CAPÍTULO 34 | LONGE DE MIM

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—Então é isso... — ele rosna, cada palavra saindo como um veneno corrosivo, carregada de uma amargura tão profunda que parece cortar o ar ao nosso redor. —Desde o começo, esse maldito laço me cegou. —A dor em sua voz é inconfundível, cada sílaba carregada com uma mistura de frustração, tristeza e uma vulnerabilidade que ele claramente odeia sentir. —Eu estava cego por você, Hazel... desde o momento em que te salvei pela primeira vez!

Mesmo de pé, tento processar o que estava acontecendo, mas tudo ao meu redor está desmoronando.

—Lordian... por favor...— Tento falar, mas minha voz falhou, mal saindo como um sussurro. Eu queria que ele visse a verdade, que entendesse que eu não era a inimiga que ele pensava, mas a dor nos olhos dele, a fúria e o desgosto que ele sente, são barreiras que eu não sei como atravessar.

—Cego... — ele repete, sua voz falhando momentaneamente, antes de endurecer novamente com um desprezo que ele não falha em esconder, como se a própria ideia de ter confiado em mim agora o enojasse. —Cego por uma inimiga... desde o início.

Ele dá um passo para trás, a raiva e a dor lutando pelo controle em sua expressão. 

—A primeira fêmea que eu deixo entrar na minha vida...—A voz dele quebra por um instante— Eu, o Alfa, protetor da minha Alcateia, enganado e traído pela única fêmea em quem decidi confiar.

Cada palavra é como uma faca cravada em meu coração. Eu podia sentir a devastação em sua voz, o peso da responsabilidade que ele carregava, e a traição que ele acreditava ter sofrido. Sua respiração estava pesada, cada exalação um esforço para conter a raiva que fervilhava por dentro, mas os olhos dele, fixos nos meus, são como brasas ardentes, refletindo uma mistura letal de desprezo e dor.

Sinto a fúria e o desespero tomarem conta de mim, e antes que pudesse me conter, minha voz explodiu no espaço entre nós, tentando romper a barreira que parecia isolá-lo de qualquer razão.

—Tudo foi arrancado de mim!— grito, minha voz carregada de uma dor tão profunda que ecoou pela cabana, quase como se as paredes estivessem absorvendo minha angústia. —Minha família, meus sonhos... até minha dignidade! Depois, eu fui transformada à força por essa Lua!— As palavras saíam como se fossem uma confissão desesperada, cada sílaba carregando o peso da minha história, do meu sofrimento.

As lágrimas começaram a escorrer livremente pelo meu rosto, mas eu não parei. Não podia parar. 

—Tudo foi tirado de mim! Você me trouxe para cá... e eu sabia que não era digna de ser tratada e cuidada. No início, eu só pensava em fugir, em escapar de tudo isso, mas depois...— Minha voz falhou por um momento, o peso das palavras quase me esmagando. —Isso tudo se tornou tudo o que eu sempre quis ter!

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