|CAPÍTULO 3| MASSACRE

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Entro no quarto e o vejo ali, com os olhos ardendo de raiva, o celular ainda apertado contra a orelha

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Entro no quarto e o vejo ali, com os olhos ardendo de raiva, o celular ainda apertado contra a orelha. Eu sabia que qualquer deslize poderia fazer Kain explodir, e seu temperamento era algo que todos ao redor precisavam evitar despertar.

A luz suave de uma lâmpada de cabeceira cria sombras dançantes nas paredes, onde pôsteres de seu time de futebol de emblema verde se alternam com manchas de tinta preta desbotada. O ambiente é escuro e levemente claustrofóbico, com outra parede forrada de mapas e recortes de jornais, cada um marcando um evento ou um alvo importante. Em um dos cantos do cômodo, uma estante abarrotada de livros sobre mitologia e caça se mistura com armas e equipamentos. A cama, de colcha preta e lençóis escuros, está desarrumada, como se ele tivesse passado a noite em claro, perturbado por pensamentos que não lhe davam descanso. No teto, uma lâmpada pendente balança levemente, fazendo um zumbido baixo que se mistura com as ordens dadas entre por meio de berros.

No canto mais afastado, um espelho rachado reflete sua figura tensa e os olhos faiscantes. Ao lado do espelho, uma coleção de máscaras antigas parece observar cada movimento com olhos vazios e penetrantes. Sobre a mesa de cabeceira, um velho relógio de bolso marca as horas lentamente, como se o tempo ali dentro seguisse um ritmo diferente do resto do mundo.

Kain está vestido apenas com uma cueca box preta, que acentua seu corpo magro e atlético. Seus cabelos curtos e loiros ainda pingam, provavelmente por ter saído às pressas do banho para atender o celular, como fez tantas vezes antes. As laterais levemente raspadas lhe caem tão bem a ponto de sempre me roubarem instantes para admirá-lo.

Ele passa a mão pelo maxilar definido, seu olhar intenso e concentrado parece sempre estar analisando, sempre em alerta. Cada movimento exala uma mistura de força e perigo, características que o tornam tão irresistível quanto assustador. Seus coturnos de cada dia, estão jogados de qualquer maneira pelo quarto, apenas um dos pares está visível, descansando desajeitadamente próximo à porta. O outro, quase certamente, deve estar escondido debaixo da cama, fora do meu campo de visão. A mesa de canto ao lado da cama exibe uma garrafa de whisky quase vazia, um copo com restos de gelo derretido e um cinzeiro abarrotado de bitucas de cigarro. O ar está impregnado com o cheiro forte de álcool e fumaça, misturado ao frescor do banho recém tomado.

A primeira regra ensinada na Universidade Hunt é limitar o consumo de álcool, pois ele distorce os sentidos de um Caçador. E aqui estava um dos melhores caçadores de elite, dando um mau exemplo. A tensão em seu corpo era quase palpável, com os músculos magros e definidos de seus braços destacando-se em sua vulnerabilidade nua. Ele começa a andar de um lado para o outro no quarto, a fúria aumentando a cada passo. Seus olhos, normalmente calculistas, estavam agora selvagens, refletindo a tempestade interior que o consumia.

—Confirme o alvo Caçador Louis!— ele grita, a voz reverberando pelo quarto desorganizado, ecoando contra as paredes escuras. O eco de sua voz se mistura ao som de seu caminhar frenético, os pés descalços pisando no chão de mármore com uma cadência que amplifica a tensão.

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