Capítulo 47 *BÔNUS*

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**Bônus**

Tricia

- Ai! - Berrei quando zíper do vestido mordeu minha pela. - Cuidado.
- Desculpe! - Pediu a costureira.
Eu estava insuportável naquele dia. Era meu casamento e jamais imaginei que seria um dia tão triste e insuportável. Eu vi Conrado mais uma vez depois daquele jantar em casa e minha opinião sobre ele não tinha melhorado nenhum pouquinho. Tentei conversar sobre qualquer assunto sem sucesso, ao que ele começou a balbuciar qualquer coisa sobre como os ventiladores funcionavam e ficou olhando fixamente para o objeto que girava no teto.
No final das contas, toda minha correria para terminar a faculdade no tempo certo não serviria para nada já que eu não poderia exercer a profissão de arquiteta enquanto estivesse ocupada sendo mãe do herdeiro da família Albuquerque. E havia sempre o medo de que eu gerasse uma criança problemática, que desejassem que eu tentasse engravidar mais uma vez e tantas outras coisas...no fundo eu sabia que aquele homem não deveria tentar ser pai.
"Meu Deus, é certo o que estamos fazendo?"
- Por favor, pode me dar um tempo? - Pedi para a mulher que estava me arrumando. - Quero cinco minutos para respirar antes de continuar.
- Sem problemas.
Ela saiu e eu fechei a porta do quarto. Estávamos numa linda propriedade na cidade de Jundiai e mesmo que a cerimônia fosse privativa, com um número bem pequeno de convidados, os Albuquerque não quiseram se eximir de realizar uma festa com todo o requinte que a ocasião exigia. O quarto onde eu me arrumava era parte da locação e se o noivo fosse outro, talvez eu o tivesse admirado.
Me olhei no espelho e segurei as lágrimas. Tudo parecia tão errado e minha coragem estava se esvaindo pouco a pouco. Senti uma vontade enorme de arrancar o vestido e ir embora, mas seria uma grande vergonha para os meus pais. Eu já tinha deixado que as coisas caminhassem até ali...
Bateram na porta e achei que seria a moça que estava me arrumando já tivesse voltado, mas era Caetana e Jorge.
- Que noiva mais linda! - Caetana disse. - Olha querido, ela não é uma princesa?
- Sim, querida. Muito bonita.
Então ficaram elogiando meu penteado e o vestido por um longo tempo. Eu aproveitei a ocasião para questionar sobre algo que já me incomodava.
- Posso fazer uma pergunta?
- Claro, minha querida.
- Sobre o herdeiro de vocês. - Engoli a seco. - O Conrado é... diferente. Não tem medo de que ele não consiga gerar um filho?
- Oh querida, é claro que pensamos nisso. - Caetana disse, achando a pergunta engraçada. - Mas vamos arriscar, não é mesmo querido? E se não der certo, podemos usar o próprio Jorge. - Ela disse, com naturalidade.
Eu fiquei boquiaberta.
- A criança seria herdeira do mesmo jeito. - Caetana parecia não se dar conta do absurdo da situação. - Bem querida, isso não é hora para pensar nisso. Ande, o casamento logo vai começar. Cadê a moça da maquiagem?
- Vocês falaram sobre isso com meus pais?
- Claro que sim, querida. Não queremos nenhuma ponta solta, não é mesmo. - Sorriu. - E as vantagens para sua família são enormes. Então não pense nisso.
Saíram como dois furacões, que arrasam tudo por onde passam. Se minha confiança já estava abalada sobre aquilo, agora mais ainda. Eu seria capaz de levar o sacrifico adiante?
Comecei a andar de um lado para o outro, com o coração a mil e totalmente aflita. Não me sentia capaz de levar a situação adiante mas não tinha coragem de abandonar tudo.
Então meu celular piscou e percebi que uma mensagem chegou.
Era do Rick.
Olhei para a tela do aparelho telefônico e li:
"Oi Loira, descobri onde é seu casamento e nesse momento estou em frente do portão, do lado de fora da Casa de Eventos e vou te esperar aqui por meia hora. Se não vier nesse tempo eu vou embora para sempre. É sua última chance."
