CAPÍTULO 56 | PROMISSORA

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Ralphean se recosta em sua cadeira, os dedos tamborilando levemente sobre o braço de couro, enquanto permitia que sua mente vagasse brevemente para o passado, para um momento que, à primeira vista, poderia parecer insignificante, mas que agora par...

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Ralphean se recosta em sua cadeira, os dedos tamborilando levemente sobre o braço de couro, enquanto permitia que sua mente vagasse brevemente para o passado, para um momento que, à primeira vista, poderia parecer insignificante, mas que agora parecia ter sido o estopim de tudo. Ele se lembrava vividamente do dia em que Hazel Stronghold chegou à Universidade Hunt, uma jovem com um ar determinado, mas com olhos que carregavam o peso de alguém que havia enfrentado dificuldades desde cedo. Ela havia sido uma das selecionadas para a bolsa de estudos que ele, estrategicamente, havia implementado para ganhar status e reconhecimento para os Caçadores. As bolsas eram destinadas aos locais mais carentes, uma manobra que não apenas elevava a imagem pública dos Caçadores, mas também lhe dava a oportunidade de moldar jovens desamparados ao seu gosto.

Desde o início, Hazel chamou a atenção de Ralphean. Não era apenas pela gratidão que expressou ao receber a bolsa de estudos, mas pela tenacidade em seu olhar, pela determinação em se provar. Ela exalava uma dedicação rara, o tipo de pessoa que defenderia qualquer aliado sem nem pensar duas vezes. E isso, para Ralphean, era o fundamento perfeito para a vanguarda dos Caçadores, aqueles que suportam a linha de frente em qualquer batalha. Ao longo dos meses, ele acompanhou de perto seu progresso, observando como Hazel absorvia cada lição, como enfrentava os desafios com uma ferocidade controlada, algo que ele tanto admirava. Ela não era apenas uma estudante promissora; havia nela uma chama interna que a tornava ideal para ser moldada e treinada como uma das melhores na Vanguarda. Ele já a visualizava como uma líder, alguém capaz de tomar decisões difíceis sem hesitar, de se destacar nas missões mais perigosas.

Hazel era mais do que apenas uma aluna; ela era uma peça-chave para futuras operações. Em sua mente, ela se tornaria uma verdadeira caçadora, tanto uma arma letal quanto um símbolo da estratégia de recrutamento bem-sucedida que ele planejava para manter os Caçadores na vanguarda da guerra contra o sobrenatural. Mas então, algo mudou. Kain Connor, um dos seus caçadores mais experientes do penúltimo ano, começou a se aproximar da garota. Ralphean não percebeu o perigo imediatamente. Inicialmente, ele viu a proximidade entre os dois como algo natural, talvez até benéfico como colegas. Kain poderia ajudar a aprimorar ainda mais as habilidades de Hazel, passar a ela conhecimentos que só alguém praticamente formado poderia oferecer.

Ralphean sempre foi um estrategista meticuloso, alguém que identificava potencial em seus caçadores antes mesmo de eles perceberem. Quando viu a dedicação de Kain com Hazel e as habilidades excepcionais que ambos demonstravam, ele não teve dúvidas em eleger Kain como o caçador número 6, mesmo sabendo que ele ainda não havia se formado, faltando alguns meses na época. Kain parecia ser uma escolha natural para integrar a elite, sua competência e determinação eram inegáveis. No entanto, com o passar do tempo, Ralphean começou a notar algo que o incomodava profundamente. Kain, que antes era um caçador focado e implacável, começou a mudar. O foco dele estava se desviando, e sua atenção parecia estar cada vez mais voltada para Hazel. O líder dos Seis Caçadores sempre acreditou que as emoções eram fraquezas, e agora, diante de seus olhos, via isso se materializar em Kain.

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