𝔁𝔁𝓲𝓲𝓲. filhote

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capítulo vinte três
❛ filhote ❜
ponto de vista, IRIS GOLDING
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— O que seria isso?

Foram minhas primeiras palavras quando eu abri uma caixa de papelão furada, com um laço rosa em volta, revelando um cocker spaniel preto.

Quando voltei de viagem, esperava o silêncio da minha casa para organizar a minha semana.

A semana começaria com minhas primeiras aulas na faculdade de moda de Madrid. Eu estava muito ansiosa com isso, com esse meu novo caminho como estilista, e nada mais justo para mim que contatar Caterine para ser minha assessora. Essa conversa profissional seria em uma reunião nessa mesma semana.

Logo depois, teria que arrumar minhas malas para comparecer ao prêmio de Golden Boy de Jude, no dia 4, que seria na Itália. Uma semana naquele país, e então voltaria para a rotina comum.

Dia 17, meu lindo e mais precioso dia do ano: Aniversário de 21 anos.

Mas o presente da minha família veio atencipado: Uma cadelinha manhosa e completamente mal-educada. E foi em ligação de Jude que descobri que ele já estava sabendo disso também, já que estava rindo da minha cara há alguns minutos.

Ele precisava treinar, mas iria até minha casa quando acabasse para ajudar.

Eu não sabia o que pensar sobre o presente. Particularmente, não sabia nem mesmo a rotina com um cachorro. Minha família não teve pets durante nossa vida, só uma família de peixes que morreu no mesmo ano que ganhamos e um cagado que tivemos o descuidado de deixar fugir.

Tudo que eu queria fazer, pesquisava na internet. Felizmente meu pai foi esperto e deixou um pacote de ração comigo. Sentada sobre o tapete, observei a cadelinha sem nome beber água em um pote de cerâmica branco, que combinava com o laço em sua cabeça.

Ela caminhou lentamente até mim, um pouco sonolenta. Com as patinhas minúsculas, deitou-se sobre o meu colo e me deixou estática. O que fazer? Carinho ou não? Coloquei a mão sobre o seu pelo e comecei a acaricia-lo. Acho que chorei um pouco naquele momento.

Jude avisa que tinha acabado de chegar no meu prédio, então fico feliz por ele já saber a senha do meu apartamento, porque não conseguiria levantar daquele lugar para nada nessa vida.

5 minutos se passaram e ela ainda estava ali. Eu só observava e entregava meu carinho, como se fosse um mero mordomo. Mas eu gostava.

O barulho da tranca chama a minha atenção e então vejo a figura masculina entrar na minha casa, sorrindo ao observar a cadela no meu colo. Em suas mãos algumas sacolas. Eu só consegui sorrir pra ele, e esperar por um beijo seu.

Jude se sentou no chão e então ameaçou pegar a cadelinha. A minha reação foi dar um tapa na sua mão.

— Ela ta dormindo. — Reclamo.

— Filhotes não ligam, deixa eu pegar ela no colo. Vai voltar a dormir, eu prometo. — Jude então agarra a cadelinha e se deita no chão, colocando ela sobre seu tórax e acariciando o pelo dela.

Sem se abalar, nem se importou. Continuou em seu sono profundo.

A cena era adorável. O homem parecia mais feliz que eu com a chegada do cachorro naquela casa. Hora ou outra ele chamava por mim, mas olhar para aquele momento e gravar como uma memoria parecia mais confortável.

UNFORGETTABLE   |   JUDE BELLINGHAMOnde histórias criam vida. Descubra agora