Capítulo 12

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– Eu juro, eles têm uma equipe de social media ótima, porque parece muito melhor no Instagram! – Nós entramos em casa rindo. – Me desculpa, eu prometo que achei que seria um passeio melhor.

– Não tem com o que se desculpar, eu adorei. Obrigado por ter planejado. – Leclerc deu um passo até mim e me deu um beijo rápido, que fez todo o meu corpo formigar.

– Um banho quente agora e sair pra jantar depois?

– Parece ótimo, eu só vou...

Fomos interrompidos pelo meu celular, tocando dentro da minha bolsa. Smooth Operator, da Sade, ecoou pelo meu corredor de entrada. Charles riu.

– Carlos ligando?

– Quem mais seria? – Eu ri também. – Quer ir subindo enquanto eu vejo o que ele quer?

– Posso esperar. Vou tomar uma água enquanto isso.

O aparelho estava perdido entre algumas outras coisas que eu carregara comigo. A ligação caiu enquanto eu procurava, mas não demorou muito para começar a tocar de novo. Eu arqueei uma sobrancelha no instante em que coloquei a mão no celular. Tinha alguma coisa acontecendo para Carlos insistir.

– Tá tudo bem? – Atendi.

Papai acabou de deixar escapar que mamãe viajou pra Londres com as meninas hoje depois do almoço. – Ele disparou as palavras. – Pela hora, elas provavelmente já pousaram e estão a caminho da sua casa.

– Merda. – Eu acertei o interruptor na hora, apagando a luz e correndo para a cozinha.

Você tá em casa agora?

– Acabamos de chegar. Charles, fica quieto. – Apaguei a luz de lá também, e ficamos quase no completo escuro, não fosse pelo pouco de luz que emanava do quintal do vizinho. – Quando você acha que...

A campainha tocou. Merda, merda, merda.

Finge que não tá em casa.

– Meu carro tá lá fora, Carlos. – Eu sussurrei, nervosa, e ouvi batidas na porta enquanto Charles me encarava sem entender nada. – Elas não vão embora enquanto eu não aparecer.

Juli! – Ouvi a voz de Blanca abafada.

– Merda.

Desculpa, eu te liguei no exato segundo em que eu fiquei sabendo.

– Eu acho que vou ter que lidar com isso.

Me manda mensagem depois.

Larguei o celular em cima da bancada, segurando a borda com as duas mãos e apertando até os nós dos meus dedos ficarem brancos.

– O que houve? – Charles perguntou. – Quem tá na porta?

– Minha mãe e minha irmãs. – A campainha tocou de novo, e meu corpo inteiro arrepiou.

– Nós podemos fingir que estamos de saída, se você quiser. Acabamos de chegar, estamos arrumados...

– Molhados, Leclerc. – Eu o lembrei. – Acabamos de chegar de um parque temático depois de uma atração aquática, e nossas roupas estão molhadas.

– Podemos nos trocar rápido. É só subirmos a escada, pentearmos nossos cabelos pra pareer que acabamos de tomar banho e...

Meu celular começou a vibrar na bancada da ilha. Era minha mãe. Eu levantei o aparelho para que Leclerc visse, mas ele não deu ideia, só saiu do lugar e me puxou pela mão na direção da escada. Ele fechou a porta do meu quarto e gesticulou para que eu atendesse enquanto se virava para sua mala.

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