As chances de você me perdoar | Gojo

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Eu estive pensando em todas as vezes que eu me encontrei em tal situação e em como eu sempre estava envolta em algo que me faria mal no final, e mesmo assim, eu ainda estava lá insistindo em algo tão fútil e bobo. Era nítido que ele nunca mudaria, que seu rosto sempre seria aquele no qual eu não veria na manhã seguinte, e a troco de que?

Era para sermos felizes, como os casais irritantes de comerciais de televisão. Mas ele escolheu um caminho que nunca foi para mim e nunca vai ser, por mais que eu tente, eu achar que iria conseguir ser a mesma coisa. E mais uma vez, eu estava tão enganada como todas as outras chances que tive de dar um basta nessa história.

Mas há uns dois anos eu tive sorte, uma promoção fora do país me fez acordar para a vida e nesses dois anos nunca me senti tão livre para ser o que eu realmente sou. Mas por mais que eu estivesse em liberdade de mim, as lembranças me torturavam todas as vezes em que eu me encontrava sozinha por tempo demais. Amar alguém como ele, é como ferir o coração com um punhal que suas próprias mãos enfiaram ali.

Estou chegando perto dos três anos fora do país, longe dos meus amigos, da minha família, longe dele e arrisco dizer, que todas as coisas vão voltar no instante em que eu olhar naqueles olhos azuis e seus cabelos brancos.

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Olhando pela janela do prédio, em um clima tão ensolarado e cheio de nuvens fofinhas no céu, repenso em como será meu último dia na filial da empresa no qual trabalho, em como certas coisas me farão falta e sinceramente, preferia continuar aqui do que voltar para casa.

Me olhando no reflexo da janela que aparece por um instante no meu campo de visão, posso ver o quão diferente eu estou, como minhas roupas mudaram durante os anos, como meus cabelos cresceram e meu rosto deixou de ser tão infantil.

Jhon — Então, hoje é seu último dia? É uma pena, foi muito bom trabalhar com você todos esses anos. — Despertando minha atenção para si, vejo Jhonatan parado em frente a minha mesa com um chá na xícara de sempre, com seu sorriso branco de sempre e os olhos quase ocultos pelo óculos fundo de grafa. No entanto, por mais que ele tenha essa aparência vendo por um instante, é impossível esconder seus cabelos amendoados que brilham no sol, seu porte físico de um bom atleta e sua forma atenciosa de lidar com as coisas.

Aya — Eu poderia dizer que estou feliz. Mas eu realmente não queria ir tão cedo para casa, acho que ainda tenho coisas para fazer aqui.

Jhon — E já tentou pedir uma nova oportunidade ao chefe? Você é uma ótima designer, fez coisas que eu jamais pensaria em fazer e com certeza essa cidade vai ficar apagada sem você por perto.

Ata — É gentileza da sua parte dizer essas coisas! — Abro um grande sorriso que foge do meu controle. Olhar para o rosto desenhado de Jhonatan, sempre me tira algo bom, um sorriso, uma gargalhada, uma piada cruelmente idiota. As amigas que fiz aqui, dizem que eu estou apaixonada, mas eu nem mesmo sei como é essa sensação, afinal, faz tanto tempo que sequer me importo com tal sentimento.

Jhon — Sua sorte é estarmos entrando de férias no fim de semana para as festas de fim de ano. Claro, não vai ser toda a empresa, mas todo nosso setor estará em casa.

Aya — Já sabe onde vai passar esse natal? Sua família vai viajar para a praia no Brasil e você odeia lugares quentes.

Jhon — Eu estava pensando em ir com você para o Japão. Sempre tive vontade de conhecer aquele lugar e nunca tive oportunidades, ou motivos suficientes para ir. — Meu sorriso muda um pouco, minhas mãos ficam geladas e eu realmente penso estar em uma espécie de controle mental ao ouvir minha própria boca dizer a Jhonatan que será maravilhoso e que eu poderia ser a guia dele. — Guia? Eu jamais pensaria nisso. Eu vejo como uma ou duas semanas de férias ao lado de uma amiga muito especial.

In The Middle Of The Night | Jujutsu Kaisen | One Shot | S/nOnde histórias criam vida. Descubra agora