CAPÍTULO 80 | O PRIMEIRO E ÚLTIMO

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A Reserva estava um caos

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A Reserva estava um caos. O cenário diante de nós era uma mistura de horror e destruição, algo que eu nunca imaginei ver aqui, onde me acostumei a me sentir segura. A grama, normalmente de um verde vibrante, estava agora manchada por sangue. Sangue fresco em alguns lugares, com aquele brilho viscoso e pulsante que indicava uma morte recente; em outros, o líquido vermelho já estava seco, criando uma crosta escura que se misturava com a terra.

À medida que avançávamos, os sinais da batalha ficavam mais evidentes. Respingo após respingo, o sangue contava a história de diversas lutas pela vida. Em alguns pontos, poças de sangue mostravam onde vidas haviam sido perdidas de forma brutal e rápida. Havia um ou dois caçadores mortos no caminho, seus corpos inertes, desfigurados pela fúria de um combate que não perdoava. Mas os lupinos... bem, eles estavam por toda parte. Corpos espalhados, a maioria ainda na forma humana. Não tiveram nem tempo de se transformar e fugir. Um cenário que congelava a alma.

Dante corria ao meu lado, suas patas pesadas batendo contra o chão encharcado, tentando, em vão, desviar das poças de sangue que cobriam a grama. Eu podia ver o esforço dele para evitar manchar sua pelagem, mas era inútil; o sangue já havia tingido várias partes de seu pelo, criando manchas escuras que contrastavam com seu tom natural.

—Nunca pensei que viveria para ver uma guerra dentro da Reserva. — desabafa, seus olhos violeta brilhando com uma mistura de choque e tristeza. Ele olhava ao redor, para o caos e a destruição que nos cercavam, como se estivesse tentando entender como as coisas haviam chegado a esse ponto.

—Eu já... presenciei uma ou duas...

—Na Universidade de Caçadores, suponho— disse antes que eu pudesse protestar. Claro, ele estava certo. Dante sempre teve uma intuição afiada. E, para ser honesta, eu não queria discutir sobre como menti sobre o curso que fazia, muito menos sobre como quase me formei como Caçadora. —Espero que vivamos para ter essa discussão depois, Alaska.

Ele estava certo.

Como alguém poderia discutir enquanto corria a 50 km por hora?!

Fazia alguns dias que eu não me transformava em minha forma lupina. Agora, enquanto corríamos juntos a caminho do Salão, era a primeira vez que via Dante transformado. Nossos pelos brilhavam sob a luz da lua, tão semelhantes que quase poderíamos ser irmãos. Claro, ele é um pouco maior que eu, com patas mais largas e poderosas. Mas seus olhos... seus olhos ainda são de um violeta intenso, uma cor que transborda o sobrenatural, enquanto os meus brilham em verde.

Um verde pateticamente normal comparado aos olhos dele.

—Qual vai ser o plano, Alaska?

—P-plano?— A palavra sai hesitante, meu fôlego já se esvaindo. —O que te faz pensar que eu tenha um?

Antes que pudesse processar totalmente o que estava dizendo, Dante para abruptamente. Ele crava as patas no solo encharcado, e o movimento foi tão repentino que não tive tempo de reagir. Meu impulso me leva direto para ele, e antes que eu pudesse parar, bato com força nas suas costas com meu focinho.

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