CAPÍTULO 22| PESADELO

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Estou de volta ao Orfanato, mas tudo está terrivelmente diferente.

As paredes estão manchadas de sangue fresco, escorrendo lentamente como lágrimas carmesim. Corpos de crianças jazem espalhados pelo chão, seus olhos sem vida me encarando com uma acusação silenciosa e esmagadora. O cheiro de sangue é denso e nauseante, misturado ao fedor apodrecido da morte. Tento gritar, mas nenhum som sai da minha boca, apenas um silêncio aterrador. O horror e a culpa me consomem enquanto avanço, vendo rostos conhecidos e amados em meio ao caos macabro. Chego à sala principal e vejo uma figura alta e sombria no meio do massacre. Seus olhos brilham com uma maldade pura, e ele sorri para mim, um sorriso que congela minha alma e faz meu sangue gelar. Tento correr, mas meus pés estão presos ao chão, como se a própria casa estivesse me segurando em um abraço maligno. A figura avança lentamente, cada passo um novo golpe de terror. Em um desespero frenético, começo a tentar limpar o sangue das minhas mãos, esfregando-as compulsivamente contra minha pele. No entanto, a cada movimento, percebo que não estou limpando o sangue, mas sim me mutilando. Minhas unhas rasgam minha carne, e o sangue escorre em torrentes pelos meus braços, misturando-se ao horror ao meu redor.

— Não. De novo, não! Não fui eu. Não fui... — murmuro, minha voz trêmula e desesperada enquanto a realidade se desintegra diante dos meus olhos, fundindo-se com o terror absoluto.

De repente, sou puxada de volta para a realidade, ainda sentindo o peso opressivo do pesadelo sobre mim. Acordo sobressaltada, meu corpo coberto de suor frio e meu coração batendo freneticamente. Respiro fundo, tentando afastar as imagens horríveis, mas a sensação de terror se recusa a ir embora, agarrando-se a mim como uma sombra persistente.

Sinto um desconforto ardente nos braços e percebo que minhas garras cresceram enquanto eu dormia, deixando arranhões profundos na pele. As marcas são reais, uma lembrança cruel do pesadelo que acabei de vivenciar. Olho para meus braços e vejo os vários arranhões cravados na minha carne. O sangue escorre das feridas, misturando-se ao suor frio que cobre meu corpo, e a dor é um lembrete constante do horror que acabei de enfrentar.

Tento respirar fundo, mas o pânico ainda me sufoca, cada inspiração uma luta contra a sensação de afogamento. As imagens horríveis ainda dançam diante dos meus olhos fechados, cada detalhe mais vívido e grotesco do que eu gostaria. Vejo novamente os corpos, os olhos sem vida, a figura sombria sorrindo com malícia. É como se o pesadelo estivesse tentando me puxar de volta para seu abraço mortal.

Tento afastar o pânico, respirando profundamente, mas é difícil acreditar que estou realmente acordada, longe daquele lugar amaldiçoado. Olho para meus braços novamente, vendo os arranhões profundos que minhas garras causaram enquanto eu dormia, e sinto uma mistura de medo e impotência. O terror do pesadelo ainda me envolve, uma lembrança constante do que meu subconsciente é capaz de criar. O mundo ao meu redor parece distorcido, como se ainda estivesse presa em um limiar entre sonho e realidade, e não consigo escapar dessa prisão de horror que minha própria mente construiu.

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