Between Wolves and Secrets

Surpresa tripla

La Push

Três dias se passaram desde o dia em que Lena Uley descobriu o segredo de seu irmão. Aceitar que Yan se transformava em um enorme lobo cinzento não foi fácil, e seu humor só piorava à medida que o tempo passava.

Decidida a espairecer, Lena resolveu fazer algo sozinha. O sol brilhava no céu de Forks, e ela decidiu que um piquenique numa clareira da floresta, onde costumava brincar com Leah quando eram mais jovens, seria o refúgio perfeito. Pegou algumas guloseimas e um pano preto para colocar no chão, avisou Yan sobre seu destino, e ele a lembrou de tomar cuidado, prometendo manter seus ouvidos lupinos atentos.

Lena seguiu em direção à floresta, e ao chegar à clareira, estendeu o pano no chão, tirou um caderno da cesta e começou a escrever. Ela sempre encontrou consolo em transmitir seus sentimentos através das palavras, seja em poemas ou contos, dependendo do que sentia. O sol acariciava sua pele suavemente, e Lena se sentia grata por aquele raro dia ensolarado em Forks.

Enquanto escrevia e saboreava uma tortinha de morango, Lena foi interrompida pela presença de um estranho. Um homem alto, loiro, com olhos vermelhos, surgiu na clareira. Ele brilhava à luz do sol e exibia um sorriso maléfico.

_ Olha só... Refeição.

O instinto de Lena gritou para que ela corresse, mas seu corpo não obedecia. Forçando-se a levantar, ela encarou o homem.

_ Quem é você? - Lena perguntou com a voz trêmula.

_ Meu nome é Jeffrey. Eu conheci seus pais... - Ele sorriu ainda mais. - Seu pai tinha um gosto um pouco amargo!

_ Foi você! - Lena sentiu o fogo correr por suas veias. - Você matou meu pai! - Seu corpo começou a tremer.

_ Eu não costumo conversar com a comida! - Jeffrey se aproximou com uma velocidade assustadora.

Antes que ele pudesse atacá-la, um lobo cinzento surgiu de repente, jogando o vampiro para longe. Jeffrey, com sua velocidade sobre-humana, rapidamente se recuperou e arremessou o lobo contra uma pedra. O estalo foi alto, e Lena não sabia se vinha da pedra ou do lobo. Quando ele voltou à forma humana, ela percebeu que era Embry Call, que se contorcia de dor, gritando.

_ Opa... Acho que machuquei o totó - zombou Jeffrey, aproximando-se de Embry. - Já cuido de você, querida.

Quando Jeffrey pegou Embry pelo pescoço, levantando-o do chão, algo em Lena quebrou. A raiva tomou conta dela de forma avassaladora.

"Mas o quê?! Lena? Isso é possível?"
"Não! O que aconteceu? Cadê Embry?"
"Lena, você está bem, maninha?"

Lena não conseguia distinguir as vozes na sua cabeça. Com uma velocidade nova e desconhecida, ela avançou contra Jeffrey, que a viu pelo canto do olho e largou Embry no chão, fugindo floresta adentro. Ele saltava de galho em galho, provocando-a.

"Mais uma? O que está acontecendo com as mulheres dessa tribo?" — desta vez, Lena reconheceu a voz de Jared na sua mente.

Enquanto se aproximavam do penhasco, Jeffrey saltou para a água, e Lena parou à beira do precipício, olhando para baixo. Foi então que percebeu que suas mãos tinham se transformado em patas. Lena estava em choque: "Os genes não nascem em mulheres", ela pensou.

"Lena... Venha para casa agora!" - A voz de Sam era um comando, carregado de choque. Ela sentia a confusão e o espanto da matilha através do vínculo que agora compartilhavam.

Então Lena se lembrou de Embry, que havia sido deixado na floresta, nu e ferido.

"Não se preocupe, Lena, eu já mandei Paul e Jared irem buscá-lo," - Sam a tranquilizou.

