In The Middle Of The Night | Jujutsu Kaisen | One Shot | S/n

O Motoqueiro e Eu | Choso | 2

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É meio da tarde e por sorte Sn pode sair mais cedo das aulas para voltar para casa e desfrutar de um momento sozinha para si. Sentada na varanda em frente à sua casa, ela encara a tela tingida pela metade sentindo certa incerteza surgir em sua mente mais uma vez a fazendo querer jogar o quadro fora e começar tudo de novo. No entanto, há uma política criada por si mesma, que quando começa algo. deve terminar mesmo que não esteja do seu agrado, afinal, em algum momento tudo pode dar certo e o melhor quadro já feito pode aparecer de uma grande dúvida.

Nos seus fones azulados, toca a música mais interessante que pode encontrar em sua playlist, já que pintar requer um pouco mais das misturas de artes antes de qualquer coisa. Sem que preste muita atenção, Choso aparece em sua moto barulhenta, mas não tão alta o suficiente para ultrapassar o som dos fones da menina, e passa a se aproximar com um grande sorriso em seu rosto quase pálido. Uma das maiores paixões declaradas por ele, é ver as mãos de Sn trabalhar na tela em branco e fazer um mundo inteiro sair dali.

Choso — Até que fica bonitinha quando tá séria. Mas eu prefiro quando sorri, é ainda mais bonita. — Aproveitando que ela não o escuta, ele sai falando todas as coisas que têm vontade de dizer. Assim que seus olhos caem sob ele, uma luz atinge sua cabeça com uma nova ideia para o quadro que possivelmente ficaria ali, vendo sua artista em grande indecisão.

Sn — Fica sentado aqui e eu não quero ouvir nenhum tipo de recusa, te pago uma pizza mais tarde! — Ela tira os fones de seus ouvidos, passa por algumas caixas, cadeiras e puxa Choso para o pequeno banco em frente ao murinho da varanda dando a ele uma pose para ficar. Mesmo com as mãos sujas de tinta, ela desamarra os cabelos do garoto e os arruma com uma flor presa atrás, que se destaca com a cor de pele que ele tem.

Choso — Você não tinha dito que a época de me pintar já tinha ido embora faz tempo?

Sn — Esse quadro me disse que precisa que você seja o modelo.

Choso — Que maravilha, bonita e maluca do jeito que eu gosto!

Sn — Não se mexa, por favor.

Choso — Eu não vou... Quer que eu sorria? Quer que meu rosto fique como?

Sn — Só olha pra mim como se tivesse olhando alguém que você ama, ou sei lá, olhando uma daquelas decorações de moto. — Captando a cena perfeita diante de seus olhos, ela retira o fone do celular e deixa a música tocar. A ideia que veio em sua mente a faz se concentrar ao ponto de não perceber o olhar perdido de Choso, em como os olhos dele brilham ao vê-la pincelar a tela que ganha vida. Para ele, é um grande privilégio estar ali ao vivo e a cores participando de uma das coisas que sempre quis ver, não só esboços, ou um grande "não" em seu rosto.

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Quando os dois se deram conta, estavam com plateia e o quadro quase finalizado, o sol a se pôr e o céu laranja como a flor nos cabelos pretos de Choso. O quadro que antes tinha um fundo florestal, com árvores em um outono em seu início, folhas caindo por todos os lados e um caminho quase sem fim, ganhou uma montanha com pico nevado e um céu cinza e um pouco mais a frente, Choso foi pintado em trajes antigos da cultura japonesa, como um príncipe delicado, com uma flor laranja em seus cabelos, segurando a mão pálida de uma dama.

Choso — Sn você tá chorando? — Ele se levanta saindo da posição que ele havia a colocado e ao ver o quadro, entendeu o motivo das lágrimas da menina.

Itadori — Caramba, foi o melhor quadro que ela já fez em todos esses anos. Olhas os detalhes disso, nem parece que é de verdade, dá até vontade de chorar.