Especial de Natal | Satoru Gojo

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As datas comemorativas costumam ser motivo de grande espera por grande parte das pessoas espalhadas pelo globo. Com direito a enfeites em casas, luzes que piscam, em alguns lugares a presença do branco da neve, a reunião familiar, tradições e cantoria. No entanto, ninguém conta as partes piores de festividades como essa, pontos que parecem nada se comparar com outros, mas grandes o suficiente para estragar todo um feriado. S/n uma mulher na casa de seus 27 anos, sabe bem como significa isso e muito bem.

Desde o dia em que completou seus 20 anos e concluiu sua faculdade de artes plásticas, considerada uma perda de tempo por toda a sua família. A jovem mulher passou a ouvir coisas como "você precisa arrumar um emprego digno", "é melhor deixar essa história de trabalho e arrumar um marido". "devia se cuidar mais, homens não gostam de mulheres descuidadas", "já pensou em ter filhos?". Grandes palavras carregadas de muita falta de importância real e muita gente querendo cuidar de sua vida. Esses eventos cheios de palavras a atacam em datas específicas, ou melhor, em uma data específica, O Natal, o terror de mulheres solteiras e bem-sucedidas com uma família sem noção.

Faltando apenas 4 dias para o Natal, a mulher arruma as malas que restam, deixa um longo cronograma para ser enviado para o local onde trabalha, que claramente não revelou a família, checa uma coisa aqui e outra ali e prepara a sua mente para encarar a sua vasta família e suas vozes com enxurradas de perguntas desnecessárias. Lhe ajudando, sua melhor amiga surge com duas taças e suco em uma jarra de vidro, dizendo que devem comemorar pois a vida é bela.

Maki - De novo com essa sua cara fechada? Eu já disse que basta dar uma boa resposta pra esa gente que eles vão calar a boca, ou um soco logo de uma vez. - Servindo o suco, Maki a vê pelo reflexo do espelho, claramente enxergando o quão ela está inerte observando a mala vermelha. - Terra chamando S/n!

S/n - Eu ouvi e se dependesse só de um bom soco na cara, essa gente já teria calado a boca.

Maki - Então te resta arrumar um namorado e se casar até as seis e chegar contando sobre o seu grande sucesso como artista!

S/n - Ou eu posso inventar uma desculpa e desaparecer até essas festas acabarem, não acha melhor?

Maki - Falando sério agora, por que você nunca se envolveu com mais ninguém? E não adianta contar a mesma história de sempre, porque eu sei que tá escondendo alguma coisa.

S/n - É algo bem simples. Partiram meu coração, eu senti que ia morrer por isso, superei e prometi que nunca mais iriam me machucar novamente.

Maki - Você disse uma vez que fizeram uma brincadeira, uma coisa que toda a escola ficou sabendo e você quase se mudou. O que era? - Não há mais escapatória, nem mesmo para sua mente, que tentou esconder o acontecido por todos esses anos. Porém, vendo por um outro ângulo, já está mais do que na hora de enfrentar esse medo irritante, dar um bom soco em sua cara e dizer "eu não tenho mais medo".

S/n - É uma coisa idiota de adolescente, porém, marca uma vida. Quase no fim do ensino médio, eu me apaixonei por um garoto, ele era um ano mais velho que eu e eu tão ingênua e sem medo, resolvi me declarar um mês antes de um baile e convidá-lo para ir comigo. Eu preparei tudo, fiz cartas com letras coloridas, coloquei perfume, dei alguns beijos no papel...

Maki - Já entendi, coisas de adolescente apaixonada e todo aquele lance irritante... E o resto?

S/n - Você nunca sabe esperar, quer contar a história por mim?

Maki - Anda logo, as horas estão passando e eu também tenho que arrumar as minhas coisas! - Os olhos de S/n finalmente saem das malas e encaram os olhos de Maki, que tenta segurar a risada porque sabe que há qualquer momento pode vir um pico de irritação da amiga.

In The Middle Of The Night | Jujutsu Kaisen | One Shot | S/nOnde histórias criam vida. Descubra agora