Descubra DreamWoods, onde destinos são marcados pela lua e amores nascem entre predadores e caçadores.
Lordian Wildwood, o Alfa da Alcateia, nunca abandonou a Reserva onde nasceu, cercado pelas montanhas de Hollow Springs, Colorado. Ele é um líder p...
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Nas últimas duas semanas, a recuperação de Lordian seguiu um curso que eu nunca poderia ter previsto. Desde o início, a relutância dele em aceitar meus cuidados foi um desafio constante, uma barreira que parecia intransponível. No entanto, com cada dia que passava, fui percebendo que aquela resistência não era apenas teimosia, mas uma luta interna entre o Alfa feroz e o homem vulnerável que ele raramente deixava transparecer.
Mantive esse diário detalhando de cada passo desse processo, não apenas para registrar o progresso físico dele, mas também para capturar as nuances da nossa relação em evolução. Cada pequena vitória — um gesto de aceitação, uma palavra de agradecimento, um momento de silêncio compartilhado — se tornava um marco importante, um testemunho de como estávamos lentamente derrubando as barreiras que nos separavam. Apesar de sua postura rígida e de seu orgulho de Alfa, havia momentos em que eu podia ver o gelo começando a derreter. Aquele que se esforçava para ser implacável, o coração de pedra da alcateia, estava, aos poucos, deixando que eu visse o que havia por trás da máscara. Mas até quando ele conseguiria manter essa fachada? Era uma pergunta que se tornava mais insistente em minha mente a cada dia.
Enquanto escrevia nesse diário, eu não podia deixar de me perguntar:
Quanto tempo levaria até que ele admitisse, para si mesmo, o que estava começando a acontecer entre nós?
Dia 1
Querido Diário.
Desde o momento em que atravessei a porta da cabana de Lordian para iniciar sua recuperação, eu sabia que as próximas duas semanas seriam um verdadeiro teste de paciência e determinação. Estava preparada para os desafios, mas nada poderia ter me preparado para a barreira emocional que ele ergueria.
Lordian se revelou uma fortaleza de autossuficiência, seu rosto sempre uma máscara impenetrável de frieza e indiferença. Cada vez que me aproximava com as ataduras ou os antissépticos, seus músculos se tensionavam visivelmente, como se estivesse travando uma batalha interna para não demonstrar a dor que claramente sentia. A tensão era palpável, e eu me via hesitando a cada toque, temendo quebrar a casca dura que ele havia construído ao redor de si.
A comunicação entre nós era mínima, reduzida ao essencial. Ele respondia apenas com acenos breves ou monossílabos, mantendo uma distância emocional que fazia o silêncio entre nós parecer ainda mais opressor. Cada som — o leve roçar dos meus passos no chão, o farfalhar das bandagens enquanto eu as ajustava — parecia amplificado pela quietude da cabana, como se o próprio espaço estivesse esperando algo mais. Por mais que tentasse se afastar, a proximidade que nossas rotinas diárias forçavam estava lentamente começando a quebrar as barreiras entre nós. Mas, mesmo assim, alguns dos ferimentos de Lordian, ainda estavam longe de cicatrizar, e eu me via confrontada não apenas com a tarefa de cuidar do corpo dele, mas também de tentar alcançar a alma por trás daquela fachada impenetrável.