Com isso, Lena começou a caminhar de volta para a reserva, ansiosa para verificar o estado de Embry. Não queria nem pensar na possibilidade de perdê-lo.

"Lena, ele está bem... Quebrou alguns ossos das costas, mas vai sobreviver." - Yan a informou mentalmente.

"Yan..."

"Eu sei..."

Assim que Lena chegou em La Push, foi direto para casa, transformando-se de volta à forma humana antes de entrar. Não queria ficar nua na frente dos outros rapazes, especialmente de seu irmão. Vestiu um vestido folgado e correu até a casa de Sam.

_ Sam! Cadê ele? - Lena perguntou assim que entrou na sala.

_ Calma... Sue e o velho Quill estão com ele.

Lena ouviu o grito de dor de Embry, que parecia insuportável. Ela fez menção de entrar no quarto, mas Yan a segurou.

_ É culpa minha! Ele está assim por minha causa! Yan!

_  Não é culpa sua! Aquele sanguessuga é o culpado.

O nome Jeffrey imediatamente subiu ao topo da lista de pessoas que Lena queria matar. Sentindo o carinho de Yan em sua cabeça, ela ouviu os gritos pararem. Sue e o velho Quill saíram do quarto, e Sam olhou para Lena, balançando a cabeça em sinal de que Embry estava estável.

Lena entrou no quarto com passos largos e viu Embry deitado na cama, com o tronco enfaixado, olhando para o teto.

_ Que ideia estúpida! - Lena exclamou. - Embry, você podia ter morrido!

Ele a olhou e sorriu com dificuldade.

_  Ficou preocupada? - Ele perguntou, e Lena se sentou ao lado dele, passando a mão no rosto suado de Embry. - Desculpa.

_ É claro que fiquei! Porra! Pensei que tinha morrido!

Embry levantou a mão com esforço e acariciou o rosto de Lena, que fechou os olhos, aproveitando o toque.

_ Eu fiquei com medo de te perder - Lena sussurrou. Embry parou o carinho, e Lena abriu os olhos, vendo-o com as pupilas dilatadas e o coração disparado. - Eu cansei de tentar fugir, eu gosto de você, Embry.

Ele sorriu, tentando se mover em sua direção, mas gemeu de dor.

_ Descansa... Teremos muito tempo para isso - Lena disse, deixando um beijo suave na testa de Embry.

Jacob entrou no quarto com os olhos molhados e o coração acelerado.

_ Lena... O pai da Leah... Ele morreu.

Lena olhou para Embry, que assentiu, então ela saiu correndo da casa de Sam em direção à de Leah. Quando chegou lá, encontrou sua irmã encolhida no chão, enquanto Sue consolava Seth. Charlie Swan estava perto da janela, com uma expressão séria.

_ Leah - Lena disse, aproximando-se dela.

Leah a viu e a puxou para um abraço apertado, deixando finalmente as lágrimas fluírem.

_ Meu pai, Lena... Eu não me despedi... A última coisa que fizemos foi brigar... Eu sou a culpada por isso!

_ Leah, não foi sua culpa! - Lena disse suavemente, passando os dedos pelos cabelos da irmã.

Charlie anunciou sua partida para casa, e Sue assentiu em resposta. Lena permaneceu ao lado de Leah e Sue, confortando-as como pôde. As horas passaram, e já era noite quando Lena decidiu ir embora. Yan estava do lado de fora, esperando por ela.

_ Ela vai ficar bem, Yan... - Lena disse ao irmão. - Leah é forte.

_ Eu sei... Mas sou um covarde, Lena. Eu a amo, e mesmo assim não tive coragem de ir até ela.

_ Vai ficar tudo bem, Yan - Lena bocejou. - O dia foi cheio, muita emoção para um dia só.

Yan assentiu, enquanto Lena atravessava o corredor até seu quarto. Ela se jogou na cama e adormeceu instantaneamente, exausta por tudo o que havia acontecido.

Notas finais
Reescrito em 10/08/2024
Espero que tenham gostado, e perdoem pela demora.

Beijinhos 💜