Eye For An Eye - Beauany

009

Um dia depois...

- Josh Beauchamp

Tudo o que aconteceu saiu do meu controle. Tudo.

Flashback on

Aconteceu rápido demais. Quando vi, estava na porta do hospital com Any em meu carro. Desacordada. Eu havia ligado para a Sabina e ela chamou o Noah para vir até o hospital que eu informei.

Não sabia o que fazer e também não podia fazer algo que entregasse nossas verdadeiras indentidades. Eu entrei no hospital com tudo, pedi informações sobre os médicos e o primeiro que eu vi, chamei educadamente.

Foi fácil. Eu estava nervoso e com uma pessoa precisando de atendimento no carro. Com uma arma apontada para o médico, ele não teve muita opção a não ser me acompanhar até o lado de fora, onde estava o carro. Eu tentei estancar o sangue que saia da cabeça de Any, mas não resolveu.

O médico queria levar Any para dentro do hospital, mas eu não permiti. Não podia deixar ela correr o risco de ser pega. Logo Noah e Sabina chegaram, vindo diretamente até nós. Eu expliquei a situação — ou tentei —, e novamente, obriguei o médico a pegar seus equipamentos e nos acompanhar.

Era necessário. O médico foi conosco até a casa da gangue, ele estava vendado para não correr o risco de ver o caminho.

Eu me sentia péssimo. Foi culpa minha. Any estava desacordada, sangrando e era minha culpa.

Flashback off

Dormi tranquilo essa noite, pelo menos por uma parte. Noah preferiu dormir ao lado da Any depois do ocorrido e eu não impedi, até porque ele é próximo a ela, eu não. A maioria estava confuso sobre o acontecido, não sabiam ao certo o que rolou e eu também não contei.

Eu quis levá-la comigo na missão, uma missão que era apenas de minha gangue e ela se machucou. Por minha culpa.

O carro amassou bastante do lado da batida, mas eu nem me importo, o carro pode ser concertado.

Um dia passou desde o acidente, Any não acordou, os medicamentos que o doutor aplicou nela juntamente do soro a fez dormir desde então. Any estava sem cinto e por isso bateu a cabeça, causando um sangramento que a vez ficar desacordada. Segundo o doutor, só foi isso e ela estaria bem quando acordasse, apenas sentiria uma dor de cabeça.

Já havia passado da hora do almoço, eu dispensei o médico e o entreguei uma boa quantia de dinheiro para ter o seu silêncio. Noah saiu do quarto da Any para poder ir almoçar e eu me ofereci para olha-lá enquanto isso. O restante do pessoal de ambas gangues estavam na área de treinamento, deixei Sabina tomar de conta enquanto estava aqui.

Parecia que ela estava em um sono profundo. Havia um curativo em sua testa e uma faixa em sua cabeça, provavelmente por conta do sangramento. Eu estava sentado em uma poltrona um pouco afastada da cama, mas meu olhar estava na morena que dormia tranquilamente. O seu soro já havia acabado, então eu me levanto indo até a cama para tirar o fio que ligava o soro a seu braço. Any se mexe brevemente, meu olhar volta para o seu rosto e ela começa a abrir lentamente seus olhos. Me sento ao seu lado da cama com cuidado e espero que sua atenção venha para mim.

— Any? Sou eu, Josh. — ela parece tentar se acostumar com a claridade do quarto e faz uma breve careta ao tentar se sentar. — Melhor agora não, você precisa de repouso.
— Onde eu 'tô? — ela pergunta, sua voz saí baixa e rouca.
— Aqui é o seu quarto. — suspiro e me levanto — Melhor eu chamar o Noah já que você acordou. — me viro para sair mas sou impedido por sua voz.
— Não precisa sair agora... — ela diz um pouco baixo.

Me viro para ela novamente e semicerro os olhos.

— Mas se quiser, pode ir. Não quero te atrapalhar. Eu estou bem... Só minha cabeça que dói um pouco. — ela suspira e tenta se sentar novamente.

Vou até ela rapidamente e a ajudo a se sentar, ajeitando os travesseiros atrás da mesma. Vejo o copo de água que havia ao lado da cama na cômoda e pego o mesmo, entregando para Any.

— Tome um pouco. — ela acente e eu me sento ao seu lado. — O médico disse que você precisa tomar um comprimido para dor todas as vezes que sua cabeça doer.
— Médico? — ela arquea as sobrancelhas, confusa e eu balanço a cabeça concordando. — Eu estive no hospital?
— Sim e não. Eu te levei lá quando aconteceu a batida, mas você não chegou a dar entrada lá. Eu fiz um médico de lá nos acompanhar até aqui e ele te examinou. — explico.

Ela parece processar tudo que aconteceu e fica em silêncio por um tempo.

— Como fez o médico vir aqui? — ela volta a perguntar.
— O obriguei. Ameacei ir atrás da família dele se ele não me ajudasse. — digo simples e dou de ombros.
— Meu Deus... — ela ri baixinho e balança a cabeça negativamente.
— Eu estava preocupado, queria o quê? Foi minha única opção. Era arriscado demais te deixar no hospital.

Ela balança a cabeça concordando e sorri de lado.

— Você se machucou? —pergunta voltando a me olhar.
— Não. — falo mais baixo — Somente você se machucou porque a batida foi do seu lado. — solto um suspiro. — Desculpa por isso. A culpa foi minha, não estava prestando atenção na estrada. — desvio meu olhar do seu.

Sinto a mão de Any tocar na minha e olho em direção ao seu contato, logo fitando seus olhos. Ela parece perceber o que faz e tira sua mão dali.

— Ralaxa. Não é sua culpa. Eu topei te ajudar nisso e que bom que deu certo. — ela diz. — A culpa é daqueles caras que nos seguiram, mas ao menos não conseguiram nos pegar. — ela solta uma risada baixa e bebe o restante da água.

Ela coloca o copo vazio na cômoda e leva a mão levemente até a cabeça, reclamando de dor.

— Estou faminta e necessitando de um banho, vou tentar fazer isso sozinha antes de descer para comer algo.

Any se levanta e eu faço o mesmo. Ela vai até o closet em passos lentos por conta da dor que sentia no corpo e cabeça.

— Não acho boa ideia você tomar banho sozinha, você sofreu um acidente e precisa de ajuda. — digo a olhando.
— Quer me ajudar, Beuachamp? — a olho surpreso e ela solta uma risada. — Estou brincando. Eu consigo sozinha, relaxa.
— Se quisesse, eu ajudaria facilmente. — digo com um sorriso sacana no rosto e ela revira os olhos.

Confesso, por um momento achei que ela estivesse falando sério. Fiquei levemente desapontado.

— É... Bom, eu vou descer e avisar ao pessoal que está melhor e que já vai descer. O Noah passou o tempo inteiro aqui com você e só desceu para comer. — ela balança a cabeça concordando depois de me ouvir.
— Achei que tivesse sido você que ficou aqui comigo.
— Seu amigo era melhor companhia. — digo.
— Você também é meu amigo. — ela diz com a voz baixa e eu me lembro sobre nosso papo de "amigos".

Ela me encara e logo depois entra no banheiro, então apenas saio do seu quarto para ir avisar aos outros.

O que ela quis dizer com isso? Ela entendeu o que eu falei, né? Que ele era melhor companhia que eu. Mas por que ela me respondeu assim?

Balanço a cabeça para afastar esses pensamentos e apenas vou de encontro aos outros.

Acho que bati a cabeça também.

...

Espero que estejam gostando, estou me esforçando aqui...

Comentem muito para me inspirar a continuar e votem no capítulo.

Até o próximo!!!