Eu mordi o lábio.
Se eu desistisse meus irmãos me apoiariam, mas meus pais me condenariam pelo resto da vida, no entanto...
Era sacrifico demais.
Se meus pais me amassem de verdade seriam capazes de entender e me perdoar pelos meus passos seguintes.
Meu coração começou a bater descompassadamente enquanto eu pegava minha mochila sobre a poltrona. A costureira que estava me ajudando a vestir o traje de noiva voltou para a sala e se assustou ao me ver pronta para sair. Eu apenas não dei a ela opção de me questionar. Arranquei os saltos, calcei as sapatilhas e comecei a andar em direção do portão.
Os convidados ficaram confusos ao me verem passar como um raio pelo corredor lateral. Eu teria usado uma saída mais discreta se soube onde tinha uma, mas no calor do momento apenas mirei a saída sem me importar com mais nada.
- Onde você vai, Tricia? - Meu pai perguntou ao me ver. - O que está acontecendo?
- Desculpa pai, mas não dá. - Maneei a cabeça. - Infelizmente vamos continuar pobres, mas é isso, eu não vou sacrificar meu futuro. Acho que cada um pode lutar por si mesmo.
Meu pai não tentou me deter. E também não me disse palavras encorajadoras; ficou apenas parado com o olhar confuso me vendo ir embora. Talvez ele não soubesse ao certo como se sentir em relação àquilo tudo.
Então eu vi a moto estacionada rente a calçada. Rick usava aquele uniforme de motoqueiro que eu achava tão sexy. Ele tirou o capacete quando me viu.
Tomei folego e me aproximei dele.
- Você falou sério quando disse que poderíamos dividir um apartamento?
- Muito sério.
- Eu sou bem chata com a arrumação da casa, já vou avisando.
- Também sou.
- E vamos dividir as tarefas domésticas. Aliás, eu não sei cozinhar.
- Sou bom cozinheiro. - Ligou a moto. - Não posso te prometer muita coisa, mas vou me esforçar ao máximo para dar certo.
- Pra mim basta. - Eu disse, e subi na garupa, puxando o vestido para que não pegasse nas rodas e coloquei o capacete na cabeça.
Um burburinho se formava dentro da propriedade quando os convidados perceberam que não haveria casamento.
Eu simplesmente abstraí de tudo isso.
Abracei Rick, passando os braços pela cintura dele e descansando minha cabeça em suas costas. E ele arrancou com a moto fazendo um grande barulho. Eu nem olhei para trás.
Eu não sabia o que o destino nos reservava, mas algo muito forte me dizia que eu tinha escolhido certo. As vezes não é necessário retomar as coisas boas do passado, mas seguir em frente e criar novos sonhos.
E eu era uma boa sonhadora.

FIM do Bônus

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Olá, caro (a) leitor (a), agradeço sua companhia até o final desta obra; Talvez você não faça ideia de como seu interesse, carinho e respeito são um poderoso combustível para essa autora aqui.

Este é o Livro 2 da Saga da Família Servantes. Então se não leu o primeiro volume, procure por "Insaciável - Quero devorar você!" em minhas obras e conheça o casal Robert e Theodora.

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(Ah, e se você gostou dessa obra, não deixe de curtir, comentar ou recomendar essa leitura 😉)

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LIVRO 3 - INCONTROLÁVEL: Subjugada pelo desejo.

"Victor implica com Lisa desde o primeiro dia que se conheceram, e Lisa com seu temperamento forte, não deixa passar nenhum desaforo impune. Agora os dois acabam juntos numa viagem a trabalho para a Argentina, onde são obrigados a conviver profissionalmente por alguns dias.
E na romântica cidade de Buenos Aires eles começam a perceber que talvez o que sentem um pelo outro seja muito mais profundo do que poderiam prever."

Autora: Maryah J Cruz
Revisão: Carolina Lima | @expressofic
São Paulo, Brasil 2023

INABALAVEL: Me Rendendo ao Ex-cunhado Onde histórias criam vida. Descubra agora