CAPÍTULO 83| EU TE AMO

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Finalmente, após o que pareceu uma eternidade, os olhos de Lordian começaram a focar, lentamente saindo daquele vazio assustador

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Finalmente, após o que pareceu uma eternidade, os olhos de Lordian começaram a focar, lentamente saindo daquele vazio assustador. Ele pisca algumas vezes, como se estivesse tentando voltar à realidade, tentando se reconectar com o presente. Mantenho meus olhos nos dele, o coração acelerado, esperando, implorando em silêncio para que ele me visse.

Então, ele finalmente me olha. De verdade. Seus olhos encontraram os meus.  Ele estava de joelhos, as mãos caídas nas laterais do próprio corpo, como se toda a sua força tivesse sido drenada.

—Seus cabelos...—ele murmura, a voz rouca, como se as palavras estivessem sendo puxadas de algum lugar distante.

Eu sorrio, um sorriso que tremia entre o alívio e a tristeza, enquanto levo uma mão até meus cabelos, que haviam sido cortados e estavam curtos, repicados, uma lembrança amarga do que havia acontecido. 

—Aposto que irão crescer até amanhã...—ofereço um meio sorriso, , tentando trazer um pouco de normalidade ao caos. —Graças ao que somos.

Ele ainda me olhava, tentando absorver minhas palavras, tentando se ancorar naquela pequena centelha de esperança. Eu podia ver a luta interna em seus olhos, o esforço para aceitar que aquilo era real, que eu estava ali, ao seu lado, e que estávamos vivos.

—Encarei os mais temíveis inimigos, mas nunca... nunca senti um medo tão profundo quanto o de perder você, Stronghold.

Sentindo o peso de tudo o que havíamos passado, me ajoelho diante de Lordian, as emoções ainda à flor da pele. Com as mãos trêmulas, limpo a solução que ainda restava nelas na camiseta que estou usando—a que Dante me fez vestir, agora manchada de sangue e suor. Então, lentamente, estendo as mãos, alcançando o rosto de Lordian, meus dedos tocando sua bochecha. O calor de sua pele sob minha palma era um lembrete de que, apesar de tudo, estávamos vivos. Havíamos vencido.

Por um momento, apenas ficamos ali, em silêncio, a respiração pesada de ambos preenchendo o vazio ao nosso redor.  Com um movimento rápido e repentino, ele puxa meu pulso, trazendo-me para mais perto. Sem resistência, caio contra seu peito, sentindo seu calor, sentindo seu coração bater forte contra o meu. E então, como se a última barreira tivesse se quebrado, Lordian se desfez por completo. Todos os sentimentos que ele havia reprimido, todas as emoções que ele havia tentado camuflar desde que me salvou pela primeira vez, fluíram para fora de seu ser como uma torrente que não podia mais ser contida.

—Quando te salvei pela primeira vez...—ele engoliu em seco, como se as palavras fossem difíceis de liberar, cada sílaba pesada com o peso do que ele estava prestes a confessar. —Eu estava apavorado. Não por ser uma completa estranha. Tive medo, medo de que eu não fosse capaz de te proteger, medo de que eu te perdesse no futuro, e medo...—ele hesitou, mas então, com uma firmeza renovada, continuou, —Medo do que eu estava começando a sentir por você. Porque cada vez que você estava em perigo, era como se uma parte de mim estivesse sendo destruída.

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