𝓿𝓲𝓲. sair comigo

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capítulo sete
❛ sair comigo ❜
ponto de vista, iris golding


Voltar para a realidade é um saco.

Aos poucos começo a perceber que prefiro mil vezes estar naquele ambiente agitado, com homens malucos e sem noção, e Sydney que consegue ser pior que eles, do que nessa sala de aula sem graça. Óbvio que é necessário que eu faça faculdade para que possa ingressar no que eu quiser no meu futuro, mas "história da propaganda" nunca vai ser a matéria favorita de ninguém.

Quando escolhi Publicidade e Propaganda imaginei algo completamente diferente. Imaginei que a prática seria na maior parte do curso, e que teria muito mais aulas de fotografia do que tenho. Gosto dessa parte, mas nunca foi o meu sonho principal.

Moda era o que eu queria. Quero. Não desfilar, exatamente. Nem modelar. Não me levem a mal, sei que sou bonita e não acho que seja ruim, mas gosto mesmo é de ser a pessoa que desenhou as peças. Quero que apontem para algo e digam: Isso é Iris Golding.

Mas moda sempre foi o sonho não realizado da minha mãe. Ela se escondeu no brilho do meu pai e não teve a chance de realizar esse desejo porque foi tirada do mundo muito cedo.

Desenhar me lembra ela, e quando escolhi minha faculdade, estava tentando esquecer da dor.

Comemoro internamente quando o alarme soa. Isso não significa que eu vá para o Centro de Treinamento do Real Madrid, popularmente conhecido como "Cidade do Real Madrid", porque trabalho 3 vezes na semana por lá, e hoje não está na minha escala. Mas Sydney iria fotografar algumas coisas para o Instagram do clube e eu não tinha nada de muito interessante a fazer.

Estou vestindo uma calça jeans e uma cropped que está colado no meu corpo. Como não tenho carona dessa vez, nem uma carteira de motorista, preciso ir para o local de Uber e sempre odeio ir sozinha.

Quando chego no andar principal, há camisas do time espalhadas por toda parte. Brahim Diaz, Fede Valverde, Joselu Matos e Jude Bellingham estão propriamente vestidos dentro do estúdio.

É instintivo que meus olhos parem no jogador de camisa 5, não consigo evitar. Felizmente é mútuo, porque agora tem um sorriso seu na minha direção.

— Tá precisando de alguma coisa? — Digo no ouvido de Sydney, que estava fotografando Brahim.

— Não. — Sussurra, logo em seguida cantarolando a música do Drake que tocava no som. — Odeio os dias que não vem, me sinto um lobo solitário.

— Relaxa, sua loba chegou. — Sussurrei de volta e vejo a loira rir.

— Minha loba? Amei! Acho que seu espírito animal é um lobo. — Ela comenta de volta, agora sem sussurrar porque deu uma pausa mínima.

Brahim ainda está lá, todo arrumado e posando para a foto. Ele relaxa quando percebe que minha amiga parou.

— Eu sempre achei que fosse, também.

— E sua presa está aqui hoje? — Com a cabeça, aponta para Jude.

— Me divirto com você achando que realmente rola alguma coisa entre mim e ele. 

— É o meu sonho. — É a última coisa que diz antes de voltar às fotos, o que novamente me faz rir e negar com a cabeça.

Quando olho para os outros jogadores, estão brincando de algo que não faço ideia do que seja. Só sei que riem sem parar e estão sempre fazendo piadinhas. É algo sobre bater no braço um do outro e fico perdida nas regras do jogo.

Percebo que passo tempo de mais tentando entender o que faziam quando Jude, que está de fora da brincadeira dessa vez, coloca as mãos na cintura e me olha sorrindo.

UNFORGETTABLE   |   JUDE BELLINGHAMOnde histórias criam vida. Descubra agora