CAPÍTULO 76 | PRIMEIRO, O INIMIGO

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A noite começava a envolver a Reserva, enquanto o céu se transformava em um espetáculo de tons de laranja e roxo, sinalizando o fim do dia

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A noite começava a envolver a Reserva, enquanto o céu se transformava em um espetáculo de tons de laranja e roxo, sinalizando o fim do dia. Dentro da cabana, o Alfa estava inquieto. Ele havia esperado por Hazel por quase uma hora, mas à medida que os minutos passavam sem nenhum sinal dela, uma ansiedade crescente se instalava em seu peito. Ele tentou acalmar a si mesmo, dizendo que talvez fosse apenas um atraso na transformação dela. Afinal, as transformações podiam ser imprevisíveis. No entanto, a inquietação persistia, como uma sombra que se recusava a desaparecer.

— Ela está vindo, se acalme. — sussurrou para si mesmo, tentando se convencer, como se repetir essas palavras pudesse afastar o pânico crescente que começava a tomar conta dele.

Lordian havia passado os óleos sagrados em seu corpo, preparando-se para a tão esperada última parte do Ritual. Seu peito nu, brilhando com os óleos, refletia a luz suave da cabana, mas o aroma, que antes carregava um significado de virtude, agora parecia enjoativo e irritante, acentuando sua inquietação. Seus cabelos, suados e desalinhados, caíam sobre os olhos, enquanto ele vestia apenas uma calça branca de alfaiataria, os pés descalços sentindo o frio do chão de madeira. Ele olhou para a cama vazia, onde Hazel deveria estar, e a ansiedade em seu peito cresceu, cada batida do coração ressoando como um presságio sombrio.

Então, o silêncio foi quebrado por três batidas secas na porta, fazendo-o se virar de imediato, com todos os sentidos em alerta.

Algo estava errado.

Muito errado.

Lordian abre a porta com um movimento brusco, já tomado pela urgência e pela inquietação que o consumiam. Do outro lado, estava um homem de postura imponente, cada detalhe de sua presença exalando uma confiança perturbadora. Os olhos do estranho brilhavam com uma malícia fria, como se ele já tivesse calculado cada movimento, cada palavra, antes mesmo de entrar naquela cabana. O cheiro que invade o espaço era inconfundível — metálico, enjoativo, e carregado com o odor amargo da morte.

Caçador.

Lordian reconheceu instantaneamente. Tudo neste homem de meia idade, desde o jeito que se mantinha ereto até a tranquilidade cruel em seu rosto, revelava a natureza predatória e calculista de quem dedicava a vida a caçar.

— Parece que a história da Chapeuzinho Vermelho mudou com o tempo, não é, lobo mau? — A voz fria e sarcástica que vem do outro lado da porta faz o sangue de Lordian gelar.

Sem perder tempo, ele avança como um predador, agarrando o homem pelo colarinho e levantando-o do chão com uma força bruta que parecia quase casual. A capa preta do caçador escorregou por seus ombros, caindo pesadamente ao chão, mas o homem diante dele não demonstrou o menor traço de medo. Pelo contrário, ele parecia ter esperado exatamente essa reação. Com a outra mão, o Alfa pressiona a ponta das garras contra a garganta do caçador, roçando a pele do intruso, ameaçando rasgá-la a qualquer momento.

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