Sob as estrelas do céu

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La Push

Leah olhou para Yan profundamente, as pupilas dilatadas, um sorriso largo estampado no rosto.

_ Sua vez - disse ela, encarando-o com expectativa. - Um sonho que você nunca contou a ninguém.

Yan pensou um pouco antes de pegar uma bolacha e responder:

_ Eu queria ser astronauta quando era criança. Mas, conforme fui crescendo, percebi que não era bom em matemática.

Leah pegou um pêssego e começou a comê-lo calmamente.

_ E agora? O que você quer ser? — perguntou, mantendo os olhos fixos nele.

_ Já sou o que quero ser. Um desenhista. Você viu meus desenhos, o que achou?

Leah respondeu sem hesitar:

_ Até que são bonitinhos.

Yan colocou a mão no peito e, de forma dramática, caiu sobre o pano onde estavam deitados, como se estivesse à beira das lágrimas.

_ Olha... Você vai fazer esse lobinho aqui chorar! - Ele fingiu um soluço, o que fez Leah sorrir. Ela se deitou ao lado dele, batendo de leve com as costas da mão no peito de Yan.

_  E você? - ele perguntou, interessado em conhecer mais sobre os sonhos dela.

Leah desviou o olhar para o céu, onde as estrelas brilhavam vividamente. Era uma das poucas noites estreladas em Forks, a noite perfeita para um piquenique.

_ Eu queria ser professora. Amo crianças. Talvez eu termine meu curso de pedagogia este ano. O que você acha?

Yan olhou para ela com admiração e disse:

_ Acho que você seria uma professora incrível. - Ele sorriu para Leah. - Você é uma mulher extraordinariamente inteligente e linda. E talvez eu tenha que lidar com dores de cabeça por causa dos seus futuros alunos.

Leah franziu as sobrancelhas, confusa.

_ Por que dores de cabeça?

Yan se levantou e, com uma voz fininha, imitou uma criança:

_ Eu quero casar com a tia Leah! Ela é linda, e eu vou tomar ela de você, tio Yan!

Leah riu da imitação exagerada e, ainda sorrindo, perguntou com seriedade:

_ Então, você vai mesmo ficar comigo? Os imprintados não precisam ficar com...

Antes que ela terminasse, Yan colocou os dedos sobre os lábios dela, interrompendo a frase com um sorriso suave.

_ Leah, você é tudo o que eu quero. Não vê isso?

O sorriso de Leah se alargou, e Yan pegou uma laranja, descascando-a e dividindo entre os dois. Leah se sentou e perguntou, mudando de assunto:

_ E como era o México? Você gostava de lá?

Yan deu de ombros, enquanto mastigava um pedaço de laranja.

_ O México é um bom lugar para viver. Um clima quente perfeito. Eu fazia parte do clube de artes, era um dos garotos que enfeitavam as ruas com desenhos.

Leah inclinou a cabeça curiosamente.

_ E a Marya? Sente falta dela?

Yan franziu o cenho, surpreso.

_ Como você sabe da... - Ele então revirou os olhos, rindo. - Ah, Lena! - Ele pegou a mão de Leah com um sorriso. - Marya foi só um caso. Embora ela tivesse uns comportamentos bem estranhos.

Leah franziu o cenho.

_ Estranhos como?

_ Ela sumia de vez em quando. E uma vez, quando fui à casa dela, havia vários símbolos estranhos nas paredes. Sem brincadeira, tinha até um arco e flecha pendurado.

Leah tentou racionalizar.

_ Talvez ela só fosse fã de alguma série de caçadores ou algo assim.

Yan deu de ombros novamente, como se o assunto não tivesse mais importância.

_ Mas não quero falar dela agora. - Ele se aproximou cautelosamente de Leah, lembrando-se de momentos anteriores em que havia sido repelido. No entanto, desta vez, ela não o afastou. Yan colocou uma das mãos ao lado do rosto dela, seus olhos se encontrando.

Leah, em resposta, puxou Yan pelo colarinho e o beijou. No início, apenas um selinho, mas conforme ele se aproximou mais, o beijo se aprofundou. Yan inalou o cheiro característico que emanava de Leah, acariciando suavemente o rosto dela e colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha. Quando mordeu levemente o lábio inferior dela e abriu os olhos, ficou surpreso ao notar algo diferente.

_ Seus olhos - murmurou Leah, encarando-o. - Estão acobreados.

Yan franziu o cenho, confuso, mas acariciou os lábios de Leah e beijou sua testa, notando que os olhos dela, que haviam se tornado de um azul brilhante, gradativamente voltavam ao castanho original.

_ O que foi isso? - perguntou Yan, referindo-se à mudança de cor dos olhos.

_ Talvez seja uma resposta natural do lobo - respondeu Leah, pensativa. - Ou adrenalina. Ou talvez excitação. São só teorias.

Yan fez uma nota mental de perguntar a Billy ou ao velho Quill sobre isso mais tarde. Mas, incapaz de manter o foco, ele se jogou sobre Leah, deitando-a sobre o pano. Ela sorriu surpresa.

_ Isso foi inesperado - disse, antes de puxá-lo para outro beijo, dessa vez com mais intensidade.

Ela o virou, fazendo com que Yan ficasse deitado enquanto ela ficava por cima, atacando os lábios dele novamente. Suas unhas arranharam levemente o peito de Yan, enquanto suas mãos permaneciam firmes na cintura dela, apertando-a de vez em quando.

Leah sorriu maliciosamente e mordeu o lábio de Yan antes de se afastar. Quando ele abriu os olhos, encontrou os dela, que ainda estavam de um azul vibrante, fitando-o com um sorriso no rosto.

_ Você é maravilhosa, Leah — murmurou Yan.

Ela sorriu e se deitou ao lado dele. Yan a observou por alguns segundos antes de se levantar e estender a mão para ela, ajudando-a a ficar de pé. Com um sorriso confiante, ele segurou a mão dela firmemente.

_ Namora comigo? - perguntou, seus olhos brilhando de expectativa.

Leah gargalhou, uma risada gostosa e leve, e respondeu sem hesitação:

_ Claro que sim! - E o abraçou com força.

Yan sorriu, girando-a no ar antes de beijá-la novamente. Ele sabia que Leah finalmente estava feliz, e naquele momento, prometeu a si mesmo que moveria céus e terra para manter aquele sorriso radiante no rosto dela.

Notas finais
(Reescrito 24/10/2024)

Morro de amores por eles dois mano ❤️💜

Oque acharam?

Beijinhos 💜

Between Wolves and SecretsOnde histórias criam vida. Descubra agora