Eye For An Eye - Beauany

015

- Josh Beauchamp

31 de dezembro...

Se me falassem que eu passaria o Natal e o Ano Novo com uma gangue rival, eu com certeza iria rir. Mas é exatamente o que está acontecendo. Loucura.

Tem sido dias calmos de treinos e poucas saídas. O acontecido do Natal com a Any me deixou bem pensativo, até porque eu tive a iniciativa de ir atrás dela e ainda não sei com o que eu estava na cabeça quando fiz o que fiz. Diferente do que pensei, não ficou nada estranho depois daquilo, pelo menos eu acho. Eu e a Any estamos conversando mais, nem que seja apenas sobre assuntos das gangues, mas passamos mais tempo juntos agora. Não é como se fôssemos um amor um com o outro, mas agora nos aguentamos, não é como antes. Aprendemos a trabalhar em equipe e a ouvir um ao outro, mas isso não quer dizer que as provocações não continuem.

Hoje é o último dia do ano e todos iremos nos divertir um pouco. Há uma boate no centro de Los Angeles que está lotada hoje por conta do réveillon e iremos assalta-lá.

Vai ser perfeito entrar no ano novo com o pé direito.

Todos estavam se arrumando para sairmos, o plano já foi dado para todos e estávamos cientes de tudo. Eu e Noah entraríamos pela ventilação da boate que leva até a sala onde fica a grana, enquanto o Krystian ficaria na Van fora do local esperando nosso sinal para destravar a porta. Any, Sabina e Sina ficarão na boate de olho no movimento para que ninguém invada a sala enquanto estivermos pegando tudo que conseguimos. O restante estaria na Van para qualquer pedido de ajuda.

Depois de pronto, desço em direção a sala das armas, pego uma pistola e uma faca, guardando comigo. Chego na sala vendo a maioria já ali esperando pelo restante. Me aproxima do Noah e aceno para ele. Teremos exatamente uma hora para nosso roubo, dando início às 23 horas.

— 'Tá lembrado de tudo, né, cabeção? Espero que não faça nada errado. — falo com o Noah.

— É comigo? — Ele me olha — Até parece, né. Sou o mestre desses planos, nunca dá errado comigo nele. — Ri.

— Não, com o papa. — Reviro os olhos — De qualquer forma, espero que não faça merda.

— Por que você tá sempre de mal humor? Deve ser falta de sexo. Dá um sorrisinho. — Bate seu braço levemente com o meu. — Já sei, talvez uma loirinha ali resolva. — Aponta com a cabeça para a Savannah.

O encaro e semicerro os olhos. Eu não tenho nada com Savannah, além dela querer muito, eu só me deixo levar quando estou com ela.

— Quem? Ela? Não viaja. — Suspiro — Eu não quero ela.

— Aham, sei. — Dá risada — Relaxa, não digo 'pra ela.

— Que porra mesmo. — balanço a cabeça — Quem está faltando? Demora do 'carai. — digo já sem paciência.

— Eu.

Levanto o meu rosto ao ouvir a voz que vem da escada e vejo Any ali. Sua roupa sendo o estilo de sempre: calça de couro preta, um body preto, botas, cabelo solto e batom vermelho.

Impecável.

Deus, me ajuda aí. Foi logo me dar uma rival gostosa assim? Aí complica.

— Tá, vamos logo então.

Any passa por mim deixando seu perfume no ar. É incrível como tudo nela me chama atenção.

Vou logo atrás da Any e antes que eu pudesse chamar por ela, uma figura loira para ao meu lado.

— É... Estava pensando de fazermos algo depois da virada, o que acha? — Savannah pergunta.

Isso só pode ser brincadeira.