𝒊𝒊. vagando nos sonhos

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capítulo dois
❛ vagando nos sonhos ❜
ponto de vista, iris golding

Esta é uma grande oportunidade pra você, não vão deixar ela escapar só porque não gosta de futebol. — Meu pai está dirigindo seu carro e estou o acompanhado no assento de passageiro.

Na verdade ele não está apenas dirigindo, como está me dando uma bronca sobre oportunidades.

— Eu até gosto de futebol, eu só não conheço muito. Mal assisto a Copa do Mundo, imagine o resto! Não faz sentido eu entrar em um ramo que não conheço. — Resmungo, olhando da janela.

— Iris, você não está entendendo. É a equipe de publicidade do Real Madrid! Uma oportunidade dessas é uma vez na vida. É novidade, mas você aprende. Não precisa ser expert no assunto.

Dessa vez fico em silêncio. É uma grande oportunidade, eu sei, mas vou parecer uma idiota porque não conheço nenhum jogador e não sei explicar o que é impedimento.

— Você está no seu quarto semestre da faculdade. Mais quatro e você tá fora. Sei que você é uma excelente aluna e vai conseguir indicações, mas você precisa começar em algum lugar, mesmo que não goste. E olha onde você tá começando!

De longe, já é possível ver o centro de treinamento do Real Madrid.

Meu pai foi jogador do time há alguns bons anos atrás, na época do David Beckham. Hoje é aposentado e vive sua vida tranquilamente, mas ainda é considerado uma referência. Adam Golding. Então eu não sou idiota, sei que time é, mas não conheço seus jogadores e faz muito tempo que não assistimos aos jogos.

Papai parou de nos obrigar a ir aos 15. Desde então, devo ter ido há uns 3 jogos, no máximo, quando ele pedia com carinho.

— Quer que eu entre com você? — Meu pai estaciona em uma das vagas do carro. — Pedi que uma pessoa da sua área está te esperasse na porta do prédio.

Analiso o local, reviso meus pensamentos. Não quero parecer uma nepobaby (que sou) no meu primeiro dia de estágio.

— Não precisa, eu vou sozinha.

— Iris, por favor, repense bastante suas escolhas hoje. Aproveite ao máximo as chances que te ver. Se mostre valorosa, porque sabemos que é. Não deixe que eles tirem o que é seu. — Meu pai me olha com carinho, sorrindo para mim.

Não consigo resistir a isso, então apenas concordo sorrindo, deixando um beijo em sua bochecha.

— Tchau, pai.

— Tchau, Mimi. — Ele sempre amou me chamar pelo segundo nome.

Caminho lentamente em direção ao local. Era um prédio de dois andares largo, que possuía vastos 12 campos de futebol de diversos tamanhos. Entre os campos, outro longo prédio comprido de tres andares, onde acredito que seja as centros específicos da empresa.

Quando chego na recepção do local, uma garota loira e alta, dos olhos azuis, tem um sorriso de ponta a ponta do rosto quando me olha. Tenho a sensação de que essa é a mulher de quem meu pai falou.

— Iris Golding, né? — Ela anda até mim, animada. Concordo com a cabeça. — Eu soube no momento que entrou aqui!

— O que me denunciou?

— O andar de quem provavelmente vai mandar nesse lugar um dia. — Ela ri, e pela sua fala, eu sorri.

— E você é? — Estendi a mão, mas ela olha estranho.

— Sydney Bartlett, mas pode me chamar de Syd. — Estende a mão e cumprimenta a minha. — Da próxima vez, sem essas formalidades.

A garota tem uma energia e tanto, mas é bonita e tem uma postura ainda melhor. Não é desleixada, na verdade me parece muito bem posicionada. Não só a fala confiante, mas também a sua movimentação. Gosto disso.

UNFORGETTABLE   |   JUDE BELLINGHAMOnde histórias criam vida. Descubra agora