Capítulo 10

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Betina

Então era isso: eu estava grávida.

Levantei a camisa e observei minha barriga no espelho por um longo período. Ainda não dava para perceber que havia um pequeno ser dentro de mim, mas eu sabia que agora éramos dois em um só.

No dia em que descobri sobre o bebê estava no consultório da Dra. Takeda e a surpresa me dominou ao ponto de não conseguir suprimir as lágrimas. A médica me acalmou, me orientou a fazer o exame de sangue e também a ecografia para escutar o coração do feto.

Eu fiz os exames sozinha, ainda descrente do meu azar, com uma pontada de esperança de que fosse um equívoco. Testes falham, não é mesmo? Mas quando escutei o coração do bebê batendo tão forte, a ficha caiu de vez.
Vou ser mãe…

Eu já tinha sonhado muitas vezes com isso. Sempre quis formar minha família, porém em outras circunstâncias.

Lembrei de Cristian. Ele inegavelmente é o pai da criança que eu carregava no ventre e por um instante me deixei imaginar como seria uma criança com o melhor de nós dois. Se puxasse ao pai não teria como ser feio, pois Cristian era de longe o homem mais bonito que eu conhecia.

Ele vai ficar chocado. Muito surpreso, talvez mais do que eu. E como encarar nossas famílias? Fui noiva do Robert, isso é tão constrangedor!

Bem, essa era uma responsabilidade que eu não deveria carregar sozinha, certo? Cristian sempre foi sensato, apesar de tudo. Eu iria procurá-lo. Nosso último encontro foi conturbado e brigamos, mas o jogo tinha mudado.

O que eu esperava do Cristian? Eu não fazia ideia. Só não queria encarar nossas famílias sozinha e ele sempre foi corajoso e atrevido.

Peguei a bolsa e entrei no meu carro, já me preparando para dirigir até a RCS. Quando entrei no grande prédio do grupo da família Servantes pedi a recepcionista que me anunciasse.

— O Sr. Cristian Servantes saiu para o almoço e não sabemos quando ele volta — Explicou a garota no balcão.

— E o Victor? Ele está? — Perguntei.

— Sim. — Discou alguns números e falou com alguém no telefone. Depois voltou-se para mim

— Ele vai atendê-la.

— Ótimo.

Peguei o elevador. Eu não queria ver o Victor, mas precisava de uma desculpa para poder aguardar o Cristian no saguão da presidência até ele chegar. Eu estava munida de coragem para conversar com ele e o assunto era inadiável.

Quando cheguei no último andar fui recepcionada por uma mulher de cabelos amarelos, já na casa dos cinquenta anos e que me levou até a sala do Victor.

— Olá, Tina. Que surpresa vê-la aqui.

— Sim. Faz um bom tempo que não nos cruzamos. — O cumprimentei com um beijo no rosto. Sempre achava engraçado o quanto ele tinha que se curvar para alcançar minha bochecha, Victor é um homem muito grande.

— Ao que devo o prazer?

— Na verdade eu vim falar com o Cristian, mas ele foi almoçar e eu quero esperar porque é um assunto delicado e urgente.

— É sobre o Robert?

— Não! Arg! — Fiz uma careta.

— Ok, estou sendo intrometido. — Victor balançou a cabeça — Você é sempre bem-vinda, fique à vontade. Cristian saiu com a Lisa para almoçar, é apenas o que sei.

— Ah, a irmã da Theodora...

Theodora é a mulher que roubou meu ex-noivo e Lisa é sua irmã adotiva. Nunca nos simpatizamos e por isso sinto um frio na espinha.

INABALAVEL: Me Rendendo ao Ex-cunhado Onde histórias criam vida. Descubra agora