês estão bem?

- Sim, estou vendo TV enquanto aguardo o Cristian.

- Então, tenho de contar uma coisa, eu preciso falar com calma. No caminho para minha casa o carro do seu noivo foi cercado por alguns motoqueiros. Nós reagimos, mas o Cristian acabou baleado...

- O Cristian o quê? - Eu perguntei alto, agitando o bebê nos meus braços. Para não assustar o Tobias, me recompus. - Ele morreu?

- Não. Por Deus, não! - Ele falou. - Acertaram o braço dele. Bem, é o seguinte: a polícia já esteve no hospital para pegar o nosso testemunho e agora eu vou para a delegacia onde trabalho ver se consigo descobrir alguma coisa. O cara que eu atingi com certeza vai dar entrada em algum hospital e eu quero achá-lo.

- Eu estou indo para aí. - Eu disse, me levantando do sofá. - Vou avisar os pais dele e levar o Tobias comigo.

Eu conversei com Ofélia Servantes avisando do ocorrido e na sequência calcei os sapatos e prendi os cabelos num coque. Por sorte, sempre deixava a bolsa do bebê pronta e apenas adicionei minha carteira nela. Quando expliquei a situação para a equipe de segurança, um deles se prontificou a me levar ao Hospital onde o Cristian estava sendo atendido.

Poucos minutos depois eu estava no Hospital. Octávio e Ofélia tinham chegado à recepção antes de mim. Minha sogra estava chorosa e reclamava de alguma coisa com a recepcionista.

- Ah, Betina! - ela disse, vindo me abraçar.

- Que susto! Estão dizendo que ele está bem, mas como pode estar bem se levou um tiro?

- Calma, Ofélia. - O homem alisou as costas da esposa. - Essa cidade é muito perigosa, mas meus filhos insistem em andar sem o segurança. Uma hora ia dar nisso. Ainda bem que não foi grave.

- A recepcionista diz que logo vão liberar a entrada, mas como não é horário de visitas, só uma pessoa será permitida.

- Você quer entrar, Betina? - Octávio Servantes me perguntou, ignorando o olhar questionador da esposa. - Ficamos aqui com o bebê. O Cris vai ficar contente em te ver.

- Vem, bebê da vovó. - Ofélia pegou Tobias no colo. - Querida, pode ir tranquila, ainda sei cuidar de um bebê.

Eu agradeci e assim que a enfermeira liberou, eu entrei. Era um hospital de alto padrão, acessível apenas para pessoas da elite e eu já estive ali algumas vezes acompanhando meu pai. Quando encontrei Cristian eu corri ao seu encontro. Ele estava falando no celular e desligou quando me viu.

- Ah, Cristian! - O abracei e ele gemeu pois acabei esbarrando em seu braço - Desculpa! Eu estou feliz em te ver.

- Eu ainda estou com o coração acelerado. Foi muita adrenalina.

- Me conte direto como tudo aconteceu. - Pedi.

Cristian me relatou tudo, com riqueza de detalhes. Ele era um bom narrador. Quando terminou, eu já estava zangada com meu amigo Rick.

- Por que ele foi reagir? Que tipo de policial é ele? Te colocou em perigo!

- Calma Betina, ele me ligou agora.

- Ele vai ouvir poucas e boas!

- Betina, me escuta. - Ele falou em um tom de aviso, e eu parei de falar. - O Rick me ligou para falar que localizaram o bandido que foi baleado.

- Sério?

- Sim. Ele não resistiu e faleceu, mas a polícia conseguiu que ele falasse algumas coisas antes...

- Tá, e o que ele disse?

- Ele disse que foi contratado para me matar...



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